A Poesia como
Metáfora Psicológica
Há no Fisco do
Espírito Santo um colega MT que é poeta; falei-lhe das 22 tecnartes e do modelo
e de como a poesia, nele e nelas, está inserida. Disse-lhe que a Poesia vem
perdendo a luta pela sobrevivência do mais apto, que não vem sendo selecionada,
que o Cinema tem-na ultrapassado em tudo, como a todas as demais tecnartes,
ganhando largamente a preferência do público.
É evidente que a
Poesia geral é uma metáfora (no Aurélio
Século XXI: [Do gr. metaphorá, pelo lat. metaphora.] S. f. 1. Tropo que
consiste na transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o
do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relação de semelhança
subentendida entre o sentido próprio e o figurado; translação. [Por metáfora,
chama-se raposa a uma pessoa astuta, ou se designa a juventude primavera da
vida.]) psicológica-linguística. Aquilo que a poesia faz com os tropos (idem:
tropo (ó). [Do gr. trópos, 'desvio', pelo lat. tropu.] S. m. 1. E. Ling. Emprego de palavra ou expressão em sentido
figurado. 2. Mús. Tom (12). 3. Mús.
Na música medieval, ampliação de um canto litúrgico de formação melismática,
mediante acréscimos ou substituições. 4. Teatr. A primeira manifestação
dramática da Idade Média, e que se constituía de pequeno recitativo ou diálogo
inserido na liturgia da missa, donde se originaram os dramas litúrgicos (v.
drama litúrgico). ~ V. tropos.) ou identidades conceituais, tomando-as como
emoções, quer dizer, razões inexplicáveis ou até então inexplicadas, a Poesia
como todo faz com os supertropos, digamos assim, com as superidentidades que a
humanidade não sabe tratar a nível de racionalidade, quer dizer, de exposição
que liga causa a efeito. Não podendo explicar em tudo as ligações causefeito a
humanidade usa substitutos, dentre os quais as poesias individuais e o coletivo
da Poesia.
Ora, se isso é
transparente, não o é como a Poesia fará dialeticamente para RESTABELECER
prioridade pelo menos parcial, isto é, PARA CHAMAR ATENÇÃO. Deve se atualizar,
claro, deve se re-novar, tornar-se nova de novo. E deve cumprir seu papel de
desventrar a realidade, rasgar seu ventre e destelhar as casas de vidro –
porque, se vemos as sujeiras, elas parecem não catingar.
O que sobrou da
Poesia está na Música, que ainda cumpre com satisfação sua tarefa.
De resto a Poesia
está morta.
Vitória,
sexta-feira, 03 de junho de 2005.
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