Dirigindo
Pé-Rigosamente
O governo decidiu
atacar o problema as perdas humanas e financeiras derivadas de imprudência e
erros no trânsito na fonte mesmo, logo no primeiro e no segundo graus. Fez
manual, preparou os professores e as professoras, realizou documentários,
colocou sítio na Internet, projetou filmes nos centros comunitários em cada um
das dezenas de milhares de bairros das 5,5 mil cidades brasileiras.
Falava dessa gente
que dirige pé-rigosamente, fincando o pé na tábua do acelerador e fazendo todo
tipo de asneiras nas estadas.
FALANDO DAS PERDAS NA CARTILHA
INDIVIDUAIS
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FAMILIARES
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GRUPAIS
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EMPRESARIAIS
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O indivíduo morria ou
ficava aleijado, a família perdia o pai ou a mãe ou ambos, os amigos ficavam
sem aquele (s), a empresa tinha de treinar novamente outro fulano, interrompia
o trânsito, havia perda do veículo e danos nas estradas, havia seguro a pagar,
ruína total.
O governo decidiu
investigar a fundo todas as conseqüências das batidas de carro e outros
veículos. Publicou livros. Investigou profundamente as estradas em todo o
mundo, contando as melhores para introduzi-las no Brasil.
Com toda certeza não
expôs os corpos estropiados nos choques, tendo cuidado de desenhar nas estradas
virtuais as trilhas erradas, os erros clamorosos, a desastrosa condução;
contratou web designers para montar sites atrativos e desenhistas em 3D e 4D
(com o tempo), de modo a mostrar em detalhes os acontecimentos.
Investiu mesmo.
AS BATIDAS DE CARRO
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Com grande surpresa
viu o número de batidas chegar a 50 % (num tempo determinado, pois estipulou
contar tempo até a metade, ½), depois a 25 %, a seguir a 12,5 %, mais adiante a
6,25 % e assim por diante. Quanto tinha sido poupado em termos de recursos e de
intranquilidade de todos e cada um?
E eu, que falava mal
direto dos governos?
Fui obrigado a
aplaudir, fazer o quê?
Sou anarco-comunista,
falo mal dos governos o tempo inteiro, mas nesse caso especial fui obrigado a
aplaudir.
A contragosto.
Não é que tem alguém
que pensa?
Serra, quarta-feira,
11 de abril de 2012.
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