sexta-feira, 1 de setembro de 2017


Família de Flechas e Choque de Ondas

 

                            Temos visto neste Livro 109 os textos sobre a visão da queda seqüencial dos membros de uma família de flechas (família de cometas e família de meteoritos; são distintas e os efeitos muito diferentes); as flechas são tratadas displicentemente, mas estas perguntas que venho fazendo vem mostrando sua tremenda complexidade. De fato, cada um dos dois grupos é diferente e cada família em especial é distintíssima, tanto em tamanho, letalidade, composição, ângulos particulares e somados de quedas, quanto na distribuição temporal e espacial das consequências. Como são milhares e milhares de quedas, só das grandes mais de uma centena, os cenários desenhados são espantosamente diversos.

                            Na realidade, talvez sejam centenas de milhares as combinações no sistema solar e só por isso no conjunto motivo apaixonante para várias vidas, mesmo com os melhores supercomputadores do futuro.

                            Agora, mais significativo ainda que as quedas é a mistura de ondas entre si, umas se chocando contra as outras e todas e cada uma batendo nos crátons, no manto, na crosta e em tudo que existe acima e abaixo do nível do mar. É apavorante ver que ninguém se virou para isso até hoje. De fato, tal desatenção denota quão desconcertantemente desprevenidos somos. Pois imagine os efeitos secundários da queda do cometa SL em Júpiter: lá as nuvens espalharam os efeitos rapidamente, disseminando-os e distribuindo-os, de modo que pouco restou enquanto destruição, pois Júpiter é grande demais – na Terra; porém, não há tantas nuvens e as implicações mais pesadas aconteceriam no solo ou na água.

                            E as ondas de todo tipo se espalhariam recursiva ou iterativamente por dias, semanas, até meses ou anos, acomodando-se lentamente, até que o mundo estivesse numa nova média em tudo, inclusive na Vida. As estações seriam reconfiguradas, os continentes, o ar, a água e tudo mesmo. O maior dano viria dessas ondas nos vários meios. Para os pesquisadores não poderia haver cenário conceitual melhor e mais denso de oportunidades para matematização.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005.

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