Os Carros do Ar
Sempre me incomodou afirmarem ser o
transporte aéreo o mais seguro (o que pode até ser verdade, no sentido de meramente
ocorrerem menos acidentes aéreos), sendo os outros iminentemente inseguros (o
que é falso).
Demorou até a solução ser alcançada,
pensei nela por anos a fio: se os aviões fizessem a mesma quantidade de
manobras que os carros aconteceriam MUITO MAIS acidentes aéreos. De fato, acho
até que ultrapassariam as do chão, porque carros não despencam do ar. Quantas
manobras os caminhões fazem? Frear, acelerar, cortar, dobrar as esquinas,
ultrapassar e isso para os ônibus urbanos até centenas de vezes durante o dia.
Automóveis não têm motorista automático, como os aviões têm piloto automático;
nem radares guiando nem qualquer outro auxílio. Eles vão na base da brutalidade
mesmo, confiando na capacidade humana de reagir milhares de vezes durante o
dia.
Se alguém tivesse a paciência de
contar as operações de uma viagem qualquer de automóvel, de caminhão, de ônibus
e até de trem ou barco, veríamos com toda certeza que proporcionalmente ÁS
OPERAÇÕES os aviões sofrem muitos acidentes. Quantas operações os aviões
realizam? Subida e descida e mais o quê? Seria preciso comparar, porque com
base nessa segurança falaciosamente apontada as companhias aéreas deixam de
investir em segurança, por exemplo, em planadores gigantes na parte de baixo
dos aviões, como já sugeri. Colocando-se na defensiva e confiando em dados manipulados
- no sentido de contarem com a parceria da ignorância alheia - as companhias
aéreas “deitam e rolam”, investindo bem menos do que deveriam em
desenvolvimento de sistemas de amparo à vida.
Vitória, sábado, 26 de novembro de
2005.
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