Os Manés Americanos
No Brasil Manoel era
nome comum e geralmente adotado pelos pobres, que copiavam os portugueses
colonizadores, pois em Portugal o nome era ainda mais comum junto com Joaquim e
João. Como José também era e ainda é bastante adotado no Brasil até uma geração
para trás o nome composto José Manuel era dado aos filhos. Já que o diminutivo
de José é Zé, ficou Zé Manoel; o de Manoel é Mané (por exemplo, Mané
Garrincha), passando a Zé Mané e daí a Mané apenas, quer dizer, um-qualquer, um
popular, do povão.
Como está posto no
texto do Livro 2 Nascendo no Inglês
quem nasce em países de língua inglesa (EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália,
Bahamas e tantos outros) já tem uma vantagem, a de a maioria dos documentos
produzidos no mundo ser vertida a essa língua dominante, quase universal; a
carga de informações que podem acessar livremente, sem problemas de conversão
ou tradução, é enorme. Mas também ocorre que nascendo numa língua como o
português em que a produção socioeconômica total no mundo não passa de 3 % (dos
quais 2,5 % do Brasil) somos obrigados a fazer muito mais força, dez vezes
tanto quanto, se não quisermos adotar o inglês nem nos rendermos aos
estrangeiros.
Lá nos EUA qualquer
Mané já nasce na língua e já tem à disposição tremendas universidades. Pela
língua pode acessar bancos de dados da maioria das seis mil delas que estão espalhadas pelo mundo e das mais de oito
bilhões de páginas da Internet no Google quase todas, fora um resíduo de 10 ou
20 %, no máximo. Pode entrar em contato com quase todos os oito mil bancos na Internet. Tudo está a favor daqueles caras de lá.
Qualquer Mané já nasce dotado das maiores facilidades. Por outro lado, estamos
melhor - como diz Gabriel - que o pessoal do Butão, da Mongólia, do Zaire e
outros assim; nem porisso aqui no Brasil a maioria absoluta faz qualquer coisa
de relevante, pois os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundos)
constituem somente 50 %: os outros 50 % dependem do sujeito. É só multiplicar
por dois para ter 100 % e substituir o desfavor ambiental – não é tanto assim. Com
algum esforço os indivíduos daqui podem produzir muito, se substituírem os
ambientes estrangeiros por esforço próprio – quer dizer, não há realmente tanto
do que reclamar.
Vitória, junho-julho
de 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário