sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Interpretação de Shiva

 

                            No livro completamente bobo de Hubert Reeves, Um Pouco Mais de Azul (A Evolução Cósmica), São Paulo, Martins Fontes, 1986, p. 251, há um retrato de uma estátua de Shiva, “encarnação da eterna energia cósmica”. Shiva, Xiva ou Siva é a terceira pessoa da trindade indiana, a Trimurti, e é deus ao mesmo tempo destruidor e fecundador.

                            Usando-se a Rede Cognata, o conhecimento do modelo e a figura, podemos sacar um punhado de coisas.

                            Embaixo há uma criança = CAOS, da sua cabeça = CAOS = CRIAÇÃO saindo uma linha que se torna um círculo e volta ao início: é OUROBOROS, a serpente = PRESENTE da criação, a linha-do-É, por assim dizer.

                            Um pé de Xiva se apóia na criança, representando a força centrípeta, que se dirige ao centro, e nos textos que estou escrevendo agora, em Inércia e Gravidade, vi que é a gravidade, atração, o movimento rotacional, circular. A outra perna, colocadas as coxas em ângulo reto, é a inércia, repulsão, movimento translacional, linear.

                            Há quatro braços, representando as quatro “forças”, na realidade os quatro campartículas ou ondas, a saber, o campartícula magnético, o campartícula elétrico, o campartícula fraco e o campartícula forte, constituindo o campartícula gravinercial o centro do quadrado. Todos estão situados no mesmo plano.

                            Da cabeça = CRIAÇÃO de Xiva saem doze flechas, seis de cada lado, correspondendo ao duplo-universo, o duploverso, Xiva sendo o 13º, como Cristo com os apóstolos (esse número [12 + 1] = 13 está em tudo). Há dois corações, ou duas criações, encimando cada um seu grupo de seis.

                            Saem 23 “fogos” ou chamas de cada lado do círculo, o 24º sendo para ambos o mesmo, no total {[23 + 23] + 1} = 27. São dois tempos iguais de ida e de vinda, separados pela coroa de Xiva = Criador de Xiva = PI. Isso não sei interpretar, nem porque Xiva é tridimensional, ao passo que a Criação toda se dá num plano. Por enquanto o que posso dizer é isso, mas já é extraordinário.

                            É claramente um desenho do universo, vindo não se sabe de que fonte. É nitidamente um apelo para interpretação matemática, uma herança deixada para a humanidade posterior, quando chegasse o tempo em que alguém soubesse interpretar completamente, quando a Física e o Conhecimento tecnocientífico todo estivesse restaurado.

                            Vitória, sábado, 8 de junho de 2002.

Humanização

 

                            O que é a humaniz/ação, o ato permanente de humanizar?

                            A Chave do SER (CS) do modelo é composta de memória, inteligência e controle, três motores ou operadores independentes. Memória sem inteligência seria como uma biblioteca sem quem a interpretasse (a inteligência RECRIA os livros constantemente pela leitura). Inteligência sem memória seria como a transformação agindo sobre um vazio de elementos relacionais. E as duas sem controle constituiriam um jorro contínuo de junções de elementos, em relações diversas, sem qualquer habilitação dos elementos, sem construtividade (a propriedade do que é construível, que se pode construir).

                            No livro Dinossauros! (14 contos de FC editados por J. Dann e G. Dozois), São Paulo, Aleph, 1993, Coleção Zenith, vol. 6, primeiro conto, Arma para Dinossauros, do extraordinário L. Sprague de Camp, no original de 1956 Gun for Dinossaur, p. 13 e ss., na página 22 ele diz: “As pessoas pensam algumas vezes que, porque os dinossauros são tão estúpidos, seus sentidos devem ser lentos também. Mas não é assim. Alguns, como os saurópodes, são bem ruins de sentidos, mas a maioria tem um bom olfato, boa visão e uma audição razoável. Sua fraqueza é que não tendo mentes, eles não têm memória. Então, fora de vista, fora da mente”, grifo e negrito meus.

                            Veja a seqüência de ampliação da memórinteligência humana no crescimento das pessoas (crescimento dos indivíduos, crescimento das famílias, crescimento dos grupos, crescimento das empresas) e ambientes (crescimento dos municípios/cidades, crescimento dos estados, crescimento das nações, crescimento do mundo).

Isso não é apenas desenvolvimento da memória dos indivíduos (pelo número maior deles), ampliação da inteligência dos indivíduos (idem) e pela ampliação do controle, a ponte entre memória e inteligência.Os indivíduos crescem quantitativamente, de crianças a adultos, e qualitativamente, pelo melhor uso dos recursos, ou seja, das potências.

O crescimento vem desde a Física/Química a Biologia/p.2 até a Psicologia/p.3, e irá além, até a Informática/p.4, depois a Cosmologia/p.5 e a Dialógica/p.6. A memória dos reinos R.1, dos fungos, R.2, das plantas, R.3, dos animais, e R.4, dos seres humanos vêm progredindo continuamente na Psicologia.

Carl Sagan trata disso em seu livro, Os Dragões do Éden, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1980, capítulo II, Genes e Cérebros, especialmente figura da página 13, que correlaciona a época do aparecimento da informação, em potências de 10, 10n anos, a partir de 106 ou um milhão de anos, e o número de bits do conteúdo de informações, a partir de 105, também em potências, a partir de 100 mil bits.

A curva de informação genética (nos pares de nucleotídeos de ADN por célula haplóide, informação contida nos replicadores, em particular o ADRN) começa com alta eficiência nos vírus há cinco bilhões de anos e chega ao limite no ser humano em cinco milhões de anos. A curva de informação cerebral (informação acumulável no cérebro) principia com alta eficiência nos anfíbios há uns 200 ou 300 milhões de anos e se esgota no ser humano também há uns cinco milhões de anos. Então se abre a curva de informação cultural extra-somática humana, há apenas 50 mil anos, no homo sapiens sapiens, que não chegou ao fim ainda.

Veja que o limite da primeira curva se encontrou com o princípio da segunda. Não havia mais potencial no ADRN, que já tinha atingido a fronteira de utilidade em dois metros de comprimento enrolados no núcleo da célula, contendo mais de três bilhões de pares de bases, que, além disso, levaria a erros de montagem.

Passou-se à estocagem cerebral. O HSS não existia ainda, eram os nossos parentes hominídeos. Infelizmente eles não deram o salto qualitativo rumo à formação das redes superiores de relações, as pessoais e as ambientais ainda em crescimento. Não iniciaram a formação de depósitos fora do corpomente, extrapsicossomático, em bibliotecas, fitotecas, museus e o resto. A própria posição dos objetos constitui memória ou espaço de referência.

A acumulação cerebral começa abaixo da informação genética em capacidade e só se torna mais eficaz lá por 100 milhões de anos atrás, com os répteis, de que as galinhas e as aves são os descendentes. A acumulação extrapsicossomática também começou abaixo da acumulação cerebral e só muito adiante, talvez em 3,5 mil antes de Cristo ultrapassou a outra. Nessa data foi inventada a escrita, o instrumento de registro da memória exterior.

No caminho entre Vitória e o lugar onde trabalho, Posto Fiscal Amarílio Lunz, em Pedro Canário, divisa com a Bahia, a quase 300 km daqui, indo de carona na condução que nos leva, com um caderninho posso anotar de 40 a 80 idéias. Antes eu também pensava, mas como não anotava só conseguia me lembrar de cinco ou seis, e mesmo assim se ao chegar as anotasse imediatamente. Caso contrário as perderia também.

Isso para não falar de guardar os pensamentos por anos e até milênios, como os textos mais antigos.

Veja que fora de nós está crescendo sempre uma Chave do SER de fato MUITO MAIOR incomparavelmente maior que a do indivíduo isolado. Com isso podemos lidar também melhor com a Chave do TER (CT) {matéria, energia e informação}, com o princípio da acumulação, em especial socioeconômica, em geral psicológica: acumulação psicanalítica (relações das figuras), acumulação psico-sintética (relações dos objetivos), acumulação econômica (relações dos produtos), acumulação sociológica (relações das organizações), acumulação geográfica (relações espaciais) e acumulação histórica (relações temporais). Só para dar idéia da acumulação econômica, guardei um pequeno cilindro que vem dentro do vidro de vitaminas, com número de patente 4.093.105, da Sud-Chemie. Repare que cada produto é um funil que se potencializa no encontro com todos os outros, gerando novas relações pela inteligência (que constrói as novas memórias, enquanto as memórias são as velhas inteligências), portanto algo da ordem de 24.093.105, em tese, pois na realidade não há quem possa operar algo tão grande assim (e nem todos os produtos são interpenetráveis).

Sem a língua como VETOR DE ACUMULAÇÃO estaríamos literalmente perdidos.

Podemos ver que o principal FATOR DE HUMANIZAÇÃO não é o ADRN, nem a acumulação cerebral, nem sequer a existência pura do info-controle, IC, da informação/controle (ou comunicação) exterior, e sim a competência lingüística, quer dizer, o rendimento da língua como definidor do campartícula pessoambiental (digamos, indivíduo circulando no estado), como orientador da políticadministração de transferência de info-controle da materenergia pela memórinteligência, quer dizer, da distribuição do TER produzido pelo SER organizado.

Em outras palavras, como é que a língua foi construída, a partir das emoções e das razões geo-históricas produtiorganizativas ou socioeconômicas? A mesma língua, operando em dois países de pensimaginações diferentes como EUA e Grã-Bretanha pode proporcionar acumulações diferentes também, tanto em ritmo quanto em qualidade, de processobjetos por unidade de tempo por produtorganizador. Em outros termos, rendimento psicológico. E devemos perguntar pelos sentidos externos (órgãos da visão, da audição, do olfato, do paladar, do tato) e pelos interpretadores externos, pelas suas eficácias ou eficiências. Quanta atenção é dada aos operadores de transferência, ou meios (no geral, mídia) pessoais e extrapessoais? Quanto cuidado incide sobre os meios? Se uma criança, como já notaram, não tem óculos para corrigir sua visão defeituosa seu rendimento escolar decresce.

Há competição pela sobrevivência, há luta pela sobrevivência da humanização mais apta, isto é, pelo vetor humanizante de maior potencial, quer dizer, que dá mais futuro ou promessa geo-histórica. Uma espécie de evolução darwiniana psicológica, com saltos revolucionários correspondendo ao Escravismo, Feudalismo, Capitalismo (estamos na terceira onda), Socialismo, Comunismo e Anarquismo, cada um com quatro ondas, a quarta do anterior sendo a primeira do posterior. Cada estágio políticadministrativo desses corresponde a um armazém psicossomático cada vez mais dilatado.

Nós nos vemos como indivíduos, sem sequer suspeitarmos que somos uma dependência agora longínqua do mundo. E é essa distância imponderável que causa tanta dor nas pessoas, cada vez mais enfraquecidas diante do coletivo. A última resistência, aliás, foi a da apresentação das empresas ditas multinacionais ou transnacionais, tidas como competidoras dos coletivos ou ambientes, nos cenários extranacionais, pensando que tornariam os ambientes dispensáveis. Que tolice!

Vitória, quinta-feira, 30 de maio de 2002.

Futuros Real e Virtual

 

                            As pessoas têm uma dificuldade enorme em pensar sobre profecias, projeções, prospecções do futuro, ciclos, predições, prenúncios, presságios, prognósticos, adivinhações, conjeturas, prognósticos, agouros, hipóteses, suposições, antevisões, presciências e em geral o que diga respeito a antecipação do futuro.

                            Como em tudo, o modelo esclareceu as coisas.

                            Pois há dois tipos de futuro, o futuro real e o futuro virtual.

                            Real e virtual fazem soma 50/50, ou seja, um não pode ser conhecido e outro sim. O real não pode ser conhecido, enquanto o virtual sim. Veja que no próprio modelo pesquisei o FUTURO VIRTUAL, ou seja, os ciclos e sua nomenclatura, o estabelecimento das regras e a nomeação dos parâmetros, enquanto aconselhei vividamente os possíveis leitores a NÃO FAZEREM projeções sobre o futuro real, pois podem machucar as pessoas, pelo sim e pelo não.

                            Ora, devemos esperar que no mundo ideal da Matemática, que é virtual, as coisas aconteçam daquele modo, PERFEITAMENTE, porque há de fato uma teoria das previsões, das visões prévias, pré-visões, visões antecipatórias. Acontece que o real é habitado por pessoambientes reais, que tomam decisões a cada instante, do tipo 2n, encruzilhadas binárias, que vão crescendo como uma árvore de decisões: 21 = 2, 22 = 4, 23 = 8, 24 = 24 = 16 e já na quinta decisão estamos com 32 pressões divergentes, o conjunto do lado variando igualmente, POR AÇÃO (ou seja, motor independente) e POR REAÇÃO (motor conjugado).

                            Os conjuntos psicológicos são as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e os ambientes (municípios/cidades, estados, nações, mundo). Os indivíduos são na Terra coisa de seis bilhões, portanto em tese 26.000.000.000 por segundo, um número monstruoso a cada segundo, que é o tempo humano de reação. Dentro do conjunto das famílias teríamos outro grupo menor de reações, e assim por diante.

                            Portanto não é possível prever o futuro real PORQUE há livre-arbítrio, liberdade de condução da própria vida. Lógico que há limitantes, como os costumes, as leis, a definição da psicologia humana, as ditaduras, os compromissos, as devoções, etc. Mesmo assim é muita coisa.

                            Por isso mesmo a Psico-história (seria uma Psico-Geo-História, em termos do modelo; mas a Psicologia já tem seu espaçotempo, a Geo-História, de modo que teríamos uma redundância inútil) de Asimov em sua heptologia, Fundação, não poderá existir, pois nenhum “grande número” conseguiria estabilizar a pulsação de decisões. Pensei diferente, antes. Daí que, invariavelmente, as predições falhem miseravelmente, tanto na FC quanto na futurologia, em tudo que o ser humano tentou.

                            Como é que dá certo com os seguros?

                            Não dá, é claro.

                            De fato eles têm projeções sobre sinistros, quantas pessoas morrerão em que idades esperadas. “Embarcam na onda”, como diz o povo, mas nada garante que vá continuar assim, indutivamente. É uma aposta. E eles não tentam muita precisão, pelo contrário, se contentam com pouco, com sobrecarregar o usuário com todo o custo da indefinição.

                            De fato, dentro dos “grandes números” de Asimov podemos esperar que umas decisões anulem as outras, outras as dificultem, no conjunto vastas porções reduzindo-se ao eixo, sobrando linhas ou funções mais tratáveis, porém ainda ficam tantas que a coisa diverge.

                            Por outro lado a extração que os ambientes fazem sobre os gênios ou criadores (indivíduos, famílias, grupos e empresas geniais) dificulta ainda mais tudo, porque inesperadamente surge uma invenção não prevista, como Asimov deu a entender com o Mulo, o mutante que desorganiza as previsões de Hari Seldon, o matemático da PH.

                            Não admira, portanto, que o futuro real nunca coincida com as previsões de mágicos, de áugures, de feiticeiros, dos profetas dos modos políticadministrativos Escravista, Feudalista, Capitalista (estamos nas tentativas de terceira onda capitalista, com os programáquinas equivalentes a esse avanço voltadas para os prognósticos de fundo pseudo-tecnocientífico) e futuramente Socialista.

                            Agora, com segurança podemos usar o método do modelo para, sondando continuamente a realidade, instituir algum paralelismo, reduzindo drasticamente a largura de banda da imprecisão. Podemos e devemos, para nossa segurança e estabilização psicológica - sabendo sempre que no instante seguinte pode acontecer um evento desnorteador, um desastre, um desalinhamento dos astros ou modelos. Os futurólogos, ao contrário do que se pretendem, nada sabem da tecnociência própria das previsões, nem de sua matemática associada. São profetas com formação acadêmica, um envoltório inútil, uma tintura ou esmalte universitário que infunde respeito indevido.

                            Tomada essa precaução, é utilíssimo investigar o Futuro Virtual como PARÂMETRO COLIGADO ou reativo políticadministrativo governempresarial pessoambiental do povelite/nação. Ter em reserva as previsões do FV para, medindo sempre o FR, reagir a ele com alguma preparação e reserva.

                            Fora isso, entendo agoraqui que haveria muito perigo na confiança ingênua. Os ignorantes não devem, de modo algum, conhecer essa tecnociência, PORQUE ela traria confiança exagerada, que poderia migrar para uma crença na infalibilidade do modelo. Isso seria errado e perigoso.

                            Vitória, sexta-feira, 14 de junho de 2002.

Evolução Econômica Pessoambiental

 

                            Um dos exemplos clássicos que os darwinistas dão para explicar a evolução é o das borboletas na Inglaterra. Antes da revolução industrial as borboletas brancas eram grande maioria, ao passo que as cinzentas mal sobreviviam, porque pousadas nas árvores de casca limpa eram comidas pelos pássaros, que as viam facilmente em contraste. Quando a poluição passou a se depositar nas cascas das árvores as borboletas cinzentas passaram a ficar parcialmente ocultas, ao passo que as brancas foram evidenciadas, sendo comidas sem deixar descendência. Com isso a prole das cinzentas cresceu até o ocupar quase totalmente o nicho.

                            O mesmo acontece com as empresas.

                            Dado que há a pessoambiente (pessoa: indivíduo, família, grupo, empresa; e ambiente: município/cidade, estado, nação, mundo), cria-se um par polar oposto/complementar, por exemplo, empresa/mc, empresa/estado, empresa/nação e empresa/mundo.

                            Acontece que o modelo diz que 2,5 % irão sobreviver sempre, em quaisquer condições, ao passo que na extremidade oposta outros 2,5 % morrerão de qualquer jeito, os 95,0 % do centro tendendo a uma ou outra situação, conforme o caso.

                            A questão, então, é da REAÇÃO AMBIENTAL, que apela à PSICOLOGIA DA EMPRESA: sua figura ou psicanálise (quem é), seus objetivos ou psico-síntese (quais suas metas), sua economia ou produção (com quê faz), sua sociologia ou organização (como faz) e seu espaçotempo ou geo-história (quando e onde se situa). Está no primeiro, segundo, terceiro ou quarto mundos?

                            Falando-se das classes do labor: reatividade dos operários da empresa, dos intelectuais da empresa, dos financistas da empresa, dos militares da empresa e dos burocratas da empresa. Das classes operacionais: se é empresa agropecuária/extrativista, empresa industrial, empresa comercial, empresa de serviços ou empresa bancária. Qual é a CAPACIDADE DE REAÇÃO da empresa? Qual é a sua sensibilidade? Podemos estabelecer índices: 100/100, 100/90 e até 100/10 ou no limite 100/0, ou seja, a empresa que não reage, que está semimorta, caminhando para morrer mesmo.

                            Isso nunca foi medido, até porque não se pensava assim.

                            Olhando-se a infinidade de empresas, como as separaríamos em relação à sua capacidade de deixar descendência (psicológica/p.3, não mais biológica/p.2)? Se o ambiente de uma determinada empresa mudar, ela reagirá a tempo? Quanto demorará em reagir? Têm departamentos preparados para essa reação? Observe que o ambiente está sempre mudando, 100 % da mudança vindo do mundo, 1/40 vindo do Brasil, 1/1.600 do Espírito Santo e 1/40.000 vindo de Linhares/ES. Em níveis crescentes as mudanças estão ocorrendo sempre. A empresa não pode esperar que não vá haver ação, pelo contrário, deve sempre contar com ela.

                            Olhando o ambiente, o conjunto das empresas, quais se prepararam, estão se preparando ou virão a se preparar para reagir às mudanças?

                            Este seria um tipo de darwinismo psicológico empresarial, com todas aquelas sub-chaves da Psicologia da Empresa, como vimos, e outros índices do modelo. Em resumo, qual é, no coração da produçãorganização, a REATIVIDADE EMPRESARIAL, a capacidade de reação das empresas?

                            Essa é a pergunta-chave que nunca tinha sido feita.

                            Vitória, domingo, 16 de junho de 2002.

Eratóstenes

 

                            No texto Matemática Celestial, Livro 3, coloquei minhas duvidas quanto ao cálculo de Erastóstenes (grego, c. 276 a c. 194, 82 anos entre datas, média de vida em 235 antes de Cristo) de (PRECISAMENTE) 5.000 estádios (= METROS) egípcios para a distância entre Alexandria e Siena, no antigo Egito do III século antes de Cristo, conforme várias fontes colocam, inclusive Carl Sagan em seu livro, Cosmos, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1982 (sobre original americano de 1980), p. 13 e ss.

                            Depois de ter sabido que uma vareta colocada na vertical em Siena (atual Assuam) não projetava sombra em 21 de junho, solstício de verão do hemisfério norte, ele colocou outra em Alexandria (a antiga, fundada cem anos antes por Alexandre, o Graúdo, o Grande) e viu que ela projetava pequena sombra. Concluiu que a Terra não poderia ser plana. Se fosse os raios do Sol, tomados como paralelos, não projetariam sombra em nenhuma das duas varetas, e, aliás, em lugar nenhum.

                            Para começar, o Sol é tomado “como estando no infinito”, o que não é absolutamente verdadeiro. Sabendo atualmente que a distância da Terra ao Sol é de aproximadamente 150 milhões de quilômetros (o que é adotado como uma UA, unidade astronômica) e aceitando o diâmetro de 2 x 6732 km (raio), ou 12.744 km, e dividindo por 1,5. 108 km, teremos 0,085/1000, o que não é exatamente zero, como seria se o Sol de fato estivesse no infinito. Isso é 8,5/1000 de por cento, mas não é zero.

                            Por outro lado, fazendo seus cálculos, Erastóstenes deduziu que o ângulo da vareta em Alexandria era de cerca de 7º, ou seja, 360º/7º = 51,4286, ou seja, a distância entre ambas as localidades seria de 1/50 da circunferência da Terra. Como a distância (que ele pediu para medir, veja o artigo) era de algo em torno de 800 km, isso vezes 50 = 40.000 km, valor extraordinariamente próximo do valor atual, de 40.036 km, diferença de 36 km em 40.036, menos de um milésimo, o que me deixou arrepiado. Vá ser preciso assim lá longe!

                            Veja que 100 %/50 = 2 %, 2 %/0,00085 %= mais de 2.350 vezes. Veja assim: a medida obtida para o ângulo de 7º era mais de 2,35 mil vezes o esperado se a Terra fosse plana. Donde ele concluiu que a Terra não poderia ser plana, era esférica. E isso 1740 anos antes de Copérnico (polonês, 1473 a 1543, 70 anos entre datas, média de vida em 1505), média a média.

                            Sagan diz que sete graus correspondem “mais ou menos” a um qüinquagésimo de 360º. Na realidade 360/50 = 7,2º, e não 7,0º, precisamente. Fala que a distância entre Alexandria e Siena “era aproximadamente 800 quilômetros”.

                            E logo abaixo coloca: “É a resposta certa”.

                            Certa, como?

                            Na realidade, usando dados do Atlas Encarta 2000, da Microsoft, ficamos sabendo com o uso do Sensor Dinâmico que as coordenadas de Alexandria são latitude (nos paralelos, do equador para os dois lados de cima e de baixo) 31º 11’ N e longitude (nos meridianos, do de Greenwich para a esquerda e a direita) 29º 53’ L, enquanto Siena se situa a 24º 05’ N e 32º 54’ L, respectivamente, portanto bastante mais abaixo e ligeiramente mais à direita. Como se tratam de números “complexos” (na realidade de representação composta), devemos convertê-los para Alexandria 1871’ N e 1793’ L, e Siena 1445’ N e 1974’ L. Podemos compor um triângulo retângulo com essas medidas, diretamente, ou transformá-las em quilômetros. Sabendo que os 40.036 km da circunferência da Terra valem 360º (por definição), cada grau corresponde a 111,2111 km e cada minuto a 1,8535 km.

                            Fazendo diretamente em minutos de arco, (1871 – 1445) = 426 na vertical e (1974 – 1793) = 181 na horizontal, na fórmula de Pitágoras a2 = b2 + c2, com os catetos valendo 426’ e 181 ‘, a hipotenusa = a = 463’, aproximadamente, ou seja, a = 858 km, b = 790 km e c = 335 km, tudo aproximadamente. Com o uso dos dois catetos, a tan (∆) = 335/790, hipotenusa fazendo ângulo agudo de cerca de 23º com a vertical do meridiano. Nem 790 km (de longitude a longitude, ou seja, do paralelo mais de cima, de Alexandria, ao paralelo mais de baixo, de Siena) por falta de 10 km,  nem de um ponto ao outro, diretamente, perto de 860 km, parece com 800 km, por excesso de 60 km. O valor da hipotenusa, inclinado, não serviria, e o valor de longitude a longitude (este, 790 km, mais perto de 800 km) pressuporia que os “medidores de passos do rei”, os metrônomos egípcios não só sabiam medir os 790 km descendo em linha reta de Alexandria como outros 335 km em perpendicular àqueles, indo em linha reta até Siena, daí triangulando pelo teorema (já conhecido há muito tempo pelos egípcios). Tremendos cartógrafos seriam, para tanta precisão.

                            É um enigma.

                            Por qual razão Erastóstenes precisaria ir ou mandar alguém ir a Siena? Bastaria saber que a vareta não apresentava sombra. Colocando outra em Alexandria deduziria o resto com qualquer distância muito menor. Por exemplo, se uma vareta de um metro ou 1000 mm (ele usaria outro padrão, o que dá no mesmo) projeta uma sombra de 20 mm (1000/50), outra de 10 metros produziria sombra de 200 mm = 20 cm e uma de 100 metros forneceria uma de 2000 mm = 200 cm = 2 m. É fácil conseguir uma de 100 m apenas colocando uma vareta no alto de uma montanha de altura conhecida (ou, melhor ainda, no alto da pirâmide de Quéops, com 145 m de altura) e ver onde dá a sua sombra.

                            Com 100 vezes a sensibilidade de 20 mm, a distância poderia ser reduzida a 800 km/100 = 8 km, nas cercanias. Por quê ele faria proceder a uma medição de enorme custo para tal?

                            Conclusão, ELE NÃO FEZ.

                            A distância até Siena já deveria ser amplamente conhecida.

                            Por outro lado, ela poderia estar errada, e um pesquisador (Sagan diz “cientista”, mas este nome só foi surgir muito mais tarde, quase dois mil anos depois de Erastóstenes) como ele não se descuidaria, seria mil vezes preferível fazer a medição ali mesmo.

                            Se Erastóstenes não fez tal medição, qual o significado dos 5000 estádios egípcios? Ele poderia saber a fração de grau com precisão bastante alta com dispositivos bastante simples, colocando um compasso que projetasse sombra lá no alto da pirâmide, tendo os graus marcados previamente nele, a vareta sendo um compasso e outro estando na perpendicular dela.

                            Ele fez questão de colocar (falsificadamente) a medida como sendo de 5.000 estádios, o que é bastante suspeito. Seguramente é uma mensagem, só não sei de que tipo. Senão daria diretamente a estimativa da circunferência. Só que fez questão de oferecer a falsa medida de 800 km, 5.000 estádios (ou metros egípcios = 160 m dos nossos cada), COM TREMENDA PRECISÃO, isto tendo um significado com o qual por enquanto não atino.

                            Atravessou algo para o futuro, uma chave que envolve esse número, 5.000, numa elaboradíssima falsa demonstração.

                            Agora, veja que a Barsa eletrônica diz que Alexandria e Siena se encontram no mesmo meridiano, o que não é verdade, pois a distância horizontal entre os meridianos de uma e de outra é de 335 km ou 181’ ou 3º 01’. O resultado disso tudo é que forjaram e continuam forjando para que sejam 5.000 estágios egípcios, e não 4.997 ou 5.021, ou o que fosse. Precisamente 5.000, e nenhum outro número.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de junho de 2002.

Empresa Relativa e Empresa Absoluta

 

                            Uma empresa com a Microsoft pode falir?

                            Essa pergunta tem duas respostas.

                            Veja que ela vale, pelo mercado, coisa de uns 500 bilhões de dólares. Precisamos avaliar o que é isto. Um bilhão de dólares, sendo contados na base de um salário mínimo brasileiro de R$ 200 em junho/2002 (dólar a cerca de 2,30 reais), perto de US$ 87 POR SEGUNDO, levaria coisa de 133 dias, e para contar os 500 bilhões nada menos que 66,5 mil anos. É coisa que não acaba mais. Diz o povo que é dinheiro “de dar com o rodo”.

                            Portanto, do ponto de vista absoluto, não há como acabar.

                            Essa é a EMPRESA ABSOLUTA, que pode enganar muito as pessoas, como vimos no caso da ENRON, uma empresa americana de US$ 100 bilhões que faliu recentemente, um rumoroso processo que envolveu o governo Bush Jr.

                            Do outro lado está a EMPRESA RELATIVA, que vale 100 %, ou seja, a que deve realmente ser vigiada, porque qualquer um pode comprometer 100 % do que possui. Basta fazer besteira. Não parece, mas a gente está realmente lidando com as coisas da forma relativa.

                            Deveria haver micro e macro sintanálise socioeconômica das empresas e dos governos, porém nunca vi isso nos balanços, só as investigações absolutas, que realmente não interessam grandes coisas. Aquele porrilhão de números, mais para confundir que para facilitar a observação de fora. As auditorias baseiam-se nesses números absolutos, o que é muito preocupante para os investidores e muito mais ainda como fundo civilizatório.

                            As pessoas não sabem lidar com números, prendendo-se quase sempre aos absolutos, nunca às relações. Quanto a empresa pode empregar na compra de outras? Em termos relativos, 5 %, 10 % sem comprometer o fluxo de caixa? Quanto está ganhando por ano? Quanto paga aos empregados? Quanto destina à felicidade dos produtores internos? Tais observações não existem.

                            Então, para mim, a sócioeconomia é paupérrima, em termos de sintanálise CONCRETA, que permita tomar decisões rápidas e consistentes. Oferece tudo que a gente não precisa. Confunde, submete os observadores a demorados processos perceptivos, alonga demasiado o aprendizado das potências, é uma lástima mesmo.

                            Quando olhamos os extratos bancários que as maquininhas nos oferecem, há tardança demasiada para percebermos o que está acontecendo, e isso com pessoas “na flor da idade”, como diz o povo, quanto mais para os idosos. É uma civilização descuidada e por isso mesmo sujeita a predadores de todo tipo.

                            Isso deve mudar o quanto antes.

                            Nós mesmos devemos preparar programas para tal, como sugerirei, tendo tempo.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de junho de 2002. 

Emblemas da Razão

 

                            Quando construí o modelo, coloquei a razão do lado dos homens, pois a coisa corre supostamente assim desde a origem do mundo.

                            Entretanto, na Rede Signalítica razão = MULHER (MÃE), ou seja, 0/homem= 0/0M = 0/Z = 0/X = 0/P. Homem = PRIMEIRO, o que surgiu antes, e também EMOÇÃO, o contrário/complementar ou oposto/complementar da razão no par polar.

                            Quem diria uma coisa dessas?

                            É totalmente inesperado.

                            As mulheres sempre foram tidas como desprovidas de razão, o que a RS vem negar absolutamente, como extremo polar, como definição de mundo, embora não esteja bem definido, por certas características da língua portuguesa, quem é mulher, porque mulher = MELHOR = MAIOR = MENOR, enquanto homem = PIOR. Como se vê, maior e menor não são verdadeiros antônimos, nem base e topo – são a mesma coisa, o que é compreensível logicamente. Mas como as mulheres poderiam ser maiores (e menores) que os homens (os quais deveriam situar-se na média)?

                            Contudo, razão = MAL.

                            Então a RS, contra a minha vontade, pois sou necessariamente um libertário, confirma os preconceitos expressos nas Escrituras Sagradas.

                            Daí eu ter colocado emblemas = SOBERANAS = SATANÁS, isto é, emblemas da razão = SOBERANAS DO MAL. É inevitável.

                            Nós lutamos séculos e milênios pela liberdade, sem nada conseguir, se tomarmos como certa a Rede.

                            A coisa se repete em todos os níveis que eu tenha tido chance de traduzir nos cognatos, a partir das chaves identificadas no início do modelo, quando eu não poderia esperar nada disso, pelo contrário, contava que o mundo fosse libertário também.

                            É uma decepção total para mim.
                            Vitória, quinta-feira, 6 de junho de 2002.