segunda-feira, 4 de dezembro de 2017


A Selva Lá de Casa

 

Como o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) mostrou repetidamente o time-de-caça dos homens não era apenas um grupo, era um modo de vida que ficou gravado no ADRN MASCULINO (pode parecer que o ADRN é um só, mas ele é dois, separando XX e XY em duas modalidades de visão DO SER ÚNICO HOMULHER).

Assim, caçar continua.

Não desapareceu só porque paramos de caçar animais.

Agora que não há mais animais fora das reservas temos jogos eletrônicos e esportes, guerras entre humanos, jogos de guerra, simulações, bares onde contar vantagens, mulheres que são disputadas – a luta está mais feroz do que nunca. De modo algum desapareceu ou deixou de fazer vítimas, está operando a todo vapor.

Se não caço mais, se escrevo isso é caçar; a impedida caçada masculina se desdobrou em mil modos de acossar, desde fazer as 22 tecnartes até buscar o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática). A ideologica-política, em particular, é um campo ferocíssimo de caçada. A Economia (agropecuária-extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) o é. Toda a Psicologia (psicanálise ou figuras, psico-síntese ou objetivos, economia ou produção, sociologia ou organização, geo-história ou espaçotempo) é, pois TUDO É.

Tudo que todo homem faz em toda parte é caçar.

Em casa, escrevendo meus textos, estou caçando a Natureza e os outros seres humanos. Os 145 livros já prontos, cada qual com 50 artigos, são 7.250 empreendimentos de caça, mais os do modelo, das posteridades e das ulterioridades, as 8.000 idéias e patentes. Todos os tecnocientistas, que querem se ver como pessoas refinadas, na verdade ainda estão farejando as presas, os dentões à mostra. Ainda voamos na garganta dos bichos do mesmo modo que há cinco milhões de anos, só que agora a conjuntura é outra. Não adianta nada pensarmos que nos tornamos desprovidos dos instintos, eles foram é aguçados ainda mais. Qualquer poetinha sublime ainda está fazendo os mesmos gestos destrutivos d’antanho.

Vitória, agosto de 2005.

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