sexta-feira, 13 de outubro de 2017


O Lado Duro da Caverna


 

                            Já vimos que na Caverna geral ficavam de 80 a 90 % de toda a tribo, indo de 20 a 10 % caçar.

                            O LADO DE DENTRO

Ø  50 % de mulheres (fêmeas e pseudomachos);

Ø  25 % de queridinhos;

Ø  OUTROS (eram os “outros”, os desprezados);

1.       Velhos (guerreiros meramente enfraquecidos, que ainda tinham dignidade, embora diminuída; pois eram venerados anciãos; as velhas eram escarnecidas, a vida tinha morrido nelas, elas não produziam vida nova, tinham “murchado”);

2.       Guerreiros em processo de cura (ficavam ansiosos demais para retornar);

3.      Aleijados (naturais ou por agressão do predador, sentiam-se permanentemente diminuídos);

4.      Anãos (só o nome antigo, “meio-homens”, já era um anúncio terrível);

5.      Débeis mentais;

6.      Aberrações.

SEPARANDO AS MULHERES


a)      As mães eram permanentemente glorificadas, razão pela qual ficou o ditado: “ser mãe é padecer no paraíso”;

b)     As mulheres (que transavam, transavam, transavam esperando engravidar para passar ao outro grupo);                                     

c)      As inférteis, que não engravidavam e eram consideradas serviçais das outras, um terrível destino que as amargurava;

d)     Os pseudomachos, que nem útero tinham e tendiam a ser                         tornar perigosos em sua frustração;                                                               

e)     As menininhas, que eram detestadas por todos: pelas mães porque eram jovens e iriam receber atenção dos machos e eventualmente tomar seus lugares; pelas mulheres porque poderiam engravidar antes; pelas inférteis porque poderiam mostrar-se férteis; pelos pseudomachos porque tinham útero.

Em resumo, a Caverna geral não era só festa, pelo contrário, isso só acontecia na chegada dos machos (embora houvesse para os queridinhos uma espécie de “pequeno paraíso”, pois eram paparicados), no resto do tempo estando configurado um inferno-aprazível, por assim dizer, um inferno de maledicência e ciúmes onde reinava a tranqüilidade e a paz femininas, aquela tensão permanente no ar que só era esvaziada quando da chegada dos machos, sempre muito rara.

Enfim, as mães e as mulheres (e os garotinhos) ficavam no sétimo céu, enquanto os outros sofriam à beça, uns mais e outros menos. Eram mesmo duas bandas da maçã, uma boa e a outra, podre; esta gerava muita amargura, que a civilização não conhece mais, porque não existem mais tais grupões. Seria preciso reconstituir os cenários no Cinema geral e nos livros para olhar melhor.

Vitória, quarta-feira, 13 de julho de 2005.

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