Medicina Egípcia

 

No livro de Jürgen Thorwald (alemão, 1915-2006, 91 anos entre datas), O Segrego dos Médicos Antigos, São Paulo, Melhoramentos, aparentemente 1985 (sobre original de 1962), as páginas de 13 a 104 são dedicadas aos egípcios antigos, com o título de “Suno ou os médicos antigos do rio Nilo”.

Pesquisando com os recursos de antes de 1962, os arqueólogos conseguiram saber muitas coisas notáveis.

Para começar, leia isto: “Num repente de admiração, Carus [Karl Gustav, alemão, 1789-1869] exclamou que tais construções só poderiam ser os testemunhos de uma ciência antiquíssima, porém esquecida, cuja grandeza devia fazer corar a humanidade do século XIX”.

E na página 93: “Ekhet-Aton [a cidade de Akenaton, Amenófis IV, segundo Freud, Moisés, com o que concordo], com suas largas avenidas arborizadas, dispunha, ao que tudo indica, de canais que corriam pelo centro dessas avenidas. Com muita água despejava-se nesses canais, durante a noite, os dejetos dos banheiros”. Era lá por 1300 a.C., melhor que na Europa 2.800 anos depois.

De passagem o autor diz na página 22 que o rei Zoser [Djoser, José, primeiro ou segundo faraó da terceira dinastia, 2691 e 2625 a.C.], “quando as águas do Nilo falharam sete anos em seguida...” – parece que os judeus copiaram os egípcios e suas histórias ou lendas antigas.

AS DOENÇAS DE LÁ

PÁGINA	CITAÇÃO
34	“(...) artrite – mais popularmente chamada reumatismo (...)”.
36	“A artrite, tão difundida nas classes dominantes, era ainda mais frequente nos lavradores, para não falar dos escravos”.
34	“(...) os antigos egípcios sofriam, pelo menos no mesmo grau, de problemas odontológicos e de destruição dos dentes que afligem as pessoas de nossa civilização” [os romanos não tinham esses problemas, porque não tinham açúcar, comiam frutas; aparentemente a civilização urbana muito avançada do Egito antigo proporcionava muito açúcar].
38	“E Elliot Smith conseguiu comprovar, também, que os antigos egípcios sofriam de pleurisia”.
39	“É este justamente um fenômeno típico da doença de Pott: a formação de um bolsão de pus tuberculoso debaixo de um certo músculo da região lombar”.
	“(...) foram encontrados casais, homens, mulheres e crianças, todos mortos pela tuberculose da espinha dorsal, sepultados lado a lado, no mesmo túmulo”
	“(...) (1085-950 a.C.) cálculos biliares indubitáveis”.
	“Mas o incansável Smith não desistiu até que pudesse informar, também, sobre a ocorrência de apendicites no Antigo Egito”.
46	“(...) no pescoço da rainha [Cleópatra], se não poderia tratar-se de um sinal de aumento da tireoide”.
76	“(...) guardião da extremidade do intestino real” [o ânus do faraó, provavelmente hemorroidas].

OS REMÉDIOS DE LÁ

PÁGINA	CITAÇÃO
48	[Papiro Ebers] “Começa aqui o livro de produção dos remédios para todas as partes do corpo humano...”.
	“O papiro apresentava 279 linhas escritas que pareciam indicar receitas de medicamentos”.
51	“Parece que os excrementos eram considerados meio de repelir os espíritos maléficos do corpo” [as boas bactérias, como de 1986 para cá os médicos vêm pesquisando].
57	“(...) folhas de salgueiro (...)” [Aspirina].
60	“Havia nele [o papiro já citado] cerca de novecentas receitas”.
	“(...) os egípcios conheciam pelo menos um terço de todos os remédios registrados nos modernos [antes de 1962] livros de farmacologia”.
62	Parece na estela da página que Akenaton sofria de poliomielite, usava uma muleta, mancava de uma perna, Nefertiti lhe dá mandrágora.
71	“(...) além do gengibre, como estimulante do estômago e do coração, e a romã que, por causa de suas substâncias amargas, servia para o tratamento de verminoses (...)”.
78	“Ele mostra como um médico, ou melhor, o ajudante de um médico coloca sanguessugas num doente, retirando-as de uma tigela colocada no chão” [as sanguessugas foram recusadas pelos médicos dos séculos XIX e XX e mais recentemente readotadas]. 1567 a 1308 a.C. estela de Userhat.

OS PROCEDIMENTOS MÉDICOS DE LÁ

PÁGINA	PROCEDIMENTO	CITAÇÃO
26	Especialização.	[Heródoto falando] “Quanto à medicina egípcia, existe esta organização, cada médico cuida de uma certa doença e não de várias”.
28		“Portanto, Heródoto tinha razão. Desde o período do Antigo Reino existia não só uma classe médica no Egito, como também havia especialistas clínicos dos mais diversos tipos” [na mesopotâmia tinham até cartões de visita].
32	Anatomistas.	“Os primeiros historiadores da medicina que pesquisaram a história do Egito pensavam que os embalsamadores das margens do Nilo tivessem sido, por força de seu ofício, os primeiros anatomistas da história da medicina”.
58/59	Pressão.	“(...) nas duas pernas, então, ele mede o coração (...) medem-se os vasos do coração para conhecer as informações que nele se realizam” [Veja, não apenas a pressão, como as informações que a circulação pode fornecer sobre as condições do corpo].
78	Instrumentos cirúrgicos.	Gravura do templo de Kom Ombo, no período ptolomaico.

Há MUITO mais em Thorwald, os livros de medicina não mostram, as faculdades não expõem, os geo-historiadores não se interessam (nem pela egípcia nem pelas outras), vá ler, vá indagar, busque – quem procura acha. O Cinema não é cuidadoso, a mídia (Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio, Internet, TV, Cinema já citado) não mostra, pelo contrário, esconde, são desleixados.

Vitória, sábado, 24 de setembro de 2016.

GAVA.

As Pessoas que Você Espera Não Encontrar no Paraíso

 

Teve esse livro, que levou o sujeito a pensar no contrário.

AS CINCO PESSOAS QUE VOCÊ ENCONTRA NO CÉU (eu disse que são poucas, com vocês são seis)

Pois há aquelas que se você fosse encontrar no Paraíso preferiria ir para outro lugar, por exemplo, apartamento de frente para o Central Park em Nova Iorque ou algum chalé num cantão da Suíça.

Não sei se você vai concordar:

1.       Homens que batem em mulheres;

2.       Todos que batem em crianças;

3.      Gente que destrata os velhos;

4.      Os que depredam propriedade pública (pagas pelo tributo, tirado de tarefas variadas nossas);

5.      Empresários sonegadores;

6.      Prevaricadores governantes do Executivo, juízes do Judiciário, políticos do Legislativo;

7.      Todos que mataram poucos ou muitos, até dezenas de milhões (Pol Pot, Mao Tse Tung, Hitler, Stalin);

8.      Os que praticaram o mal em nome da Fé;

9.      Todos os pastores que tosquiam as ovelhas;

10.   Os conquistadores que destroçaram as culturas;

11.     Os violentadores (de qualquer espécie, em particular os detestáveis pedófilos);

12.    Os padres que traíram suas promessas a Cristo;

13.    Os que ficam acelerando os carros quando você vai atravessar a faixa de pedestres, só para fazer disparar seu coração;

14.   Os que jogam água quando está chovendo ao passar por você postado no meio-fio;

15.   Os que picham os muros com grafites;

16.   Os traficantes, os assassinos e toda gente assim.

Pois bem, em princípio, quando esse cara apresentou a lista imensa na TV onde sou diretor, apoiei inteiramente, pois não estava em nenhuma daquelas condições, exceto talvez uma ou duas de menor importância.

Depois, comecei a pensar nos conhecidos: atores e atrizes, cantores e cantoras, diretores de cinema, empresários, meus próprios chefes e subordinados, meus amigos e conhecidos, fiquei horas e horas pensando em todo mundo que conhecia e naqueles de que tinha ouvido falar.

Olha, foi inquietante!

Fiquei pensando mais uns dois ou três meses.

Claro que no começo seria uma crítica social e até ajudaria a consertar as vidas daqueles não empenhados no mal, quer dizer, todos aqueles POR CONVICÇÃO não comprometidos com o mal, seriam necessariamente poucos.

Depois pensei nas suscetibilidades.

Vixe Maria!

Os patrocinadores...

Os auxiliares...

Até minha esposa, sem falar em primos, meu irmão, caramba! Esse troço seria explosivo no pior sentido, merda no ventilador, iria espirrar para todo lado.

Enxotei o camaradinha.

Contando meus pecados, acho que o Céu não vai ter muita gente.

Serra, sexta-feira, 03 de agosto de 2012.

Ar-dente

 

Inventaram essa maquininha.

Já foi uma luta fazer as pessoas escovarem dente, começou pelos ricos, é lógico, pois são eles que financiam os investimentos que vão beneficiar os pobres (o computador de 50 mil dólares de antes é comprado agora por menos de mil, com mil vezes a potência).

DENTESCOVADO (a geo-história da escovação)

Depois foi a vez do fio dental.

EU ME FIO NOS AVANÇOS

A seguir foram as fitas dentais, os enxaguadores bucais e mais. E onde só havia a cárie apareceu o tártaro, a gengivite, as placas e inúmeros problemas. Como solução vieram os implantes substituir as antigas pontes móveis, tudo mais caro, evidentemente. Os industriais criaram uma parafernália de ajuda dos antigos cirurgiões-dentistas, agora ortodontistas – a profissão vai se aprimorando aos saltos, tudo mais caro, evidentemente.

Esse cara veio com a bisnaga a gás de alta pressão a aplicar nos dentes com ou sem pasta, com ou sem enxaguador. Limpava mesmo, ele demonstrou. Entretanto, se você tivesse alguma cárie ou gengiva estivesse exposta, o ar a alta pressão separava a carne, fazendo-a sangrar ou provocava dor nos nervos do dente, o que, inclusive, indicava necessidade de tratamento pelo dentista. Também havia uma opção de ligar na tomada para obter pressão alta, mais econômica, mas precisava da fonte para tomada.

Eu não quis financiar, estava em outra.

Depois que ele saiu pensei: “que burro que fui!”, mas já era tarde.

Tentei saber onde encontrá-lo, mas não consegui. Fui ao escritório do despachante de patentes, ele não sabia de nada.

Fiquei de butuca em pé.

Nada, ninguém sabia, andei perguntando a torto e a direito.

“Você conhece fulano?”

Rapaz, tem hora que a sorte bate na porta da gente e a gente não presta atenção, está entretido com alguma ninharia. Que burrada! Pra onde foi esse cara? Perdi participação numa patente extraordinária. Será que ele foi para outro país? Nunca mais ouvi falar, vai ver que já estão industrializando e daqui a pouco chega ao Brasil como algo inventado pelos americanos ou europeus ou japoneses – “gênio é quem registra”, diz o despachante.

Serra, terça-feira, 14 de agosto de 2012.

José Augusto Gava.

 

PROBLEMAS BUCAIS

Problemas Bucais mais Comuns Diariamente, uma camada de bactérias circula na superfície dos seus dentes. Essas bactérias, em contato com os resíduos alimentares e a saliva, formam a placa bacteriana. Apesar de quase invisível, o acúmulo da placa bacteriana é a causa da cárie, tártaro e doenças da gengiva. O acúmulo da placa bacteriana também tem efeitos na gengiva, que se torna inflamada, inchada e, por vezes, apresenta sangramento. O sangramento gengival é um sinal de doença da gengiva. Essa doença é chamada gengivite. Essa situação sem tratamento pode levar a uma forma mais grave do problema. Quando a doença deixa de estar restrita à gengiva(gengivite) e afeta as outras estruturas de suporte dos dentes, principalmente o osso e o ligamento periodontal que o une ao dente, a doença passa a chamar-se periodontite. Formam-se bolsas entre os dentes e a gengiva, que são muito difíceis de higienizar durante a escovação. Isso é um fator que permite a progressão da doença, podendo ocasionar a perda do dente se não tratada a tempo. Se a placa bacteriana não for removida regular e eficazmente, poderá endurecer e formar o tártaro. Uma vez formado, o tártaro só poderá ser removido pelo dentista. As bactérias presentes na placa bacteriana produzem ácidos, a partir da nossa alimentação, que podem atacar o esmalte dos dentes. Apesar de o esmalte ser a substância mais dura do nosso organismo, ele é dissolvido por esses ácidos. As lesões provocadas (cáries), se não forem tratadas, vão aumentando de tamanho, podendo levar à perda do dente. Apesar de poder apresentar outras causas, o mau hálito é frequentemente provocado pelo acúmulo de placa bacteriana e/ou presença de doenças bucais. A remoção da placa bacteriana é fundamental para ter um hálito fresco, assim como para a manutenção de uma boa saúde bucal. Sensibilidade Dental é a dor causada pela exposição da dentina em virtude de uma cárie ou fratura dental ou pela retração gengival. Como a raiz é coberta pelo esmalte, os milhares de canalículos dentinários ficam expostos comunicando-se com os prolongamentos do nervo. Assim, quando alimentos frios, quentes ou doces entram em contato com as extremidades dos nervos através da movimentação de líquidos no interior dos canalículos, estes são estimulados e respondem através da dor. Erosão ácida é o desgaste precoce do esmalte dos dentes e é causada principalmente por alimentos e bebidas ácidas como vinagres, refrigerantes, sucos e frutas ácidas. Algumas das consequências da erosão ácida são o amarelamento dos dentes, bem como pequenas fissuras, alteração na forma dos dentes e sensibilidade.

Ar Viação

 

No caso das hegemônicas empresas de transportes de passageiros (duas das grandes são capixabas, a Itapemirim e a Águia Branca, chamada agúia branca, porque não tem assento), poucas são elas, e menos ainda é aberta verdadeira concorrência, não se explicando a hegemonia de várias décadas, no melhor desinteresse público.

A SACROSSANTA HEGEMONIA

Então, esse benefício não foi implantado no Brasil, porque nesse lugar havia verdadeira concorrência e com isso vários avanços foram conseguidos.

AVANÇOS QUE POUCO CUSTAM

1.       Água filtrada gaseificada;

2.       Ambiente superoxigenado;

3.      Odores de flores;

4.      Ar ligeiramente resfriado;

5.      Computador na traseira das poltronas;

6.      E a volta da rodomoça, agora uma psicóloga descalça para viagens de mais de 150 km.

As passagens mais do que dobraram.

As pessoas não reclamaram, porque de um lado tinham melhorado de vida, enquanto do outro concluíram devem cuidar mais e melhor de si mesmas, queriam conforto não-abusivo.

As empresas concorrentes tornaram os ônibus floridos por fora e por dentro, pintura de artistas, o que ampliou muito o mercado; não eram muitos ônibus, afinal de contas, seria como comprar mil quadros. Por dentro foram também melhorados por decoradoras.

Era uma nova concepção a respeito do valor dos passageiros, com cadeiras mais espaçadas no sentido do comprimento e da largura.

A POSIÇÃO DAS CADEIRAS DOS ÔNIBUS

ÔNIBUS COMUNS E ESPECIAIS (a competitividade deve ser estimulada)

Quando as pessoas são valorizadas tudo fica bonito.

E, sobretudo, o ar daquela viação, aqueles tantos metros cúbicos começaram a ser estudados a fundo.

Serra, sexta-feira, 17 de agosto de 2012.

Agonia do Verde

 

O LIVRO QUE NUNCA VIROU FILME

Um desses pais e mães que chamam os filhos de Raio de Sol, Sol, Lua, Gaia, Terra, Vento, Sal da Terra, Nobre Irmãozinho e essas melecas todas deram ao menino o nome de Verde (assim como outros foram chamados de Coyote com y ou Via Transcendental ou Alteração da Consciência ou o que for, condenando as crianças sem pedir opinião delas).

NO COMEÇO O VERDE IA BEM (a intenção foi boa)

O Verde ia bem, ele cresceu forte e saudável enquanto não mexeram com ele, progredindo francamente, mas a certa altura começaram a fazer muita pressão e ele começou a definhar, a definhar lentamente. Eram muitas as violências contra ele, como quando começam a implicar com você, só com você, centram os socos em você, sem distribuir, sem a distribuição social que torna tudo menos pesado o que é focado num só.

O Verde definhava.

Estava nitidamente combalido, debilitado.

Certo dia passávamos e o Verde estava caído, sofrendo muito, mas ninguém procurava ajudar, todos e cada um esperando que o próximo se prontificasse, sem querer se empenhar ele mesmo com medo das repercussões do envolvimento.

O Verde estava ficando amarelo.

O Verde sofria ali à vista de todos, porém nem um cristão se lançava a auxiliar o Verde a se salvar, a recuperar a saúde, a ficar saudável de novo. Qual o quê, ficamos todos ali, sem ação, mas desejando, contudo, que alguém de projetasse, contando que alguma alma boa o levantasse e o levasse a qualquer lugar onde fosse curado. Ninguém desejava se envolver, cada qual esperava que o Verde se recuperasse sozinho, que ele se curasse e ficasse de novo viçoso.

O Verde só fazia piorar.

Meu Deus do Céu! Ninguém vai ajudar o Verde? Eu mesmo nada fazia, além de gritar sobre a canalhice DOS OUTROS, seus filhos da puta, alguém tem de ajudar, tenham compaixão. Ficamos ali chorando, vendo a agonia do Verde, mas sem nos mexermos.

Serra, segunda-feira, 13 de agosto de 2012.