O Fenomenal dos
Racionais como Fração Numênica e o Palpite de Anais Nin
No livro já citado
de Lou Marinoff Mais Platão, Menos
Prozac, p. 88, ele fala de Kant: “Kant admitia que também a razão tem seus
limites. Em sua famosa obra Crítica da Razão Pura, ele explica a sua teoria de
que o mundo é dividido na esfera fenomenal (o que podemos
sentir; o mundo como aparece para nós) e numênica (o mundo como é realmente)
”, itálicos e negritos meus.
Mais adiante cita
Anaïs Nin:
Escritora francesa que vivió la mayor parte de su vida
en New York. Perteneció a un grupo de escritores que buscaba encontrar una
forma de vida ideal, entre ellos podemos mencionar a D.H. Lawrence, H.G.
Wells, y Henry Miller. Éste último fue quien la descubrió y quedó impactado
tanto por ella como por su obra. Según sus propias palabras Nin había
descubierto una literatura femenina y sería la única capacitada para romper
con la escritura tradicionalmente patriarcal. Anais Nin inició sus diarios
cuando tenía trece años y no dejó de escribirlos hasta su muerte, p. 89: “Não vemos as coisas como elas são, mas as
vemos como nós somos”.
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Isso é PARCIALMENTE
verdadeiro, pois se não víssemos a garrafa tal como ela é, como concordaríamos
que é garrafa? Claro, como Lou Marinoff
diz, há muitos modos de ver a árvore. Só ELI (Natureza/Deus, Ela/Ele), que
compreende e vê tudo simultaneamente, pode ver TODA A ÁRVORE ou toda a garrafa
de todas as formas possíveis e imagináveis, mas é bem evidente que para além do
meu modo de olhar há algo que é comum, como eu já disse: a média.
Anaïs não era
filósofo, mas poderia pensar bem e pensar completamente. Ninguém precisa ser
filósofo para pensar bem, com lógica apurada. Qualquer um pode fazê-lo. A
garrafa que vemos não sou eu, ela não é como eu sou, ela é comum, porque todos
a vêem; o que existe de incomum nela é que a vejo UM TANTINHO diferente da
média. No caso, média humana, como existe média das abelhas, que já a vêem de
outro modo.
É evidente que os
racionais são RELAÇÃO, razão entre a parte e o todo; ninguém é tão completo que
possa ver tudo, nem muito menos tudo todo o tempo; só ELI pode fazê-lo. Ora,
mesmo se não vemos a totalidade numênica, se não podemos ver toda a esfera
numênica, vemos a esfera racional ou fenomenal PARTILHADA e podemos aprender
com os erros e os acertos de todos e cada um.
Acontece também de
vermos a garrafa COMO ELA REALMENTE É, isto é, a parte que vemos É REALMENTE A GARRAFA,
só que DAQUELE MODO. Se a garrafa for vista em infravermelho ou em
ultravioleta, daquele modo é garrafa também e é realmente a garrafa, porque a
GARRAFA NUMÊNICA, que é total, é todas as garrafas fenomênicas ou racionais.
Cada fração numênica, cada racionalidade, é verdadeira; só que as verdades
individuais são individuais verdades, partidas do todo, não constituem o todo,
até por definição.
Repetindo: 1) nós
vemos as coisas como elas realmente são, dos modos como as vemos; 2) o nosso
olhar É NOSSO, imprimimos às coisas versões de nossa capacidade de ver, nós as
percebemos ao nosso modo.
Vitória, domingo, 25
de julho de 2004.
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