A Vontade e a Língua
Retirada do Escravo
Não é só a vontade que é retirada ao
escravo, é principalmente a língua, aquilo que leva a humanidade a isso que
chamam de Deus, Natureza-Deus, Ela-Ele, ELI, o não-finito.
A
DIMINUIÇÃO DO ESCRAVO
(retirada progressiva dos direitos)
AMBIENTES
(o
escravo é desambientado)
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Mundo
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Nação
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Estado
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Município-Cidade
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PESSOAS
(o
escravo é despersonalizado)
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Empresa
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Grupo
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Família
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Indivíduo
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O escravo é NEGADO, ele é
MORTO-em-vida e lhe são tiradas mente e corpo. Por incrível que pareça a Curva
do Sino com sua soma zero 50/50 nos diz que metade da humanidade está pronta a
renunciar a esse estado de liberdade. Vejo o tempo no meu serviço as pessoas
renunciando a suas liberdades implícitas.
Diziam que alguns escravos podiam ter
empresas, mas não eram suas, eram de seus patrões.
O escravo devia aprender a língua de
seus senhores, quer dizer, renunciar à sua maneira de ver o mundo (o que os
negros e os indígenas brasileiros preservaram, estes mais que aqueles), a sua
chance de ver o não-finito à sua maneira individual, por escolha própria, por
livre-arbítrio; o seu querer não era seu, era emprestado, vindo de vontade
alheia. Ele era obrigado aos alimentos dos outros, às roupas alheias, a
desvertir-se de sua identidade mental e corporal.
Porisso afirmar a língua é a afirmar a
própria liberdade.
Vitória, segunda-feira, 12 de dezembro
de 2005.
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