As
Orelhas da Lua e o Rosto da Terra no Centro
A
massa da Lua é de 7,36. 1022 kg, enquanto a do Sol é de 1,99. 1030
kg. Como a redução da fórmula (veja o artigo Guarda-Costas da Terra neste Livro 130) é D/d = ÖS/L, sendo D a
distância de um objeto intermediário de 1,0 kg até o Sol, S a massa deste, d a
distância até a Lua e L sua massa, podemos concluir que a atração gravitacional
de ambos os objetos celestes empata a menos de 30 mil km da Lua (para diâmetro
dela de 3.480 km), assim como deduzimos que a 260 mil km da Terra (para
diâmetro de 12.744 km) acontece o mesmo. Como a Lua gira de 350 a 450 mil km da
Terra isso significa que ela é o único corpo do sistema solar que é satélite ao
mesmo tempo de um planeta, a Terra, e de sua estrela, o Sol.
AS ORELHAS DA LUA (fora de
escala)
Lua em semelhante
condição no centro do círculo de 30 mil km de raio![]() |
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Janela de passagem
Como 30 + 260 somam
290 e as distâncias intermediárias são de (450 – 290 =) 160 e (350 – 290 =) 60
mil km, mesmo quando Lua e Terra emparelham no perpendicular do Sol ainda sobra
uma “janela de passassem” de meteoritos entre elas. Mas há uma composição
complicadíssima em que a Lua vai caminhando em volta da Terra, encosta
virtualmente na projeção da esfera da Terra, passa na frente, encosta na
direita e se distancia, se aproxima pela direita (na composição acima), passa
por trás, fica encostada por trás na esquerda e se distancia para a posição
mostrada acima. Como a Lua se inclina em relação ao plano da eclíptica em que a
Terra gira em torno do Sol a relação dos três objetos é de fato muito
complicada e só os programáquinas vão poder construir todas as circulações do
passado e do futuro. Apensar de tudo, o resultado é que a combinação Terra-Lua
não fecha a passagem de todos os meteoritos atraídos pelo Sol, atravessando
alguns; vistas ao mesmo tempo a Lua na esquerda e a Lua na direita seria como
duas orelhas de Mickey (o rato simbólico do Walt Disney) bem distantes do rosto
da Terra.
Em resumo, o planeta
não atrai tudo, nem seu satélite.
Os dois não somam
suas atrações porque, caso único do sistema, a Lua é satélite ao mesmo tempo do
Sol e da Terra, ao contrário dos outros corpos celestes, digamos Júpiter, em
que o planeta sateliza seus objetos completamente (dentro de sua esfera de
influência o Sol não entra). No caso da Terra é diferente: se a Lua se encontra
próximo ou diante ou atrás do planeta em relação ao Sol os efeitos são somados,
mas não sempre, pois em alguns momentos poderiam passar meteoritos. Isso põe um
punhado de distinções no caso desse par surpreendentes de planetas, Terra e
Lua, os planetas irmãos.
Vitória,
quarta-feira, 03 de agosto de 2005.

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