O Futuro do
Dicionário
Com os dicionários eletrônicos (por
exemplo, o Aurélio Século XXI e o Houaiss) instalados nos computadores
para que precisaremos daqueles de papel? Depois de muitos anos consegui comprar
faz tempo o Aurélio de papel anterior
ao atual. Mais tempo ainda se passou até quando saiu e a custo comprei o Houaiss de papel: era uma beleza, uma
maravilha, um deslumbramento, mas agora são relíquias. Quando vieram os
eletrônicos e pude adquirir as versões foi ainda mais espetacular.
Contudo, os dicionários ainda são
muito primitivos, eles são iluministas, do Iluminismo, de 300 anos atrás. São
estáticos em papel e na versão eletrônica não é diferente, só é mais rápido.
Não têm lições filológicas que nos levem a passeios geo-históricos, não tem
imagens, não tem indexações como hiperlinks, não se ligam à Internet, não têm
capas de livros, não têm uma árvore dialógica (as pessoas falariam de IA, inteligência
artificial, mas isso seria inadequado) que oriente para passeios, não tem 4D
(3D, três dimensões, decorrendo como tempo), não tem biografias, não tem
expansões sobre as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os
AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos). Mas isso não seria a
enciclopédia? Não propriamente, mas o dicionário e a enciclopédia irão se
fundir, como os pares polares oposto-complementares fazem em algum momento.
Enfim, o dicionário, com toda potência
antiga dele (acumulada em três séculos de trabalho persistente e elogiável), é
medíocre em relação ao futuro. Tende a ser usado apenas pelos pobres e
miseráveis, imediatamente, sendo depois abandonados os de papel até por eles,
pois os computadores e a Internet se vulgarizarão.
O Dicionário geral atual está
pré-morto, vem adoecendo de inabilidades quanto a idéias há longo tempo; quando
adotarem as coisas do modelo ele dará contínuos saltos longos e revolucionários
rumo ao futuro, inclusive aceitando as novas potências que sugeri ao Google (ele não sabe, claro). O futuro
do Dicionário será brilhante, uma alegria em si mesma tanto para seus
construtores quanto para seus futuros usuários. Será algo de brilhante mesmo,
de sublime, de pulsante.
Vitória, segunda-feira, 20 de
fevereiro de 2006.
OS
VELHOS DICIONÁRIOS DE PAPEL
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