Grande Alemanha
No livro de Joachim Fest, Hitler,
Rio de Janeiro, PocketOuro, 2010 (sobre original de 1973), ele diz logo no
Prólogo, Hitler e a Grandeza Histórica, página 1: “A história não
registra fenômeno que se lhe assemelhe: devemos qualifica-lo de ‘grande’ [a
Hitler]? Ninguém suscitou tal entusiasmo e histeria, e tão grande esperança de
salvação; ninguém despertou tanto ódio. Só a coalizão de quase todas as potências mundiais,
numa guerra que durou quase seis anos, extinguiu-o da face da Terra;
nas palavras de um oficial da resistência alemã, abateu-o ‘como a um cão
raivoso’”, negrito e itálico meus.
O
AUTOR ADULADOR E SEU LIVRO
AUTOR (alemão,
1926-2006, 80 anos entre datas).
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O LIVRO BAJULADOR
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Tenho o volume compacto.
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Particularmente não gosto nem um tiquinho de
Hitler, nada mesmo.
Falo aqui da Alemanha.
Veja, uma coalizão de quase todas as nações,
duas das quais (EUA e URSS) seriam depois as superpotências (exatamente porque
se superpotencializaram na guerra), sem falar no Reino Unido (atualmente 53
países fazem parte da Riqueza Comum, chegou a ser império “onde o sol nunca se
punha”) e nos demais, por exemplo, o Brasil, que fornecia matérias primas e
produtos industriais aos Aliados.
A Alemanha tinha (veja na Internet; não
consegui saber se contavam junto a Áustria) em 1939 82 milhões de habitantes, e
só agora, em estimativa para 2016, voltou a esse patamar depois de 70 anos
desde 1945, fim da guerra.
A
DESTRUIÇÃO MACIÇA DA ALEMANHA NA SEGUNDA GUERRA
De passagem os soviéticos aproveitaram para
estuprar 2,0 milhões de mulheres alemãs.
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Reconstrução das cidades, janela por
janela, rua por rua.
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Os alemães passaram pelos gastos militares e
destruições da Primeira e da Segunda guerras mundiais, com tudo aquilo das
reconstruções internas e reparações aos vencedores. A partir de 1991 (não
acabou ainda) gastaram trilhões de dólares, empregados na reconstrução da
Alemanha Oriental, dita Alemanha Democrática, sujeita aos atrasos soviéticos.
Não é nada fácil.
É povo lutador em todos os sentidos, você há
de convir, ultrapassar tantas provas com os bandidos de dentro e de fora...
No livro de Molly Guptill Manning, Quando
os Livros Foram à Guerra (As histórias que ajudaram os aliados a vencer
a Segunda Guerra Mundial), Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2015 (sobre
original de 2014), ela diz na página 107:
“A Alemanha enfrentava a guerra em três
frentes e tinha um território imenso para defender. O front oriental, que
abrangia a Rússia, tinha quase 2 mil quilômetros. O do Mediterrâneo, que se
estendia pela África e Europa, quase 3 mil quilômetros. E na Europa Ocidental
as tropas alemãs tinham um front de 6 mil quilômetros para proteger”.
Então, (2 + 3 + 6 =) 11 mil quilômetros em
três frentes de luta com as maiores potências. A Itália e nada era a mesma
coisa, o Duce era ridículo. O Japão, este sim, enfrentou os EUA (no que era a
segunda frente deste), o Reino Unido espalhado pela Ásia e no final da guerra
todas as potências aliadas convergentes (a URSS oportunista só declarou estado
de guerra contra o país no último momento, quando os americanos e ingleses
tinham feito todo o serviço), este também foi valente.
Resumindo, três frentes em 11 mil
quilômetros.
Sem falar que os povos subjugados não ficavam
quietinhos como vacas de presépio, não estavam lá como figuração, a França
lutou o tempo todo.
É povo a respeitar.
Aplaudo.
Hitler, não, nem um tiquinho (embora, como
veremos se tiver tempo de colocar, ele não fosse nada bobo, jogou em vários
níveis), não o respeito.
Ao povo alemão, sim.
Vitória, sábado, 03 de setembro de 2016.
GAVA.
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