quarta-feira, 27 de setembro de 2017


O Bornal do Homem e a Caverna que Ele Leva

 

                            O MCES (Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens) levou a sucessivos raciocínios que consignaram cenários e divisões de tarefas bastante rígidas que estão hoje, todavia, completamente misturadas, como o calendário lunissolar que separei outrora para melhor juntar. Homens (machos e pseudofêmeas) e mulheres (fêmeas e pseudomachos) cumprem tarefas distintas. As mulheres se encarregam da superorganização da Caverna geral onde estão 80 a 90 % de todos, enquanto os homens participam da Caçada geral aonde vão somente 20 a 10 % que serão SUPER-TENSIONADOS (supertensão que gerará um tipo particularíssimo de humanidade denominada “homem” – com H, dizem pasmadas as mulheres – que é muito apreciado, o herói verdadeiro e o super-herói cobiçado).

                            Ora, esse homem não leva quase nada no seu bornal-mente.

                            Em sua mente não cabe nada de excessivo, vão somente os instrumentos de caça, pois tudo mais deve ser recomposto lá longe; nada do que existe na caverna vai, porque é pesado, custa muito levar. Assim, no bornal-do-homem vai bem pouco, só o essencial. Esse sinal distintivo identifica nitidamente o Homem geral (tanto machos quanto pseudofêmeas). Ele não leva nada da Caverna, pois a Caverna é justamente o oposto/complementar, o que fica. O bornal do caçador vai quase vazio, tudo está como inteligência em sua cabeça. O bornal-do-caçador é justamente indicação de inteligência, de mente aguçada para a caçada (que, como já mostrei, é geral hoje: empresas, esportes, jogos). Comida vai muito pouca, quase nada, tudo deve ser conseguido alhures; água, o mínimo, pois deve ser buscada. O bornal vai quase nu, vazio mesmo de quase tudo.

                            O homem é finalmente esse que foi preparado para ser assim: despojado de quase tudo, indo com apenas o mínimo. Esse homem não é acumulador, é produtor. A mulher é que é a acumuladora, é ela que organiza. Tal polarização nos diz de um mundo diferente do que é compreendido agora.

                            Vitória, terça-feira, 24 de maio de 2005.

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