terça-feira, 26 de setembro de 2017


A Fábrica das SCTE, as Seis Mil e as Isoladas, Todo o Ensinaprendizado Mundial e os Mundos de Depois

 

                            Vi na Internet uma notícia ao mesmo tempo auspiciosa (pelo que promete à humanidade) e assustadora (como poder – reunião da força como expressão - implícito não mensurado): existem seis mil universidades no mundo. Universidades, não escolas isoladas, não faculdades, mas universidades mesmo reconhecidas como tal com tantas dúzias de cursos, mestrado, doutorado, o que for. As isoladas devem ser dezenas de milhares, aquelas que não atingiram ainda o status de universidade (em Vila Velha uma delas, já bem grande, está em processo de constituição; grande assim e não é ainda universidade: veja em anexo).

                            Ora, no momento em que a SCTE (sala, cadeiras e telão de ensinaprendizado) estiver pronta como protótipo isso se espalhará e as universidades e isoladas irão aos poucos se adaptando a ela, comprando-as aos milhares. Supondo que cada universidade tenha 15 mil alunos (a UFES é pequena, tem apenas 12 mil), serão 6 mil x 15 mil = 90 milhões de alunos, mais as isoladas, com talvez o dobro disso no mundo; contando que cada SCTE comporte apenas 30 alunos, seriam TRÊS MILHÕES DE SCTE para as universidades e outro tanto para a isoladas, no total seis milhões de SCTE. Como nos cursinhos e segundo grau há três vezes esse tanto de alunos, podem ser necessárias em extremo 36 milhões de salas. Claro que é projeção, mas caminhará rapidamente, porque quem não comprar fiará para trás.

                            Será preciso desconstruir as salas existentes agora (ou convertê-las a outros usos; as mais elegantes deverão ser preservadas), que rapidamente virarão peças de museu, indícios de atraso e só continuarão a ser usadas no que chamei de “mundos de depois”, quer dizer, regiões atrasadas do terceiro mundo (não nas regiões centrais; não, digamos, nas regiões centrais do Brasil, nos principais estados, nem nas regiões metropolitanas e nas cidades mais avançadas dos estados mais atrasados, quer dizer, dos terceiros, quartos e quintos estados), do quarto e do quinto mundos, na periferia do processo de ensinaprendizado nos países dos condenados.

                            Porque é evidente que o ensinaprendizado mundial dará um salto. As fábricas de SCTE terão de trabalhar continuamente dia e noite para atender os pedidos, ao mesmo tempo em que o FLUXO IMAGINÁRIO e CONCEITUAL irá produzindo SCTE mais adequadas as variadíssimas expectativas, com base nos avanços tecnocientíficos na cibe informática.

UM DESENHO DO PASSADO (rapidamente mudará, numa velocidade alucinante mesmo, quando começar)


Quem não se adequar ficará infalivelmente para trás. Assim como há agora a necessidade premente de “inserção digital”, haverá essa anunciada de “inserção ciber-informacional” no conjunto multi-operativo das SCTE.

Vitória, domingo, 22 de maio de 2005.

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