O Lado Duro
da Caverna
Já
vimos que na Caverna geral ficavam de 80 a 90 % de toda a tribo, indo de 20 a
10 % caçar.
O LADO DE DENTRO
Ø 50 % de
mulheres (fêmeas e pseudomachos);
Ø 25 % de
queridinhos;
Ø OUTROS (eram os “outros”, os desprezados);
1. Velhos (guerreiros
meramente enfraquecidos, que ainda tinham dignidade, embora diminuída; pois
eram venerados anciãos; as velhas eram escarnecidas, a vida tinha
morrido nelas, elas não produziam vida nova, tinham “murchado”);
2. Guerreiros
em processo de cura (ficavam ansiosos demais para retornar);
3. Aleijados
(naturais ou por agressão do predador, sentiam-se permanentemente diminuídos);
4. Anãos (só o
nome antigo, “meio-homens”, já era um anúncio terrível);
5. Débeis
mentais;
6. Aberrações.
SEPARANDO
AS MULHERES
a) As mães eram
permanentemente glorificadas, razão pela qual ficou o ditado: “ser mãe é
padecer no paraíso”;
b) As mulheres
(que transavam, transavam, transavam esperando engravidar para passar ao
outro grupo);
c) As
inférteis, que não engravidavam e eram consideradas serviçais das outras, um
terrível destino que as amargurava;
d) Os
pseudomachos, que nem útero tinham e tendiam a ser tornar perigosos em sua
frustração;
e) As
menininhas, que eram detestadas por todos: pelas mães porque eram jovens e iriam
receber atenção dos machos e eventualmente tomar seus lugares; pelas mulheres
porque poderiam engravidar antes; pelas inférteis porque poderiam mostrar-se
férteis; pelos pseudomachos porque tinham útero.
Em resumo, a Caverna geral não era só festa, pelo contrário,
isso só acontecia na chegada dos machos (embora houvesse para os queridinhos
uma espécie de “pequeno paraíso”, pois eram paparicados), no resto do tempo
estando configurado um inferno-aprazível, por assim dizer, um inferno de
maledicência e ciúmes onde reinava a tranqüilidade e a paz femininas, aquela
tensão permanente no ar que só era esvaziada quando da chegada dos machos,
sempre muito rara.
Enfim, as mães e as mulheres (e os garotinhos) ficavam no
sétimo céu, enquanto os outros sofriam à beça, uns mais e outros menos. Eram
mesmo duas bandas da maçã, uma boa e a outra, podre; esta gerava muita
amargura, que a civilização não conhece mais, porque não existem mais tais
grupões. Seria preciso reconstituir os cenários no Cinema geral e nos livros
para olhar melhor.
Vitória, quarta-feira, 13 de julho de 2005.
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