domingo, 3 de dezembro de 2017


Os Carros do Ar

 

Sempre me incomodou afirmarem ser o transporte aéreo o mais seguro (o que pode até ser verdade, no sentido de meramente ocorrerem menos acidentes aéreos), sendo os outros iminentemente inseguros (o que é falso).

Demorou até a solução ser alcançada, pensei nela por anos a fio: se os aviões fizessem a mesma quantidade de manobras que os carros aconteceriam MUITO MAIS acidentes aéreos. De fato, acho até que ultrapassariam as do chão, porque carros não despencam do ar. Quantas manobras os caminhões fazem? Frear, acelerar, cortar, dobrar as esquinas, ultrapassar e isso para os ônibus urbanos até centenas de vezes durante o dia. Automóveis não têm motorista automático, como os aviões têm piloto automático; nem radares guiando nem qualquer outro auxílio. Eles vão na base da brutalidade mesmo, confiando na capacidade humana de reagir milhares de vezes durante o dia.

Se alguém tivesse a paciência de contar as operações de uma viagem qualquer de automóvel, de caminhão, de ônibus e até de trem ou barco, veríamos com toda certeza que proporcionalmente ÁS OPERAÇÕES os aviões sofrem muitos acidentes. Quantas operações os aviões realizam? Subida e descida e mais o quê? Seria preciso comparar, porque com base nessa segurança falaciosamente apontada as companhias aéreas deixam de investir em segurança, por exemplo, em planadores gigantes na parte de baixo dos aviões, como já sugeri. Colocando-se na defensiva e confiando em dados manipulados - no sentido de contarem com a parceria da ignorância alheia - as companhias aéreas “deitam e rolam”, investindo bem menos do que deveriam em desenvolvimento de sistemas de amparo à vida.

Vitória, sábado, 26 de novembro de 2005.

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