quinta-feira, 22 de dezembro de 2016


O Mestre Dizia Assim

 

No sebo comprei vários livros, dentre estes, metade sobre a cristandade, um deles é de Huberto Rohden, Assim Dizia o Mestre, 3ª edição, São Paulo, Alvorada, s/d.

O AUTOR.
O LIVRO, COM OUTRA CAPA.
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Brasileiro de SC, 1893-1981, 88 anos entre datas.
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Como já disse repetidas vezes, as chaves aparecem nos mais estranhos lugares em livros, filmes, músicas, em tudo mesmo. Por vezes fico pensando anos ou décadas e não consigo atinar, por vezes algum tempo, como neste caso.

Neste caso foi na orelha esquerda do livro.

CITAÇÃO.
COMENTÁRIO.
“As palavras do Mestre são, quase todas, alegóricas e simbólicas; para compreendê-las devemos transcender a faculdade mental e atingir o nível intuitivo da razão, ou Logos, pois a experiência do Evangelho representa a mais estupenda verticalidade mística”.
Já havíamos visto que a Natureza é racional, enquanto Deus é emocional, A Verdade, A Lei, O Verbo: então, de fato, para chegar a Cristo-Deus é preciso ultrapassar a Natureza, transcender a faculdade mental, aquilo que é palpável, visível - é fundamental chegar ao Logos, ultrapassando a atração aprisionadora apresentada. E é neste sentido que a experiência das Boas Novas é um eixo que vai do racional a Deus VERTICALMENTE, pode ser experienciada por todo humano. O Evangelho é uma autorização vertical, não é horizontal, não é mediada por agente humano da autoridade (mas, como já disse, a Igreja é experiência social).
“ROHDEN faz ver que o cristianismo não é uma ideologia espiritualista. O Profeta de Nazaré não ensinou uma doutrina ‘de fuga do mundo’. O cristianismo não é ascético-espiritualista, nem epicúreo-materialista”.
Isso desautoriza o espiritismo (já de si, como ISMO doutrinário, doença mental), por conseguinte, Allan Kardec não pode falar em nome de Jesus. Ainda mais, por ser o espiritismo uma doutrina de fuga do mundo (pois apela a espíritos ou poderes para resolver os assuntos: e se for contra os desejos de Cristo-Deus?). Jesus não autoriza o ascetismo, nem o espiritismo, nem o epicurismo, nem o materialismo (por exemplo, da teologia dita “da libertação”) – tudo isso é dissensão e “tudo que não ajunta, afasta”.

Veja só, duas importantíssimas soluções gerais numa orelha de livro (que, claro, anuncia o conteúdo).

Vitória, quinta-feira, 22 de dezembro de 2016.

GAVA.

Geo-Algébrica de Trocas

 

                            Que a Moeda seja uma Psicologia está claro, pois tudo que é relativo ao humano é psicológico. Assim sendo, ela medeia entre as figuras ou psicanálises, entre os objetivos ou psico-sínteses, entre as produções ou economias, entre as organizações ou sociologias, retratando todo o espaçotempo ou geo-história.Não apenas intermedia as trocas econômicas, senão todas elas. Ao fazer isso denota a troca de IC e o poder.

                            Agora, ela é uma métrica, conseqüentemente geo-números que constroem uma geo-algébrica, uma matriz de vetores, o que nem sempre ou quase nunca é apreciado devidamente. Claro que não estou falando dos que estão “por fora”, como diz o povo, os que nada percebem, mas daqueles mesmos que supõe perceber, digamos os economistas.

                            Como medida, tem um padrão, um sistema de comparações, que em cada país assume a forma da moeda nacional, no Brasil o Real (R$ 1,00), enquanto em cada nação opera de outra forma. O fato de não haver uma métrica universal para as trocas (como existe nas tecnociências o Sistema Internacional de Unidades, SI) econômicas (ou psicológicas, melhor dizendo), diz-nos dos atrasos psicológicos. Não há uma moeda universal, planetária, infelizmente. Parte da razão vem da dificuldade de criar uma Moeda Zero (queira ver, tendo tempo de escrever), com a qual na transição todas as particulares moedas nacionais seriam medidas para incorporação, ou fusão das parcelas nacionais. Outra parte vem da xenodepreciação, ou seja, da depreciação dos estrangeiros. Um preconceito socioeconômico, é claro.

                            Veja que, para ser geo-algébrica, haveria de ser geometria da Moeda e álgebra da Moeda, ou seja, vetores algébricos num espaço. Como vetores, iriam de um começo a um fim, entre o remetente de IC e o destinatário. Contudo, tais vetores não são sempre mensuráveis, no planeta Terra, ou quase sempre não são.

                            Contudo, os vetores são em sua maior parte desconhecidos, PORQUE as informações são sonegadas. Com 60 % ou mais delas sonegadas no Brasil, como compor as equações dinâmicas de transferência?

                            Não estamos tratando da moeda no nível de papel, metal ou números em contas, ou dinheiro de plástico, e sim com os conceitos mais recuados, mais próximos de um entendimento total do dinheiro.

                            Estamos falando duma matriz de incógnitas-equações com bilhões de pontos, falando-se só de indivíduos, sem tocar em famílias, grupos e empresas, entre as pessoas, e do trânsito nos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). As pessoas tentam mensurar, mas não conseguem efetivamente. Sendo assim, só percebem parcialmente o que está efetivamente acontecendo. É evidente que a existência dos bancos centrais e a comunicação deles todos através das supermáquinas ajudou bastante, porém não é o suficiente, dado que não podemos deixar os programáquinas, desapaixonadamente, tratar os elementos da matriz.

                            E é isso que é irritante: que não possamos aprimorar o conhecimento dos seres humanos através das intertrocas, do rápido movimento interativo dos conjuntos. Tudo porque não souberam constituir essa Geo-Algébrica das Trocas, GAT. Com ela e a estatística, mais a referência cruzada e a apuração quanto ao suprimento das falhas, progressivamente teríamos um conhecimento cada vez mais apurado da humanidade.

                            Vitória, sábado, 17 de agosto de 2002.

Epistemologia da Eficiência

 

                            Do outro lado de estudar a EFICIÊNCIA DA EPISTEMOLOGIA, outro artigo deste Livro 6, devemos nos voltar para a EPISTEMOLOGIA (geral, Epistemologia no modelo, e epistemologia na Ciência) DA EFICIÊNCIA, isto é, estudar no Conhecimento geral e no conhecimento particular da Ciência a eficiência.

                            O rendimento é só parte da Eficiência geral.

                            Na Ciência podemos perguntar pela eficiência em toda a pontescada, a saber: 1) eficiência na Física/Química, 2) eficiência na Biologia/p.2, 3) eficiência na Psicologia/p.3, 4) eficiência na Informática/p.4, 5) eficiência na Cosmologia/p.5, 6) eficiência na Dialógica/p.6.

                            No Conhecimento podemos indagar da eficiência na Magia/Arte, na Teologia/Religião, na Filosofia/Ideologia, na Ciência/Técnica e na Matemática. Podemos perguntar da eficiência nas 6,5 mil profissões. E também das classes do labor: eficiência operária, eficiência intelectual, eficiência financista, eficiência militar e eficiência burocrática.

                            Podemos fazer a pergunta crucial: somos eficientes?

                            Dois bilhões (1/3 da humanidade) de famintos dizem que não. Desperdício da primeira natureza, biológica/p.2, diz que não. O sobretrabalho uterino das mulheres, com tantas crianças morrendo jovens, diz que não. Tantas embalagens sendo jogadas fora como lixo ou rejeito dizem que não. Olhando a humanidade, todo o esbanjamento, podemos taxativamente dizer que não.

                            De onde vem a ineficiência?

                            Uma parte vem dos acasos, do fortuito, da eventualidade inevitável, dos erros não-humanos, do imprevisível. Da metade que sobra metade vem não do desleixo, mas dos erros honestos, involuntários. Assim, devemos contar que 25 % sejam erros evitáveis, produtos do descaso. São esses 25 % que miramos, sem falar que os 25 % de erros honestos podem ser evitados pela vigilância alheia, do colega. Assim, podemos controlar 50 %.

                            Podemos também colocar-nos de sobreaviso quanto àqueles 50 % restantes inevitáveis, de modo a prover recursos em estoque para corrigir os danos.

                            Assim, com boa vontade, como a que o Demming introduziu no Japão e daí no resto do mundo, o controle da qualidade e da quantidade dos nossos atos pode nos proporcionar um mundo muito melhor, sem qualquer forçamento, sem hipervigilância que levaria ao contrário.

                            Podemos estudar a eficiência, em termos de totalidade e de particularidade? Podemos visualizar, focar a eficiência particular e a Eficiência geral? Podemos realizar estudos comparados nos mundos (são quatro: de primeiro a quarto), nas nações, nos estados, nos municípios/cidades, das empresas, dos grupos, das famílias e dos indivíduos? Claro! Podemos e devemos.

                            Devemos a todas as pessoas e a cada uma.

                            O estudo da eficiência e da Eficiência é fundamental. Consiste em negar sossego a quem quer que seja, pessoa ou ambiente, sob a ótica de que é melhor contestar a tranqüilidade que sofrer os danos do desassossego, da agitação, do alvoroço advindo da acumulação crescente dos erros, como este que vemos na Argentina, resultado de anos de auto-enganos, autocongratulações, autofelicitações, o que o povo brasileiro chama de “dormir no ponto”, quer dizer, perder o bonde das oportunidades por ter cedido excessivamente aos prazeres da vida.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.

Escola Superior da Paz

 

                            Lá por 1987 escrevi um artigo sobre a fusão do Exército, da Marinha e da Aeronáutica num Ministério da Defesa, o que foi feito depois, como já contei várias vezes.             

                            Restou da época e do pensamento anterior a Escola Superior de Guerra, ESG, uma coisa defensiva e DURA, ou seja, resultante do medo e da covardia, PORQUE só quem tem medo permanente carrega revólveres. Os bravateadores, os valentões, dos covardões é que carregam armamentos expostos. Quem tem natural tranqüilidade “fica na sua”, como diz o povo, ou seja, inerte, já que não tem medo de nada. Aqueles desfiles soviéticos indicavam na realidade as fraquezas do regime.  Desfile militar é sempre ruim, tanto para o povo, que o toma como intimidação, quanto para o mundo exterior, que fica conhecendo as potências internas e se prepara para retaliação.

                            A constante recorrência americana aos filmes de faroeste mostra como os poucos que posavam de valentes eram receados pelos demais, e mostra também como houve uma correria geral às armas, denotando a covardia unânime da sociedade por lá. Os arrogantes não são as pessoas verdadeiramente em posse de si, na verdade eles vivem assombrados com tudo, evidenciando que lhes vai à alma um pavor constante.

                            Essa Escola Superior da Guerra mostra a fraqueza brasileira, o alarme constante dos militares. Ora, paz e guerra são opostos/complementares, e quem estuda paz por via de conseqüência estuda a guerra. A diferença de anúncios é que é indicativa. Quem anuncia a guerra anuncia o receio que tem, o que é munição psicológica dos adversários (que existem sempre), inimigos passivos, e até dos inimigos (que só eventualmente mostram-se como tais), adversários ativos.

                            Pelo contrário, uma Escola Superior da Paz estuda não somente como manter a paz (condições psicológicas gerais: psicanalíticas ou de figuras, psico-sintéticas ou de objetivos, econômicas ou de produções, sociológicas ou de organizações, e geo-históricas ou de espaçotempos), as condições disso, como também, conexamente, de manter a guerra. Pois a guerra é manutenção dinâmica, é sustentação operacional, e é vencida por quem tem formestrutura mais constante, durante mais tempoespaço, isto é, mais espalhada no espaço, por mais tempo. Então, perguntaríamos pela ESTÁTICA DA GUERRA e pela DINÂMICA DA GUERRA, no geral a MECÂNICA DA GUERRA, o que se desdobraria no modelo em muitas afirmações, que não vou investigar agoraqui, já o fiz noutra parte.

                            Só os idiotas pensam na guerra, os espertos de verdade pensam na paz, até porque isso desarma os adversários, antes que eles virem inimigos, ou torna os inimigos desprevenidos da potência interna.

                            A paz é um investimento muito melhor, em tudo.

                            Que não tenham visto isso é que é preocupante, pois revela uma fragilidade de base, uma estranha propensão para gabolice, para auto-afirmações sem embasamento no poder (força focada), que é sempre das elites, ou até na força (poder caótico, mas mobilizável), que são as reservas populares (nas quais, em geral, não se deve mexer).

                            Vitória, sábado, 17 de agosto de 2002.

Encontrando a Antigravidade

 

                            Nos livros antes deste identifiquei a gravidade com a inércia no que denominei GRAVINÉRCIA. Num círculo a tangente seria a inércia (pseudoforça centrífuga, que foge do centro, ou movimento linear), enquanto a perpendicular a ela seria a gravidade (pseudoforça centrípeta, que puxa para o centro, ou movimento circular), juntas estabelecendo o par circunlinear, que nem foge do centro nem vai a ele, que fica numa órbita de compromisso.

                            Pois bem, como seria possível chegar à antigravidade ou à antinércia?  Isso eu não sabia. Pensava em cancelar a gravidade para deixar somente a inércia e com isso obter a antigravidade. Sem gravidade os objetos sairiam da Terra até o espaço. Como são vetores perpendiculares, ortogonais, com um ângulo reto entre eles, assim como os campartículas eletromagnéticos, que também constituem um par, o par gravinercial, sendo um campartícula gravinercial, cada um com seu campo e sua partícula, devem se anular mutuamente em zero, ou seja, a gravidade será zero quando a inércia for zero e vice-versa.

                            Veja como duas canetas Bic com tampas e mentalmente vá encurtando uma e a outra, de forma que fiquem cada vez menores. Quando ambas se tornarem zero não teremos mais o campartícula duplo GI. Como tirar a inércia de um objeto?

                            Então, ontem de noite surgiu a idéia. Meditar antes de dormir é muito proveitoso, a gente concentra a mente no problema.

                            O movimento vai desaparecer, tanto para a gravidade quanto para a inércia, tanto o circular quanto o linear, quando todo movimento tiver desaparecido, o que efetivamente acontece em zero Kelvin, no zero absoluto. Então vou chamar esse ponto de ZK (zekê, fica fácil recordar), o vetor nulo ZK. Não havendo qualquer movimento não haverá nem gravidade nem inércia.

                            Acontece que a inércia é uma medida da massa dos objetos (podemos falar de MASSA INERCIAL e de MASSA GRAVITACIONAL – em conjunto de MASSA GRAVINERCIAL; elas não são a mesma coisa, como os livros de Física dizem – são iguais em módulo, porém são vetores ortogonais), de sua mobilidade implícita. O Sol é uma balança da Terra e vice-versa. O Sol é uma balança grosseira da Terra, pois sua massa é muito maior, ao passo que a Terra é uma balança muito sensível, afinada, regulada do Sol.

                            Do mesmo modo como a Terra mede o Sol, e o contrário/complementar, a Terra mede também a massa da constelação onde estamos, da Galáxia, do aglomerado, do superaglomerado e do universo, em cada vez mais distantes ordens de grandeza. Ou seja, na medida que faz do Sol os primeiros algarismos depois da vírgula são dele, mas os subseqüentes são das demais medições. Em resumo, quando um átomo for paralisado em ºK, ele ZERA TODA A INÉRCIA IMPLÍCITA, de todas as ordens superiores de grandeza, inclusive a do universo inteiro. CONSEQUENTEMENTE, não há mais a prisão da velocidade da luz, a constante c, de Einstein, e as partículas tornam-se superluminares, isto é, podem viajar a velocidades superiores à da luz. Seriam teleportadas, teletransportadas, sumindo num ponto qualquer, atravessando como que um túnel (o Buraco de Minhoca, worm hole, Buraco de Verme) e surgindo instantaneamente em qualquer lugar.

                            Os detalhes disso me escapam, é claro.

                            Assim sendo, antigravidade ou antinércia, temperaturas absolutas e teleporte são uma só coisa. Temperaturas são medidas de gravinércia também.

                            Isso une várias pontas soltas.

                            Vitória, segunda-feira, 05 de agosto de 2002.

Enciclopédias Pessoais

 

                            Evidentemente as enciclopédias investigam principalmente os indivíduos, através de biografias curtinhas, e estão restritas essas interpretações a esse retrato pequeno, em virtude do espaço mínimo que o papel permite.

                            Para começar, as pessoas são várias (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e daí já chegaríamos a um novo tipo de Enciclopédia geral, contemplando esses elementos. Depois, temos os ambientes: municípios/cidades, estados, nações e mundos, de forma que teríamos já aí OITO SEÇÕES, oito enciclopédias.

                           Depois, há toda variação que o modelo propõe, vá ler, estou cansado de citar.

                            A seguir, há o cruzamento da Enciclopédia com o Dicionário. Se há no inglês 400 mil palavras, então são tantas as abordagens primárias, fora os cruzamentos, que no total constituem número menor que 2400.000, pois vários não são aproveitáveis; ou seja, há que analisar primariamente o amor familiar, depois o lar-amor, a dependência-ao-passado, todos os grupamentos de dois. Depois as tríades, os quartetos, as frases muito complexas.

                            Agora, de tudo mesmo, a novidade será que a Novenciclopédia e o Novodicionárienciclopédico permitirão os encadeamentos contínuos, as consultas (por enquanto caóticas, retornando coisas demais, sem seleção do que queremos mesmo: o Google pode recorrer a mais de 2,5 bilhões de páginas ou artigos ou sítios/sites) em hiperlink ou hiperlaços. Em vez de ser definitiva, como uma página só, teremos quipos ou casas DE CONSULTA, com o tanto especificado de, digamos, seis a dez mil palavras, ou apenas 500 delas, biografias bem curtinhas mesmo. Poderemos indicar sobre o que queremos, que faixa de conhecimento, e quem passou por ela.

                            Se isso não te entusiasma não sei que o fará.

                            Pois eis um conhecimento que falará à pessoa do que efetivamente a extrai maximamente de si, por dar resposta aos seus interesses máximos, mais extremos, suas maiores sensibilidades.

                            Poderemos investigar as famílias, veja só. Como uma família se tira da miséria geral e migra à acumulação seletiva, em tal ou qual superfície? Que problemas uma nação se impôs como forma de saltar à dignidade dos dominantes? E quão grande é a amplitude desse conjunto?

                            Na realidade, com tudo que as enciclopédias representam de maravilhoso para quem sabe ler o espanto, ainda assim elas são simplórias, diante das possibilidades. Há assim como que uma separação, um fosso, um AI (antes da Internet) e um DI (depois da Internet). Nitidamente os D/E, dicionárioenciclopédicos, serão diferentíssimos no futuro do que foram no passado. Incomparavelmente. Para fazer uma pobre idéia da distinção podemos pensar no tempo antes dos enciclopedistas terem construído a primeira enciclopédia.

                            Eis aí uma coisa que muitos amarão criar.

                            Com toda razão. E com todo sentimento, espero.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.

Eficiência da Epistemologia

 

                            A Epistemologia é a teoria do conhecimento, de episteme, conhecimento ou ciência, e logia, estudo ou reflexão. Estuda especificamente os ramos do saber científico, mas poderia fazê-lo com todo o Conhecimento, a saber, Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática.

                            Infelizmente, é claro, só se volta para a Ciência.

                            Agora, devemos perguntar se é eficiente.

                            Evidentemente cada palavra do Dicionário e cada pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa) da Enciclopédia (aliás, esta só se refere aos indivíduos) estão ligadas a todos os adjetivos pares polares opostos/complementares. Por exemplo, vida boa e vida ruim, controle eficiente e ineficiente, informação favorável e desfavorável, e assim por diante.

                            A epistemologia (em letra minúscula a da Ciência) e a Epistemologia (em letra maiúscula a do modelo) podem ser eficientes e ineficientes, positivas e negativas, verdadeiras e falsas, quantitativas e qualitativas, etc.

                            Por EPISTEMOLOGIA QUANTITATIVA deveríamos entender aquela que abarca grandes volumes de dados, o conjunto das proposições, sua conexividade geral, sua consistência total. Por EPISTEMOLOGIA QUALITATIVA entenderíamos a que se dirige aos particularismos, à coerência de cada prova excepcional, como a um teorema na Matemática.

                            E, mais importante que tudo, deveríamos procurar saber se a epistemologia é eficiente. Ela cumpre seu papel satisfatoriamente? É competente para os propósitos pelos quais foi estabelecida? Para isso, creio, devemos perguntar pela sua NEGATIVIDADE e sua POSITIVIDADE, pela sua capacidade de contestar ou de provar os elementos manifestados pela Ciência. Isto é, a Ciência tanto se nega quanto se afirma?

                            Penso que por enquanto ela mais se afirma que se nega.

                            Não vejo nenhum cientista estudando a Ciência com o rigor do opositor. Parece que todos desejam afirmar a eficiência da Ciência, NUNCA a sua ineficiência. SE não buscamos negar a eficiência da construção civil, como saberemos se ela gasta pouco ou muito em relação aos recursos que usa, aos bens que pleiteia? Poderia fazer mais com menos? Se não há oposição, como saber se há justeza, exatidão, afinação rigorosa, exploração máxima dos objetos (de cada um e de todos entre si)?

                            A Ciência usa bem o dinheiro e os recursos humanos que extrai da sociedade? Acredito que no início, quando tudo era difícil para ela, há 500 e até há 50 anos atrás, a resposta era sempre sim, porque tudo era apertado e havia oposição. Nos dias que correm, não, começou a não haver, porque todos só sabem bater palmas para os cientistas e seus produtos. Os cientistas relaxaram e estão dormindo em berço esplendido. Ninguém procura mais saber se a busca científica do conhecimento é adequada à nossa pobreza geral (lembre-se que há dois bilhões de pessoas passando fome, 1/3 da humanidade).

                            Ninguém contesta a Ciência e os cientistas, não há alguém que faça a investigação dos métodos e sua eficiência na relação benefício/custo. E não apenas em CUSTO PASSADO, o que gastamos do que já produzimos, mas também em CUSTO FUTURO, o que iremos gastar como subproduto da má ciência.

                            Enquanto tal estudo em negativo não for feito a epistemologia continuará ineficiente, pois não há quem estude a própria epistemologia.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.