terça-feira, 3 de outubro de 2017


Os 80 % Que o Brasil Está Devendo ao Futuro

 

                            No modelo foi possível identificar elites, passado, história, morte e paz, enquanto do outro lado povo, futuro, geografia, vida e guerra também são uma e a mesma coisa, ao contrário do que eu pensava, pois via as elites como construtoras do futuro. É o contrário disso: as elites constroem o passado, aquilo que sonharam antes, naquele passado ainda mais remoto. Povo é tudo aquilo que não foi satisfeito ainda.

                            Por exemplo, no Japão onde se dizem classe média 93 % da população, sendo 7 % o total dos outros (a soma de ricos, médios-altos, pobres ou médio-baixos e miseráveis), menos de 7 % (pois ainda devemos excluir ricos e médios-altos) é a parte insatisfeita, quer dizer, o futuro que será criado.

                            Isso não seria uma notícia boa para o Brasil?

                            Do ponto de vista dos revolucionários e dos guerreiros, sim, mas do ponto de vista das elites, não, evidentemente não. Para estas é preocupante, pois significa que serão OUTRAS elites a serem criadas as que herdarão o futuro. Não serão estas, que prometem e cumprem Brasil para apenas 20 %, deixando 80 % de pobres e miseráveis nas arquibancadas vendo o jogo solitário das elites. Excluem 80 % e esses 80 % DEVERÃO REINVENTAR O BRASIL para ele ser outro, onde caibam mais pessoas, que evidentemente não terão mais esses jeitos culturais ou nacionais de agora, terão outros a serem inventados. Essa é uma das maiores dívidas que há no mundo, fora de países africanos e outros que estão em situação pior ainda. Com isso seria possível fazer uma lista, como já sugeri, da posição de cada nação.

                            Agora, do ponto de vista dos revolucionários é uma notícia esplêndida, maravilhosa, porque quase tudo está ainda por fazer, tudo está por reinventar para atender a brancos, negros, vermelhos e mestiços, pois há de todos nesses 80 %; a homens e mulheres, crianças e adultos, velhos e novos, brasileiros e estrangeiros. Há novos futuros por criar, novos povos a elevar e novas elites a extrair, novas geografias a distribuir, novas guerras libertadoras a travar, novas vidas por fazer brotar.

                            Não é um anúncio fantástico, em meio à revolta de serem tantos os despojados?

                            Vitória, segunda-feira, 13 de Junho de 2005.

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