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Bomba relógio da dívida
dos Estados Unidos
Julio Severo - quinta jan. 29
Desculpe, mas o problema que vou mostrar não dá
para ninguém culpar num dos dois grandes partidos dos EUA. Sim, o presidente
Barack Obama tornou o problema muito, muito pior, mas a verdade assustadora é
que a dívida nacional dos EUA continua aumentando implacavelmente não importa
quem ou qual partido esteja no governo dos EUA. Essa é a nova lei da política
americana.
Isto é $18.000.000.000.000. Todos sabemos que 18
milhões é muito dinheiro. Mas, nesse caso, é 18 milhões de dólares vezes
outro milhão. Esse número é tão gigantesco que não vamos compreendê-lo nem
conseguiremos compreendê-lo. Quando cheguei pela primeira vez a Washington no
início da década de 1980, a dívida estava em torno de 2 trilhões de dólares.
Nesta semana, 30 anos e cinco presidentes depois, a dívida excedeu pela
primeira vez 18 trilhões de dólares. Nos últimos 40 anos — com exceção de
apenas 4 anos —, os EUA estão no vermelho.
Muitos americanos dizem:
- Por que se preocupar?
- Devemos essa dívida para nós mesmos.
- A poderosa economia americana é grande o
suficiente para absorver essa dívida.
- Os EUA foram construídos em dívida.
- Não existe melhor época para tomar
emprestado do que quando as taxas de juro são as mais baixas em 40 anos.
Algumas dessas afirmações têm alguma verdade. Com
certeza, os EUA têm uma economia de quase 18 trilhões de dólares, mas o
problema da dívida está aumentando mais do que a economia.
Só nos últimos sete anos — o último ano do
governo de George W. Bush e os primeiros seis anos do governo de Obama — a
dívida aumentou cerca de 7,4 trilhões de dólares — 10 vezes mais do que toda
a dívida que os EUA tiveram em seus primeiros 200 anos de história como
nação.
Minha opinião é que a dívida que o governo faz
nem sempre é inerentemente má. A sabedoria de tomar emprestado depende do
modo como se usa o dinheiro:
- Os EUA tomaram emprestados trilhões (no
dólar de hoje) para ganhar a 2ª Guerra Mundial. Com certeza valeu a
pena.
- Os EUA tomaram emprestado outro 1,8 trilhão
de dólares durante os anos Reagan para financiar medidas para ganhar a
Guerra Fria e reconstruir a economia privada com cortes de impostos,
claramente beneficiando gerações futuras, de modo que assumissem parte das
despesas.
Mas o que os EUA compraram com a maior parte de
sua dívida nas últimas duas décadas é um Estado assistencialista maior e mais
expansivo. Quase metade dos lares americanos, de acordo com a agência de
recenseamento dos EUA, recebe ajuda financeira do governo ou um benefício
direto do governo hoje. Mais de um terço dos lares americanos recebe algum
tipo de benefício governamental sem trabalhar.
Obama chamou essas políticas, que envolvem gastar
e tomar emprestado, de “estímulo. ” Será mesmo?
O que é que as dívidas do governo de Obama
mostram? O escândalo Solyndra. Quarente e seis milhões de bolsas-família.
O colapso do sistema de saúde público de Obama. Etc.
Esta é uma das primeiras vezes na história
americana (a era pós-Guerra do Vietnã é outra) em que os EUA abriram as
comportas de empréstimos numa época em que o orçamento de suas forças armadas
tem sido cortado de forma drástica.
Eis a maior preocupação com uma dívida de 18
trilhões de dólares: O que acontecerá se/quando as taxas de juros voltarem a
subir?
Resposta: esse é o equivalente econômico da opção
nuclear.
Cada aumento de 1 ponto de percentagem faz com
que o déficit dos EUA aumente em mais que 1 trilhão de dólares durante 10
anos. Então um aumento de ponto de base de 300 em índices — nada mais que uma
volta à normalidade — significaria cerca de 5 trilhões de dólares em déficits
federais.
Se isso acontecer, os custos de manter a dívida
crescem astronomicamente e os pagamentos de juros se tornariam o maior item
de despesa no orçamento. Os americanos começam a pagar mais e mais impostos
só para financiar os empréstimos que tomaram no passado.
Foi isso o que aconteceu na cidade de Detroit;
olhe o resultado final: Detroit hoje é uma cidade falida.
Talvez essa bolha não vá estourar. Os americanos
precisam orar para que não estoure. Se estourar, o colapso imobiliário de
2008-2009 vai parecer piquenique em comparação.
Os políticos acham que estão trapaceando aqui,
mas a vasta maioria dos americanos sente que a economia está na direção
errada em grande parte por causa dessa bomba relógio de dívida.
Esse quadro explica por que as políticas de
Barack Obama foram totalmente destroçadas durante as eleições do Congresso
dos EUA em novembro passado. Uma grande nação não registra contas não pagas
mês após mês, ano após ano, década após década. O bom senso básico dos
americanos lhes diz que não dá para se manter no caminho da prosperidade à
custa de empréstimos e dívidas.
Oh, e os EUA continuam tomando emprestado um
trilhão de dólares por ano. Então, a dívida provavelmente atingirá 20
trilhões de dólares em algum momento antes de 2018. Vai ser difícil os EUA
terem dias melhores.
*Stephen Moore é o principal economista da
Fundação Heritage.
Traduzido por Julio Severo do artigo da CBN News:
The United States of Debt: A Ticking Time Bomb
Fonte: www.juliosevero.com
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