sexta-feira, 13 de outubro de 2017


Superescritório


 

                            Como vimos neste Livro 127 em Mobiliário da Sala-Administrativa, podemos fazer muito para melhorá-la. Dizem ser os funcionários públicos no Brasil seis milhões, enquanto a força ativa de trabalho (PEA: população economicamente ativa) está em torno dos 40 % da população, de 180 milhões mais de 70 milhões, de que os servidores constituiriam menos de 10 %. Se 20 % da PEA  forem de gente dos escritórios tanto governamentais quanto particulares, teremos de 12 a 15 milhões nessa condição; trabalhando (descontando quatro semanas de férias) 48 semanas por ano, cada semana 5 dias, são da média de trabalho de 30 anos (12 milhões x 30 anos x 48 semanas/ano x 5 dias por semana =) 86,4 bilhões de dias, a maior parte das horas as pessoas sentadas, o que pode provocar todo tipo de dores, principalmente nos músculos da coluna.

                            Embora o pessoal do escritório desvie para si – estando perto do poder – todo tipo de benefícios que os outros não têm, assim como sucos, ar condicionado, café e demais autocontemplações ainda será verdadeiro que os escritórios quase não evoluíram, apesar de tudo, ORGANICAMENTE. O que aconteceu foi produzirem uma quantidade de objetos juntados no mesmo lugar, a um custo muito alto para todos, especialmente para o povo, que paga via tributos a farra governamental.

                            Mas, organicamente não evoluíram, mormente se levarmos em conta as capacidades novas da tecnociência e de todos os conhecimentos. Não foi replanejado o escritório para a visão, para a audição, para o olfato e para o tato (dado que para o paladar seria difícil ou impossível). Por exemplo, não foi reprogramado para amortecer o som, já que há tanto barulho nas repartições, com tanta gente falando ao mesmo tempo, teclados sendo operados e tanta coisa mais. Além disso, os “aquários” (como denominaram os cubículos onde ficam os funcionários, dado que envidraçados) são cubos, tais como os prédios (veja a questão do anticubo como conceito). As mesas não foram replanejadas, nada foi. Não há na maioria das repartições “som-ambiente”, o som difuso a partir de, digamos, uma Rádio do Funcionário ou o que fosse.

                            Não houve estudo de cores, não se estudou nada mesmo.

                            Enfim, é um desastre.

                            A empresa que se dedicar a isso vai se tornar maior que a Microsoft ou qualquer gigante do mundo.

                            Vitória, quarta-feira, 13 de julho de 2005.   

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