Aonde Foram Parar Aqueles que Estavam Conosco?
Eis uma
lista aproximada dos objetos que estavam conosco e não estão mais (certamente o
conjunto da população da Terra poderia fazer uma lista imensa, interminável,
mesmo sem recordação perfeita):
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Uma bicicleta da Clara foi roubada dentro do
condomínio do Ed. Ilha de Bonaire, Jardim da Penha;
·
Outra o foi no novo prédio onde ela foi morar,
mesmo estando com cadeado;
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Uma bicicleta minha foi roubada dentro da UFES,
no ICI;
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Um celular dela caducou e foi dado;
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Outro foi roubado;
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Um terceiro foi perdido;
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Um quarto foi roubado;
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Um quinto estragou parcialmente e ela deu;
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Um sexto foi perdido;
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Um de Gabriel foi perdido;
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Um foi deixado dentro do táxi, que não
devolveu;
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Um radinho foi roubado onde morávamos em
república muito antes de eu conhecer a mãe deles;
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Um rádio Transglobe emprestado a meu irmão foi
roubado nas Cacimbas, Linhares;
·
Um boné de Gabriel foi roubado dentro do
ônibus;
·
E por aí seguiria, se fôssemos lembrar tudo.
Então
me surpreendi pensando: onde foram parar aquelas coisas que já estiveram
conosco? Onde estão, com quem estão? As coisas roubadas ou perdidas vão
passando de mão em mão, mas seguem que ritmo? Nada disso é algo que deva
preocupar o mundo, é somente notícia da metade da soma zero 50/50 dos pares polares.
Acontece
que pensar na pulsação da ÁRVORE DE TRANSFER ÊNCIA
ILEGAL é realmente cativante. Como o caos das relações sustenta essa árvore,
fazendo o sangue das ilegalidades correr por ela? Isso sim, é um tema
fascinante para os psicólogos. E tudo veio de pensarmos que se você deixar um
relógio sobre um tambor na rua ALGUÉM passará e o levará embora – não importa,
em algum instante alguém o levará embora. Gabriel até sugeriu uma experiência
de campo com filmadora em vários pontos da urbe e do orbe. O que aconteceria
com os objetos, segundos os povos e elites dos vários mundos (primeiro a
quinto)? Como fazer para rastrear os objetos com objetivos apenas sociológicos
e psicológicos? Seria como seguir na selva os rastros dos animais, só que agora
seria o de objetos.
Vitória,
terça-feira, 14 de fevereiro de 2006.
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