As Igrejas em Volta
do Cara Dourado
Se El Dorado (= CARA DOURADO) existir
mesmo no lugar apontado e lá estiverem os arcanjos-bombas (quatro nos quatro
lugares, imensos), os querubins-aviões (500 milhões) e os soldados-projéteis
(bilhões) nas proporções esperadas, certamente despertará em volta do mundo um
furor religioso inconcebível, porque lá estará necessariamente o avatar-robô de
Deus.
Mas, cuidado, um avatar em si mesmo é
um bezerro-deus dourado, não é o não-finito mesmo. É fácil pensar que o
não-finito não pode ser visto diretamente por nenhum racional, mesmo os mais
elevados deuses. O que se vê são suas sombras. O não-finito não cabe no finito
POR DEFINIÇÃO.
As igrejas, afobadas pela confirmação
das lendas e mitos universais, validadas suas existências e motivos de ser,
jogarão seu prestígio na evidência e os pobres e miseráveis, em verdadeiros e
contínuos êxtases se esquecerão talvez da verdade maior: Deus/Natureza, Elea,
Ele/Ela, ELI, i não vem totalmente ao finito, sob pena de estourá-lo, de rebentá-lo,
de dar fim ao real.
Espantadíssimos todos diante da
realidade maravilhosa que os olhos testemunharão talvez esqueçam da verdade
maior: tal adoração seria blasfêmia. É preciso levar tudo à justa conta, como
um sinal de algo ainda maior, de poderes ainda mais vastos, sem cair na
adoração de objetos, por mais belos e veneráveis que estes sejam. Lembrem-se do
bezerro de ouro da migração dos hebreus.
Mesmo o maravilhoso não deve ser
objeto de veneração.
Vitória, quinta-feira, 23 de fevereiro
de 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário