quinta-feira, 11 de janeiro de 2018


As Igrejas em Volta do Cara Dourado

 

Se El Dorado (= CARA DOURADO) existir mesmo no lugar apontado e lá estiverem os arcanjos-bombas (quatro nos quatro lugares, imensos), os querubins-aviões (500 milhões) e os soldados-projéteis (bilhões) nas proporções esperadas, certamente despertará em volta do mundo um furor religioso inconcebível, porque lá estará necessariamente o avatar-robô de Deus.

Mas, cuidado, um avatar em si mesmo é um bezerro-deus dourado, não é o não-finito mesmo. É fácil pensar que o não-finito não pode ser visto diretamente por nenhum racional, mesmo os mais elevados deuses. O que se vê são suas sombras. O não-finito não cabe no finito POR DEFINIÇÃO.

As igrejas, afobadas pela confirmação das lendas e mitos universais, validadas suas existências e motivos de ser, jogarão seu prestígio na evidência e os pobres e miseráveis, em verdadeiros e contínuos êxtases se esquecerão talvez da verdade maior: Deus/Natureza, Elea, Ele/Ela, ELI, i não vem totalmente ao finito, sob pena de estourá-lo, de rebentá-lo, de dar fim ao real.

Espantadíssimos todos diante da realidade maravilhosa que os olhos testemunharão talvez esqueçam da verdade maior: tal adoração seria blasfêmia. É preciso levar tudo à justa conta, como um sinal de algo ainda maior, de poderes ainda mais vastos, sem cair na adoração de objetos, por mais belos e veneráveis que estes sejam. Lembrem-se do bezerro de ouro da migração dos hebreus.

Mesmo o maravilhoso não deve ser objeto de veneração.

Vitória, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006.

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