Assembléia dos Deuses
II
Havia um bando de jornalistas
(naturalmente, deuses também) cobrindo os eventos. Na realidade, mais que um,
mais ou menos uns 800 mil formando bandos e sub-bandos na chamada Divina Mídia
(TV divina, Rádio divino, Revista divina, Internet divina que corria já a
vários bilhões de mega em banda ultra-ultra-ultra larga, tudo 4D, espaço +
tempo; Jornal divino, Livro-Editoria divina, Cinema divino e a divina fofoca,
quem poderia passar sem isso?).
Eis o que eles apuraram e apresentaram
ao chefe presumido dos outros deuses-jornalistas (eram jornalistas que se
julgavam deuses).
O
COMITÊ CENTRAL, A SUPREMA DIRETORIA, A TRIMURTI, O GOVERNO DOS DEUSES
EXECUTIVO
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LEGISLATIVO
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JUDICIÁRIO
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Brahma
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Shiva
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Vishnu
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Criação
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Destruição
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Conservação
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As várias
cabeças referem-se a essa tonelada de ministros vagabundos.
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Pode reparar que está cheio de
minhoca na cabeça.
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Apaziguamento com a direita, porrete
na esquerda.
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Depois foi a vez de “tirar comissões”.
Daqueles dois bilhões de anos que duraram os trabalhos apenas 800 milhões
foram, contam as más línguas, usados para conseguir dos 360 milhões de deuses o
“fechamento das comissões”.
Quanto à direção dos trabalhos, nem se
pode falar de dirigismo, acontecendo a técnica usual dos sindicatos da (porque
seria diferente com o Sindicato dos Deuses?) diretoria decidir o que queriam e
orientarem os diretores menores para a falação, inscrevendo-se um para “abrir
os trabalhos”, “puxar as falações”, outro depois de alguns da platéia, mais um
diretor e assim por diante, um diretor sempre fechando para concluir. Com as
devidas manipulações daqui e dali só muito raramente não se aprovava aquilo que
a diretoria queria. Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é
bobo ou não entende da arte.
Com isso conseguiram aprovar 2.250.713
comissões, quase tanto quanto nas reuniões do PT. Uma delas cuidaria da
intenção dos hindus de aumentarem o número de deuses conforme a população fosse
crescendo, havendo uma defasagem entre os 360 milhões de deuses os 1.200
milhões de hindus. Os deuses estavam resistentes PORQUE seria quase como cada
qual ser um anjo de guarda, dia e noite cuidando das besteiras dos humanos.
Pressa, já disse, não havia, porque os
hindus-baianos-maçons iam muito além e muito acima do nível três, mestre,
Dorival Caymmi, o quarto nível Paulinho, o que havia além disso sendo um pouco
nebuloso, chegando segundo alguns a improváveis 33 graus, é o que se especula.
OS
GRAUS BAIANOS
(toda aquela malemolência vem de muito alto, pode acreditar, todo aquele
gingado - a MPB, Música Prapular Baiana, meu rei, vem de cima). Alguns, mais
atrevidos, dizem que chega a inimagináveis graus de vodka.
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Quem ousa pensar nessas coisas diz que
no grau trinta e três os baianos viram montanhas, todas essas que estão por aí
vindo de muito longe e de muita paciência, mais apurada que a necessária para
esperar cerveja gelada em bar lotado.
Se fosse contar tudo que aconteceu
nessa reunião dos deuses não caberia nem em Ecabytes.
A “todo instante” queriam interromper,
a cada sete milhões de anos, a coisa toda não rendia. Muita falação, muito
tititi, um horror, grupinhos, ninguém ficou cuidando de ACM, ele aprontou um
pouco. O fato é que, dizem os detratores, sem tutela dos deuses a Índia começou
a progredir e deu saltos notáveis.
Gente do contra.
Serra, quarta-feira, 17 de outubro de
2012.
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