sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Asteroides

 

                            O livro de Freeman Dyson, Infinito em Todas as Direções (do gene à conquista do universo), São Paulo, Best Seller (Nova Cultural) s/d (provavelmente 1990) tem original de 1988 e traz no artigo 2, Borboletas e Supercordas, p. 23 e ss, especialmente 34 em diante informações sobre a queda de cometas, como já falei no artigo do Livro 3, Ducha de Cometas.

                            O livro de Carl Sagan e Ann Druyan, Cometa, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1986, tem original americano de 1985, e é, portanto, anterior ao outro em três anos. Como em geral são elaborados sobre bases de dados do ano antecedente, o de Sagan/Druyan refere-se a 1984, enquanto o de Dyson refere-se a 1987.

                            Enquanto Dyson coloca um ciclo de 26 milhões de anos, Sagan e Druyan falam em 30 milhões. Estou mais para acreditar em Dyson, porque, como podemos ler no artigo citado, começando em 13 milhões de anos (estamos no meio do ciclo) e remontando, podemos chegar a 39, 65, 81 milhões de anos no passado, etc., que coincidem em vários pontos com as grandes extinções, por exemplo, a de 65 milhões de anos, que extinguiu os dinossauros. Além disso, os dados de Dyson provém de medições dos geólogos.

                            Sagan/Druyan (S/D) dizem, p. 298: “ (…) descobriu-se que o período entre um cruzamento do plano galático e o outro pelo Sol e seu séqüito de planetas e cometas é cerca de 33 milhões de anos”. Não há jeito de 33 coincidirem com os 26 de Dyson, nem sequer com os 30 de S/D.

                            Adiante S/D dizem: “(...) se o Sol tiver uma companheira invisível em uma órbita específica, as extinções regulares podem então ser entendidas”, itálico no original. É a hipótese de Nemêsis, dos astrônomos citados no artigo citado. Então S/D supõe que a estrela companheira esteja a 90.000 UA, coisa de 1,4 ano-luz. Fiz as contas. Se uma UA (unidade astronômica) vale 150 milhões de km e o ano-luz tem 300.000 x 365,2427 x 24 x 60 x 60 = 9,5. 1012 km = 9,5 trilhões de km, então 1 AL = 63.114 UA, seguindo-se que 1,4 AL = 88.360 UA e não 90.000 mesmo. Chega perto, mas não é igual. Não há precisão no apontamento de S/D, porém é errado não dar os valores corretos, pois pode ser induzido o erro.

                            O 1,4 AL de S/D é diferente da suposição de Dyson após os astrônomos, de 2,5 AL. Como vimos, neste último caso a ternária de Centauro competiria com o Sol, vencendo sempre. E assim como a Lua é satélite duplo, simultaneamente da Terra e do Sol, com Nemêsis aconteceria o mesmo. Mesmo que Nemêsis girasse em torno do Sol estaria irremediavelmente sendo atraída pela ternária.

                            A estimativa de S/D de 1,4 AL coloca a presumida companheira invisível dentro dos 2,15 AL que constituem a metade da distância de 4,30 AL até a ternária. Como a massa conjunta do sistema estelar de Centauro é bem maior que o do sistema solar, o empate gravitacional se aproximaria deste, não sei quanto.

                            S/D falam da Nuvem de Öort, que começa logo depois de Plutão, que fica a 7,375 bilhões de km do Sol, ou 49,2 UA, logo ali em termos astronômicos. A NUVEM INTERNA vai de próximo de 50 UA até 20.000 UA, enquanto a NUVEM EXTERNA vai de 50.000 a 100.000 UA, neste último caso além dos 90.000 UA da companheira.

                            S/D dizem que ela se aproxima até 10.000 UA, 200 vezes além de Plutão, conseqüentemente dentro da Nuvem Interior, enquanto o desenho da p. 301 mostra outra coisa, a estrela vindo de fora e entrando nas Nuvens Cometárias de Öort.

                            Nessa página S/D dizem: “Durante seu mergulho no interior da Nuvem de Oort, a estrela companheira espalharia bilhões de cometas dentro do sistema solar”, grifo e negrito meus. Na p. 196 dizem: “a estrela faria um buraco através da Nuvem de Oort, de aproximadamente 1.000 UA, que seria gradualmente consertado”. E na p. 196: “Se dermos espaço para a Nuvem de Oort interior, concluiremos que o número total de cometas girando em torno do Sol pode ser de 100 trilhões”. Mais abaixo: “Mas o número de cometas está equilibrado na imensidão do espaço ocupado, e a distância típica de um para outro é em torno de 20 U.A., quase a mesma distância da Terra a Urano”. A do Sol a Urano é 2.735 milhões de km ou 18,2 UA.

                            Um diâmetro de 1.000 UA equivale a um raio de 500 UA, o círculo tendo então A = π.r2 = 3,141592 x (500)2 = 785.398 (UA)2. Como as duas faixas são de (20 – 10) mil = 10 mil UA e de (90 – 50) mil = 40 mil UA, temos que a companheira percorreu, somada as parcelas, a distância de (10 + 40) mil = 50 mil UA VEZES a área acima, ou seja, 4,0. 1010 (AL)3.

                            Como a distância média estimada entre dois cometas é de 20 UA, o lado do cubo no qual cada um está centrado (se tomássemos uma esfera sobraria um espaço que faria diferença no cômputo) seria de 10 UA e o volume 1000 (UA)3 ou 10 x 10 x 10. NA VINDA a companheira arrastaria nada menos que 40 milhões de cometas (e não bilhões), entregaria sua carga no sistema solar e iria embora, NA IDA levando outro tanto para rearranjar as Nuvens. Como os geólogos estimaram que as extinções por queda das duchas de cometas duram de um a dois milhões de anos, supondo um milhão teríamos quatro cometas/ano e supondo dois milhões dois cometas/ano.

                            Contudo, S/D citam, p. 297: “Hills prossegue para deduzir que uma estrela de passagem há (SIC) somente 3.000 UA do Sol produziria uma chuva cometária no interior da Nuvem de Oort que geraria um novo cometa a cada hora nas proximidades da Terra”.

                            Não dois ou quatro por ano e sim UM A CADA HORA.

                            Um desastre total.

                            Pois mesmo vindo a apenas 10 mil UA, a gravidade do Sol faria o trabalho e puxaria os cometas. Ainda que fosse apenas dois por ano e a Terra pegando só um por cento, ainda ficaríamos com um a cada duzentos anos. Na hipótese mais favorável de apenas um milhão de anos, cairiam ainda cinco mil na Terra. Como S/D dão a hipótese de cometas de um quilômetro de diâmetro, cada um abrindo cratera de 10 vezes esse comprimento, seriam CINCO MIL crateras de no mínimo 10 km pipocando no planeta. Não apenas UM GRANDE de 15 km, mas cinco mil pequenos num milhão de anos. É difícil imaginar como a Vida se recuperaria com tão grande e tão constante bombardeio.

                            Se, como imaginei, Marte e Lua são os grandes escudeiros da Terra, para não falar no Sol e em Júpiter, detiveram grande parte do bombardeio, como demonstram as crateras. Ainda assim sobraria muito.

                            Parece improvável.

                            Difícil acreditar que a companheira toque as Nuvens Cometárias Interna e Externa. O mecanismo parece ser outro. Se tocasse, o descamamento da Lua, de Mercúrio e de Marte permitiriam seqüenciar as quedas, medindo a descida progressiva dos cometas ou meteoritos por seus impactos gravados nas superfícies.

                            S/D dizem que o Sol e seu sistema (e, naturalmente, toda a constelação de que fazemos parte) encontram nuvens imensas de poeira. Devemos pensar que o Sol gira a 30 ou 33 mil AL do centro galático em 225 ou 250 milhões de anos, conforme os autores. Se o Sol tem 4,8 bilhões de anos já fez de 21 a 19 voltas em torno da Galáxia. Como estrelas vivem explodindo por ai, nos tempos astronômicos, produzem gás e poeira interestelar aos montes. Eventualmente essa passagem pode acontecer. Entrementes o Sol e a constelação estão passando na mesma região do céu, formando um toróide circular, um anel oco, no qual já passaram pelo menos 20 vezes. Não pode restar muita coisa, mesmo com as explosões. Qual a chance delas ocorrerem precisamente no caminho?

                            Por outro lado, no caso da companheira, com período de 26 milhões de anos, na idade do Sol ela teria feito o caminho 185 vezes; quantos cometas ainda estariam na posição dentro do toróide?

                            S/D dizem na p. 304: “Haveria uma situação mais desastrosa do que a provocada por uma chuva de cometas se Nemêsis fosse perturbada em uma órbita que a levaria para dentro do sistema planetário. Neste caso, poderia separar diretamente alguns planetas do sistema solar. Deixaria os remanescentes em órbitas altamente excêntricas que produziriam uma situação perigosa, de movimentação rápida... Uma Nemêsis com um eixo semimaior de 90.000 U.A. é perigosa para a vida na Terra, mas uma no bordo interior da Nuvem de Oort provavelmente produziria uma catástrofe de proporções verdadeiramente cosmológicas”, (J. G. Hills, Coerções Dinâmicas na Massa e na Distância do Periélio de Nemêsis e a Estabilidade de sua Órbita, Nature, volume 311, p. 636, 1984), grifo meu.

                            Como colocado em Ducha de Cometas, meu pensamento é que Nemêsis fica para cima (ou para baixo) da eclíptica galática, entrando mesmo no sistema solar, e que o Cinturão de Asteróides (muito menor que as Nuvens de Öort) é que é perturbado fortemente. Ou o CA é uma faixa relativa a um mundo não formado, ou destruído, ou é o depositório de cometas extintos captados pelo Sol, ou é simplesmente o lugar de formação dos meteoritos, a partir da protonuvem que deu lugar ao sistema solar.

                            Indica isso pensar que Próxima do Centauro orbita a dupla-estrela a uma distância de 10 mil UA, sendo vista da Terra, a mais de 270 mil UA, correspondendo aos 4,3 AL até o conjunto, desde o Sol. A companheira deveria ser muito escura, realmente, para passar totalmente desapercebida a apenas 90 mil UA, 1/3 da distância acima. Como é que Próxima (de 11ª. magnitude, brilhando 20 mil vezes menos que o Sol, diz Rogério Ronaldo de Freitas Mourão, em seu livro, Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1987, p.653) é vista a três a distância da companheira, e esta não?

                            Como, dizem os autores, a companheira estaria no ponto mais distante, a gente no meio do ciclo, 13 milhões de anos antes e daqui a 13 milhões de anos, ela só pode estar fora do plano, dificilmente na perpendicular, mais certo que inclinada, deitando-se progressivamente para o plano. Não é uma estrela, é um planeta estranho.

                            Se entra dentro do sistema solar, inclusive dentro do SS interior, junto aos terrestróides, pode mexer constantemente com o Cinturão. Pode até ter deslocado a Lua, antes um planeta ou um satélite de Júpiter ou Saturno, para a posição atual, PORQUE a Lua NUNCA pertenceu mesmo à Terra, nunca esteve sob domínio desta (veja o artigo do Livro 3, A Luta pela Posse).

                            Tudo que está até 23 milhões de quilômetros de Júpiter é exclusivamente dele. Já vimos que Nemêsis não pode ser uma estrela, ou brilharia e já teria sido descoberta pelos astrônomos (que, no meu modo de pensar, estão olhando na direção errada; mas, se ela brilhasse, seria descoberta de qualquer modo, estando em qualquer direção – não é uma estrela, é um planeta). Para disputar gravitacionalmente com o Sol deve passar bem perto do Cinturão e SER GRANDE, caso passe além do Cinturão. Se passar antes, o seu campo se somaria ao do Sol para atrair para este os meteoritos. Júpiter não tem autoridade gravitacional sobre o Cinturão, ele é do Sol. Se a companheira passasse além do Cinturão (mas perto dele para arrastar para fora os meteoritos, contra o puxão solar), levaria os meteoritos todos com ela, não sobraria nenhum para o SS; com o tempo incorporaria os meteoritos e ficaria cada vez maior.

                            É só se passar DENTRO DO SISTEMA SOLAR INTERIOR que a companheira somará seus efeitos ao do Sol, deslocando os meteoritos para baixo ao descer e para cima ao subir (ou vice-versa). Sendo ela bem menor, o Sol capturaria os meteoritos progressivamente, puxando-os de volta para a eclíptica, de onde eles cairiam nos poços gravitacionais dos planetas e da Lua. Como a companheira teria ido parar numa órbita diferente da eclíptica?

                            É preciso lembrar também que há o Enxame de Meteoritos em torno da Terra. Em torno do Sol, mais propriamente, pois a Terra é um apêndice (fundamental) do Sol. Milhões e milhões dos pequeninos, dos quais foram cartografados poucos, até agora. Ora, a companheira mexeria com isso tudo, baralhando as coisas tremendamente, a cada 26 milhões de anos. Como o campo gravinercial do SS-interior reorganizaria tudo para não acontecerem quedas indiscriminadas? As perguntas colocam testes ainda mais sérios.

                            Pois agora teríamos:

1)      É um planeta (pequeno se dentro, grande se fora do SSI):

2)     Passa perto do Cinturão de Asteróides, ou em sua extrema velocidade (num plano inclinado) não teria tempo de arrancar nada de relevante;

3)     Transtornou a posição da Lua (que talvez fosse satélite de um dos mundos grandes ou fosse um planeta independente), que tem idade maior que a da Terra;

4)     Como dizem os autores, tem fertilizado a Vida na Terra, permitindo mutações “rápidas”, a cada 26 milhões de anos, desde muito antes, passando pela Explosão Cambriana até o começo dos dinossauros há 250 milhões de anos e a extinção deles há 65 milhões de anos.

Enfim, é um cenário todo novo, que realmente muda nossas concepções a respeito de nossa posição no universo.

                            Vitória, sábado, 22 de junho de 2002.

Apontamento Útil

 

                            O texto de Arthur Barrionuevo Filho, Política de Comércio Exterior e Crescimento Industrial no Brasil, que saiu na RAE, Revista de Administração de Empresas, abr./jun. 1997 conclui:

                            1) “Para concluir, pode-se dizer que o processo de substituição de importações no Brasil aproveitou a existência de escalas de mercado interno para prosseguir no processo de industrialização voltado para dentro com maior sucesso do que países pequenos”. O desejo de ‘independência nacional’ encontrou um campo fértil nesta estratégia“.

                            2) “Todos esses problemas, agravados pela crise do endividamento externo, se tornarão patentes no decorrer dos anos 80, implicando uma necessidade de mudanças profundas na política comercial, que começa a ocorrer em 1990”.

                            Porém são falsas conclusões, porque nada no texto aponta essas passagens COMO DEDUÇÕES LÓGICAS. A Economia não é ainda uma ciência, é uma dissertação filosófica que quer ter foros tecnocientíficos. Não realizou o corte epistemológico, de conhecimento, e não é matematizada, ao contrário do que em geral pensam, porisso mesmo não poderia nunca levar à dedutividade.

                            Da ausência de premissas o autor deduziu coisas válidas.

                            São válidas não porque ele tenha corretamente deduzido, o que não fez, e sim porque podemos apenas tirá-las das notícias dos jornais. Essas interpretações estão em toda parte, e seriam teses das quais se pede justamente a demonstração. Quase qualquer um poderia tê-las citado, sendo desnecessário discorrer em várias páginas para tal.

                            Poderia ter trilhado, como tese de dissertação, o caminho do apontamento do ciclo de oposições entre períodos de dominância das exportações e das importações, quiçá redefinindo a visão popular, mostrando que o Brasil não tem uma políticadministração única, afiada de um lado só, a da defesa intransigente da nacionalidade, como a Coréia do Sul e Japão, por exemplo, para não citar outros, e que aqui a coisa varia entre a preservação exagerada e o entregacionismo, a superentregação, a entregação levada ao nível de religião de certos grupos, ou seja, a políticadministração governempresarial brasileira é uma gilete, uma espada (pequena) de dois gumes.  Ora se vai muito às exportações, em busca de divisas, ora às importações, no ritmo do saudosismo da dependência portuguesa da Inglaterra, como depois de 1989, com a abertura de Collor.

                            Ele poderia perfeitamente ter criado um quadro (com o Excel é fácil), plotando a função oscilante esquerda-direita, uma senóide qualquer, entre um e outro “destino manifesto” da burguesia dependente local, o da superproteção dos produtores internos, chamada eufemisticamente “política de substituição das importações”, ou de industrialização interna, e a cooptação externa, quando o país é arrebentado a partir de dentro pelos entreguistas, tipo Collor, Itamar e FHC, a título de globalização ingênua.

                            Infelizmente o autor junta dados (demais), cuja interpretação fica pendente. E fica pendente porque não há orientação científica/técnica, não há obediência ao método tecnocientífico, que remonta a Galileo Galilei, dito Galileu (físico e astrônomo italiano, 1564 – 1642, 78 anos entre datas) e Francis Bacon (filósofo inglês, 1561 – 1626, 65 anos entre datas).

                            Definitivamente a Economia, como Psicologia que é, não está matematizada, não realizou o corte matemático que a teoria do conhecimento ou epistemologia exige. Os economistas juntam a mais reles álgebra a seus quadros infantilóides como demonstração de nada, querendo com isso dar foros de autenticidade à sua pseudociência.

                            O autor fala de coisas triviais {“o PIB (Produto Interno Bruto) per capita quadruplicado em 30 anos”} ou aborrecidamente tolas {“nota-se ainda que a continuidade da urbanização, que neste cenário significou piora das condições de vida nas cidades” (por quê as pessoas continuariam vindo?)}, ou constata o óbvio nas tabelas {“durante todo o período que vai de 1946 a 1964 uma característica constante na política comercial foi a sobrevalorização cambial”}. O que queremos saber é o que provocou isso, ou o que se seguiu a isso. Faça apontamentos úteis!

                            A gente quer progredir no conhecimento e não ficar dando espaço a quem só sabe repetir o já sabido. As exposições não podem constituir colagens, trabalhos infantis. Precisamos do velho causa-efeito. O quê, dentre os elementos disponíveis, causou e o quê foi causado? O quê implica o quê?

                            Isso é o que está exposto em Bacon.

                            Qual é o elemento crucial?

                            Que elementos, sendo modificados, fazem aparecer nos demais do ambiente (o conjunto operativo da função), seletivamente e contra-seletivamente, indutiva e contra-indutivamente, múltiplos e submúltiplos, ou seja, como podemos prever a manifestação ambiental (nos municípios/cidades, nos estados, nas nações e no mundo) das modificações dos vetores pessoais (introduzidas pelos indivíduos, pelas famílias, pelos grupos e pelas empresas)?

                            A previsibilidade é quase tudo.

                            Queremos adquirir domínio dos ambientes e das pessoas, queremos estar prevenidos. SE as dissertações não fazem esses apontamentos estamos em iguais condições às de quaisquer uns; e, SE É ASSIM, para quê ler?

                            Tudo se prende aos apontamentos úteis, conforme o título do artigo. Beleza é interessante, é engraçadinha, mas não põe mesa, não fornece alimento duradouro – só a utilidade faz isso. A beleza fenece, morre, daí todos preferirem em longo prazo o que dá sustentação, a utilidade, mesmo se feia, mesmo se numa apresentação não valorizada exteriormente.

                            O autor segue seus pares, faz uma apresentação bonitinha que nada nos diz, que nada acrescenta, é totalmente inútil, é uma perda de tempo, de papel, de recursos que estariam mais bem aplicados de outro modo.

                            Vitória, domingo, 16 de junho de 2002.

Alienação do Trabalho

 

                            No livro de Leandro Konder, O Que é Dialética, São Paulo, Abril Cultural & Brasiliense, 1985, página 30, ele diz: “‘Divisão do trabalho e propriedade privada’ – escreveu Marx – ‘são termos idênticos: um diz em relação à exploração do trabalho escravo a mesma coisa que o outro diz em relação ao produto da exploração do trabalho escravo’”.

                            “As condições criadas pela divisão do trabalho e pela propriedade privada introduziram um ‘estranhamento’ entre o trabalhador e o trabalho, na medida em que o produto do trabalho, antes mesmo de o trabalho se realizar, pertence a outra pessoa que não o trabalhador. Por isso, em lugar de realizar no seu trabalho, o ser humano se aliena nele; em lugar de reconhecer-se em suas próprias criações, o ser humano se sente ameaçado por elas; em lugar de libertar-se, acaba enrolado em novas opressões”, itálico no autor.

                            Acontece que o ser humano não pode, por natureza, abarcar toda a realidade. Vejamos as pessoas (4): indivíduos, famílias, grupos e empresas. E os ambientes (4): municípios/cidades, estados, nações e mundo. Em níveis crescentes de complexidade. E os níveis mentais (7): povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos/sábios e iluminados. Depois, temos a psicologia de cada conjunto (seis parâmetros): espaço, psicanálise (figura), psico-síntese (objetivos), economia (produção), sociologia (organização). Qual economia: agropecuária/extrativista, industrial, comercial, de serviços ou bancária)?

                            As profissões são, segundo dizem, 6,5 mil, todas diferentes, e a pessoa deve se orientar para elas.

                            Em qual nível educacional: 1º, 2º ou 3º graus, mestrado, doutorado ou pós-doutorado?

                            Em qual mundo: primeiro, segundo, terceiro ou quarto?

                            Em qual partido (são nove): conhecimento alto (Magia, Teologia, Filosofia ou Ciência), conhecimento baixo (Arte, Religião, Ideologia e Técnica) ou Matemática? Em que nível da pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 ou Dialógica/p.6) ou técnica (Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5 ou Discursiva/X6)?

                            Com que Chave do TER (CT) [matéria, energia e informação] ou Chave do SER (CS) [memória, inteligência e controle]?

                            E quanto às tecnartes do corpo (visão: pintura, desenho, dança, poesia, prosa, fotografia, moda, etc.; paladar: comidas, bebidas, temperos, pastas, etc.; olfato: perfumaria, etc.; audição: músicas, discursos, etc.; tato: cinema, teatro, esculturação, paisagismo/jardinagem, tapeçaria, arquiengenharia, urbanismo, decoração, etc.)?

                            Em qual classe do labor: operária, intelectual, financista, militar ou burocrática? Em que sexo: macho, fêmea, pseudo-homem ou pseudomulher? Em que espaçotempo políticadministrativo: escravista, feudalista, capitalista, socialista, comunista ou anarquista? Embora nasçamos no ET capitalista, temos de escolher como vamos nos comportar.

                            Conforme escrevi em A Troca de Info-Controle (Livro 2), sobre como as crianças são muito superiores a nós em termos de rapidez e confiabilidade do aprendizado, não é fácil para ninguém aprender. Embora Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Mao, Fidel, Che Guevara, Ho Shi Min e outros revolucionários sejam meus heróis, não posso esconder minha discordância de Marx. Durante muito tempo, não querendo me opor a nada do que eles dissessem, face ao fato de que qualquer mínima coisa deles ainda ser mais importante que qualquer grande coisa dos burgueses, não quis me pronuncia, mas a verdade é que isso está errado.

                            Todos os seres humanos são alienados, afastados de si, separados uns dos outros, arrebatados, até endoidecidos, enlouquecidos. Todos, absolutamente todos, menos 2,5 %, que têm algum equilíbrio, não muito significativo; e a coisa fica maior e pior a cada ano que passa, dada a quantidade incontrolável de informações que devemos administrar.

                            Evidente que a propriedade privada CAPITALISTA é 3/6 alienada, faltando-lhe as compreensões socialista, comunista e anarquista. É claro, é cristalino. Mas ela é 2/6, quase outros 3/6 desalienada, tendo avançado até a terceira onda. O avanço é inegável. Senão, não estaríamos chegando às portas do socialismo efetivo nos países mais avançados do primeiro mundo. NÃO EXISTE outro socialismo de primeira onda (que é o mesmo capitalismo de quarta onda, bem próximo).

                            Agora, dizer que a divisão do trabalho é alienação, é loucura.

                            Poderíamos dizer, num truísmo, que a divisão CAPITALISTA do trabalho é alienada, como todas serão, exceto no fim.

                            SEMPRE haverá divisão do trabalho, pois criança não pode fazer o mesmo trabalho de adulto, nem velho de jovem, nem homem parir como a mulher. E há o conhecimento, que reparte mesmo o trabalho; como seríamos todos superespecializados num fragmentozinho duma técnica sutilíssima da bioengenharia?

                            Então, não é verdade que propriedade privada = divisão do trabalho. Nem de longe. Não ver isso é forçar em favor do socialismo, e dificilmente poderei crer que o teremos com mentiras e subterfúgios. É a mesma coisa do abuso de certos negros que desejam subjugar a cultura não-negra com base em revanchismos e racismos às avessas. Isso não dará certo.

                            A pureza de propósitos não é burguesa, ela é condição de evolução mais rápida para toda a espécie humana. A pureza dos atos, mais ainda, tal como disse Buda, no Óctuplo Caminho.

                            Vitória, terça-feira, 28 de maio de 2002.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016


Mão Esquerda e Mão Direita

 

Chegamos àquelas quatro formas PESSOAIS (individuais, familiares, grupais, empresariais) de evidenciar (de dentro para fora, empurrada, oferta) e AMBIENTAIS (municipais-urbanas, estaduais, nacionais, mundial) de superevidenciar (de fora para dentro, puxada, demanda, por exemplo, de artistas e esportistas com que enganar o povo com circo) de manifestar orgulho ou vaidade.

FORMAS DO ORGULHO (a mão esquerda da criação)

ORGULHO.
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Beleza.
 
Fama.
 
Poder.
 
Riqueza.
 

Como em toda as coisas tem de haver equilíbrio, chamado soma zero, é necessário que haja outra mão, a direita, com os antônimos para formar os pares polares oposto-complementares.

Antônimos:

1.       De beleza a feiura;

2.      De fama o anonimato;

3.      De poder a impotência;

4.     De riqueza a penúria.

Quem em nossa civilização do agoraqui quer essas coisas? Quem deseja ser feio, desconhecido, não-ouvido e pobre? Veja, os santos desejam. Os santos são justamente assim, procuram apagar nas negações, que é o que, acredito agora, interessa a Deus. Como a civilização poderá prosperar nestes termos? De pronto, tudo é 50/50, você não conseguiria evitar que 50 % se interessassem por se distanciar de Deus para se apegar às falsificações da Natureza.

Então, há a mão direita da criação.

Para começar, 50 % não se interessam minimamente por ela; os outros 50 %, sim, porém são atraídos pela exposição e superexposição orgulhosa ou vaidosa e sobram somente 2,5 % de firmes e seus aderentes, os que miram o caráter e a verdadeira nobreza.

Vitória, quinta-feira, 15 de dezembro de 2016.

GAVA.

Invenção dos Brancos

 

MAPA RACIAL DO MUNDO

 
Europa (brancos).
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América (vermelhos).
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Imagem relacionada
Ásia (amarelos).
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África (negros).
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Como já vimos repetidamente, é a Natureza (e não Deus) quem cria as coisas (e não as realidades, presentes em Deus), todas imperfeitamente a partir dos moldes perfeitos. Criando ao acaso, ela modela dos ambientes.

No caso dos brancos, o ambiente era gelado a maior parte do tempo, ¾ do tempo, era nevado metade do ano, implicando tornar o agente tão invisível quanto possível durante o dia, porque de noite as feras hibernavam para não gastar energia tão difícil de obter, já que à presença do frio diário se somava a ausência do calor do Sol durante a noite: através do dia o disfarce seria a pele, o cabelo, os olhos claros – tão oculto quanto possível. Na África seria importante escurecer a pele, os cabelos, os olhos durante a noite, pois nessas 12 horas as feras não estavam inertes, pelo contrário, dormiam à sombra durante o dia. Noutros continentes, outros fatores interviram, os psicólogos-p.3 (os que acreditam que somos animais chamam de biólogos-p.2) é que vão poder dizer.

Como os brancos foram inventados?

INVENÇÃO.
QUE OS PESQUISADORES DIGAM.
Geológica (foi a da Terra).
 
Paleontológica (foi a da Vida geral).
 
Antropológica (foi a dos racionais, hominídeos derivados dos primatas).
 
Arqueológica (das primeiras civilizações).
As duas que estamos buscando aqui.
Geo-histórica.

O que os ambientes exigiram das raças?

Podemos ver que o conceito de raça não só existe como é importantíssimo para indicar como a Natureza nos extraiu da Terra, dos acasos especiais que o planeta ofereceu.

Como a Natureza moldou as raças?

A Natureza tira o que os ambientes oferecem: em Marte tiraria outros.

Então, como a Natureza nos inventou na Terra?

Vitória, quinta-feira, 15 de dezembro de 2016.

GAVA.

Todo Mundo Será Igual Fazendo Valer a CF

 

O ARTIGO MAIS IMPORTANTE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ELA O FUNDAMENTA (e não há nenhum mais traído e espezinhado)

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Artigo 5º da CF/88, mas não deste jeito que Ziraldo colocou: a igualdade pretendida e necessária-suficiente é a liberdade política, a do respeito de todos e cada um por cada um e todos (como mostrei em A Beleza da Desigualdade).

Já vimos que a Rede Cognata diz que liberdade = IGUALDADE, o que eu não via antes. Quer dizer, a igualdade é uma média, é um índice de nacionalidade, de civilização, de cultura, é o ápice do país, o cume de nossa existência nacional: na medida em que somos iguais é que somos livres para, por exemplo, ir e vir.

ASSIM

IGUALDADE
=
LIBERDADE

Dizer “todos são iguais perante a lei” é o mesmo que dizer que “todos são livres perante a lei” – um deputado não é mais livre que um mendigo, nem a ministra Carmen Lúcia do STF mais que um doqueiro.

ESTE é o princípio fundamental, o que dá base a qualquer nação.

“Todo mundo será igual fazendo valer a CF” = TODO MUNDO SERÁ LIVRE FAZENDO VALER A CF”. Vale lembrar, que livre em média, pois alguns terão mais liberdades que outros, digamos aquele possuidor de moto de três mil cilindradas perante o proprietário de bicicleta velha. Contudo serão, politicamente, igualmente livres.

Vitória, quinta-feira, 15 de dezembro de 2016.

GAVA.