sexta-feira, 20 de outubro de 2017


As Orelhas da Lua e o Rosto da Terra no Centro

 

                            A massa da Lua é de 7,36. 1022 kg, enquanto a do Sol é de 1,99. 1030 kg. Como a redução da fórmula (veja o artigo Guarda-Costas da Terra neste Livro 130) é D/d = ÖS/L, sendo D a distância de um objeto intermediário de 1,0 kg até o Sol, S a massa deste, d a distância até a Lua e L sua massa, podemos concluir que a atração gravitacional de ambos os objetos celestes empata a menos de 30 mil km da Lua (para diâmetro dela de 3.480 km), assim como deduzimos que a 260 mil km da Terra (para diâmetro de 12.744 km) acontece o mesmo. Como a Lua gira de 350 a 450 mil km da Terra isso significa que ela é o único corpo do sistema solar que é satélite ao mesmo tempo de um planeta, a Terra, e de sua estrela, o Sol.

                            AS ORELHAS DA LUA (fora de escala)

Elipse: Terra no centro do círculo de 260 mil km de raioLua em semelhante condição no centro do círculo de 30 mil km de raio


 

 

 

 

 

 

 


                                   Janela de passagem

 

 


 


Como 30 + 260 somam 290 e as distâncias intermediárias são de (450 – 290 =) 160 e (350 – 290 =) 60 mil km, mesmo quando Lua e Terra emparelham no perpendicular do Sol ainda sobra uma “janela de passassem” de meteoritos entre elas. Mas há uma composição complicadíssima em que a Lua vai caminhando em volta da Terra, encosta virtualmente na projeção da esfera da Terra, passa na frente, encosta na direita e se distancia, se aproxima pela direita (na composição acima), passa por trás, fica encostada por trás na esquerda e se distancia para a posição mostrada acima. Como a Lua se inclina em relação ao plano da eclíptica em que a Terra gira em torno do Sol a relação dos três objetos é de fato muito complicada e só os programáquinas vão poder construir todas as circulações do passado e do futuro. Apensar de tudo, o resultado é que a combinação Terra-Lua não fecha a passagem de todos os meteoritos atraídos pelo Sol, atravessando alguns; vistas ao mesmo tempo a Lua na esquerda e a Lua na direita seria como duas orelhas de Mickey (o rato simbólico do Walt Disney) bem distantes do rosto da Terra.

                            Em resumo, o planeta não atrai tudo, nem seu satélite.

                            Os dois não somam suas atrações porque, caso único do sistema, a Lua é satélite ao mesmo tempo do Sol e da Terra, ao contrário dos outros corpos celestes, digamos Júpiter, em que o planeta sateliza seus objetos completamente (dentro de sua esfera de influência o Sol não entra). No caso da Terra é diferente: se a Lua se encontra próximo ou diante ou atrás do planeta em relação ao Sol os efeitos são somados, mas não sempre, pois em alguns momentos poderiam passar meteoritos. Isso põe um punhado de distinções no caso desse par surpreendentes de planetas, Terra e Lua, os planetas irmãos.

                            Vitória, quarta-feira, 03 de agosto de 2005.

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