quarta-feira, 10 de janeiro de 2018


Papai que Mesmo Depois de Morto Saiu para Conquistar o Mundo

 

Com o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) muitas compreensões mudaram: vi que os jogos, os esportes, as competições, as ginásticas, os videogames e tudo isso faz parte do conjunto contemporâneo de caçadas dos homens. E vi também que todos os homens estão sempre caçando, façam o que fizerem. Por exemplo, escritores estão caçando com palavras. Não saem fisicamente da casa-caverna, porém caçam com suas mentes. Vão longe, muito mais longe que quaisquer outros homens e caçam MUITO MAIS que os demais.

Como indicação, Euler (matemático suíço 1707-1783) que escreveu mais de 40 mil páginas de “densa matemática” e ainda está sendo editado por todo este século XXI foi o maior caçador de todos em termos de quantidade e qualidade própria. Mesmo depois de morto ainda está saindo à caça, assim como Cristo e todos os iluminados, cada qual ao seu modo. Todos que produzem deixam suas marcas e seus instrumentos de conquista, que outros aprimoram; mesmo se a herança é somente uma casa ou um carro isso acontece e é usado pelos herdeiros, sejam quais forem, para sua marcha, triunfal ou não.

Os escritores deixam muitos livros e cada um destes vai visitar as casas e conquistar as consciências, reformando-as para outro modo de ser. Não são sempre corpos que são caçados, cabeças também: pelos dilatadores delas e pelos encolhedores de cabeças. As livrarias estão cheias de instrumentos dos caçadores. A mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Internet) toda está repleta desses instrumentos dos caçadores, só que hoje as presas são outras muito diferentes das de antigamente. Mas continua sendo guerra-de-caça e guerra de predação psicológica: seres humanos estão sendo aprisionados.

Então, escritores são chefes-de-caça ou chefes-de-guerra que ficam em casa organizando as caçadas. Quando lemos um autor americano ele está nos cativando para o American Way of Life, o modo americano de vida (de ser, ter e estar), está nos aprisionando no modo de pensar e praticar deles. Eis porque os autores são tão importantes. Mesmo após 400 anos Shakespeare ainda continua caçando para os ingleses. Deveríamos fazer listas dos escritores e ler suas biografias para estudar os grandes guerreiros.
Vitória, sábado, 18 de fevereiro de 2006.

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