segunda-feira, 4 de dezembro de 2017


Transferência de Processamento

 

                            Alguém já insinuou que as máquinas-terminais na maioria das casas não precisariam ser grandes, ter toda essa parafernália, essa tralha infindável que está coligada ao interesse principal.  O Google já faz isso, porque quando é que minha máquina simples (mas complexa em relação ao passado) poderia acessar em frações de segundos todos os computadores, realizar os mapeamentos e trazer as respostas? Às vezes demora somente 0,06 segundo para virem milhões de páginas. Do mesmo modo (classificando os usuários como ricos, médio-altos, médio, médio-baixos ou pobres e miseráveis em solicitações, ou classes A, B, C, D, E, como acontece com a riqueza do TER), a grande maioria não necessita de grandes programáquinas. Se acompanhar, por exemplo, a riqueza do ter no Brasil onde 20 % detêm 80 % da riqueza e 0,6 % nada menos que 13 % de tudo, se for semelhante em termos de uso só poucos precisarão de imensos programáquinas e quase todos estes estarão situados numa das 6,0 mil universidades, num dos 8,0 mil brancos, num dos 4,0 mil estados estimados, numa das 200 ou 300 mil sedes de prefeituras, coisas assim, sem falar nas grandes empresas.

                            Os usuários pobres ou miseráveis em interesses não precisam ter grandes HD’s, nem muita memória de ligação, nem terão de proteger coisa alguma que seja sensível (conhecimento de ponta, patentes, segredos industriais, contas, etc.) dos olhos ou do saber alheio. Para eles a memória residual do conjunto de programáquinas do mundo sobraria, o que pode ser roteado e administrado pela ONU, com o beneplácito ou aprovação dos governempresas. 

                            Digamos que 50 % de todos os proprietários de computadores delegassem a esse teleprocessamento o poder computacional: ficariam só com a tarefa de satisfazer o desejo (e teriam suas vidas monitoradas; mas de qualquer forma nada há de sensível a monitorar), fosse o de entrar na Internet, fosse o de fazer pesquisa para trabalho escolar ou fazer uma planilha do EXCEL ou o que estivesse em tela. Apenas digitariam e a tele-programáquina realizaria o trabalho, guardando as memórias em nome de A, com uma senha de acesso, que seria digitada no teclado. A ONU publicou em Tunis, Tunísia, que um computador para crianças estudantes de US$ 100 será lançado, a tela custando somente U$S 35. Se fosse despojada de qualquer dispositivo tal máquina poderia custar apenas US$ 40, caindo a US$ 20 no futuro, quando os preços capotassem ainda mais, pois teria somente tela, teclado e ligação telefônica universal (paga pelos governempresas, cujo brinde seria o de seguir os passos dos atos de banditismo). Serviria como bloco de notas ou agenda, telefone celular, máquina de calcular, máquina fotográfica, tocador de MP3, localizador interfacial para pais e parentes e assim por diante.

                            Vitória, sábado, 26 de novembro de 2005.

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