A Fábrica das SCTE,
as Seis Mil e as Isoladas, Todo o Ensinaprendizado Mundial e os Mundos de
Depois
Vi na Internet uma
notícia ao mesmo tempo auspiciosa (pelo que promete à humanidade) e assustadora
(como poder – reunião da força como expressão - implícito não mensurado):
existem seis mil universidades no mundo. Universidades, não escolas isoladas,
não faculdades, mas universidades mesmo reconhecidas como tal com tantas dúzias
de cursos, mestrado, doutorado, o que for. As isoladas devem ser dezenas de milhares,
aquelas que não atingiram ainda o status de universidade (em Vila Velha uma
delas, já bem grande, está em processo de constituição; grande assim e não é
ainda universidade: veja em anexo).
Ora, no momento em
que a SCTE (sala, cadeiras e telão de ensinaprendizado) estiver pronta como
protótipo isso se espalhará e as universidades e isoladas irão aos poucos se
adaptando a ela, comprando-as aos milhares. Supondo que cada universidade tenha
15 mil alunos (a UFES é pequena, tem apenas 12 mil), serão 6 mil x 15 mil = 90
milhões de alunos, mais as isoladas, com talvez o dobro disso no mundo;
contando que cada SCTE comporte apenas 30 alunos, seriam TRÊS MILHÕES DE SCTE
para as universidades e outro tanto para a isoladas, no total seis milhões de
SCTE. Como nos cursinhos e segundo grau há três vezes esse tanto de alunos,
podem ser necessárias em extremo 36 milhões de salas. Claro que é projeção, mas
caminhará rapidamente, porque quem não comprar fiará para trás.
Será preciso
desconstruir as salas existentes agora (ou convertê-las a outros usos; as mais
elegantes deverão ser preservadas), que rapidamente virarão peças de museu,
indícios de atraso e só continuarão a ser usadas no que chamei de “mundos de
depois”, quer dizer, regiões atrasadas do terceiro mundo (não nas regiões
centrais; não, digamos, nas regiões centrais do Brasil, nos principais estados,
nem nas regiões metropolitanas e nas cidades mais avançadas dos estados mais
atrasados, quer dizer, dos terceiros, quartos e quintos estados), do quarto e do
quinto mundos, na periferia do processo de ensinaprendizado nos países dos
condenados.
Porque é evidente
que o ensinaprendizado mundial dará um salto. As fábricas de SCTE terão de
trabalhar continuamente dia e noite para atender os pedidos, ao mesmo tempo em
que o FLUXO IMAGINÁRIO e CONCEITUAL irá produzindo SCTE mais adequadas as variadíssimas
expectativas, com base nos avanços tecnocientíficos na cibe informática.
UM
DESENHO DO PASSADO
(rapidamente mudará, numa velocidade alucinante mesmo, quando começar)
|
Quem não se adequar ficará
infalivelmente para trás. Assim como há agora a necessidade premente de
“inserção digital”, haverá essa anunciada de “inserção ciber-informacional” no
conjunto multi-operativo das SCTE.
Vitória, domingo, 22 de maio de 2005.
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