segunda-feira, 4 de dezembro de 2017


A Complexidade Amortecida que nos Cerca

 

Mesmo considerando que a par do avanço da complexidade percebida e inventada do mundo tenha havido a construção das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) em conjuntos cada vez mais amplos, é espantosa a capacidade das pessoas enfrentarem a confusão crescente do planeta psicológico. Instrumentos, aparelhos, máquinas, programas, objetos, um zilhão de coisas a perceber – é espantoso demais que não sucumbamos a essa pressão inqualificável.

Ainda que cada um só se aproxime daquilo que pode compreender e daquilo que pode satisfatoriamente resolver, é muita coisa. Sabendo quanto somos fracos e incompetentes, como é que fazemos para AMORTECER o exterior? Os psicólogos deveriam estar estudando isso. Quais diferentes mecanismos cada qual adota para fugir do envolvimento pela complexidade? Como EVITAMOS COMPREENDER e como evitamos participar desses níveis não-enfrentáveis de realidade? Que barreiras cada nível (pessoambiental) coloca para evitar aproximação dessa realidade inabordável? Como as pessoambientes se defendem da complexidade? Como elas buscam simplificar o enredamento no pavoroso cipoal de dados? Só no inglês – como indicativo factual dessa complexificação – aparecem vários milhares de palavras novas a cada década e já são mais de 500 mil delas naquela língua.

Vitória, domingo, 04 de dezembro de 2005.

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