domingo, 8 de outubro de 2017


Para Contar Atlântida

 

                            Uma coisa é falar, outra é fazer.

                            Como explicar Atlântida à população, no caso de a nave estar mesmo lá debaixo do Mar de Sargaços?

                            Como mostrar todos os caminhos e descaminhos dos 26 mil livros que foram escritos desde que Platão falou de Atlântida nos diálogos Timeu e Crítias há quase dois mil e quinhentos anos?

                            Pois não é como nas conspirações de FC, por exemplo, em Stargate SG1 em que uma megaoperação foi escondida por sete anos. Não haveria como esconder 140 mil km2 do Mar de Sargaços, nem o movimento de milhares de barcos, aviões, helicópteros, submarinos, batiscafos; não há como dizer ser isso uma investigação arqueológica, ainda mais porque o Mar de Sargaços é hoje chamado Triângulo das Bermudas e suscita imensa curiosidade. Qualquer menção a uma superoperação na região das Bermudas e as orelhas dos ufólogos do mundo inteiro ficariam ouriçadas.

UMA REGIÃO CENTRAL DO MUNDO (por ali passam milhares de aviões de carreira e navios turísticos a cada ano)


Seria preciso convidar um punhado de escritores para contar tudo que fosse contável sobre Atlântida, tudo que pudesse ser revelado ao chamado “grande público”. Mas, o que pode ser revelado? O Consórcio de Atlântida (com 51 % dos EUA, como vimos) deveria ser consultado. O Conselho de Segurança da ONU (que coincidiria grosso modo com o CA) deveria ser consultado. Quanta confusão tal ou qual informação pode gerar? Que empresas podem ser beneficiar disso e daquilo? Tudo deve ser pesado, tudo deve ser meditado, tudo deve ser cuidadosamente aquilatado. Nem isso é simples. E quais escritores, afinal de contas? Os exagerados, os médios ou os enxutos?

Mil perguntas, para algo que parecia tão simples aos ufólogos.

Vitória, terça-feira, 21 de junho de 2005.

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