domingo, 4 de setembro de 2016


Anti-Quadro


 

Comecei a pensar em porque aceitar o quadro da pintura delimitado por moldura. De fato, o mundo não é enquadrado como numa janela. Três décadas passadas, no começo dos 1980, conversei com certa moça sobre pintar os muros, o que era proposta mais ampla do que o acontecido. As pinturas murais deveriam equivaler a movimento social, inclusive com a participação dos governos, envolvendo pontos de ônibus, universidades e muros, como se a cidade fosse coisa alegre, casa nossa em que vivêssemos. Na sequência pensei em baixos e altos relevos, estátuas postas nas praças imitando nossos atos de vida, toda a grandeza de vida, toda nossa pequenez também.

Não foi adiante desse jeito.

De fato, degenerou em grafites tenebrosos.

Então comecei a ver isso.

A VIDA NÃO É EN-QUADRADO (A VIDA NÃO É “TRÊS-POR-QUADRO”)


1290815679_141957075_9-ONDE-COMPRAR-QUADROS-MODERNOS-PARA-DECORAR-AMBIENTES-RESIDENCIAIS-E-COMERCIAIS--1290815679
http://images01.olx.com/ui/1/75/28/8076728_1.jpg
http://pt.artesanum.com/upload/postal/0/8/5/quadros-22744.jpg
http://images01.olx.com.br/ui/9/09/32/1290036595_138930732_2-QUADROS-DECORATIVOS-RELEITURAS-DE-ALDEMIR-MARTINS-POR-KATIA-ALMEIDA-Sao-Paulo-1290036595.jpg

A vida não é só estática, não é só parada, não é só chata: ela é 3D, é tridimensional, é quadridimensional 4D com o tempo. Ela se espalha, ela transborda, ela se esparrama, ela vai além.

VIDA, MINHA VIDA, OLHE O QUE QUE EU FIZ (VIDA FAZER, TUDO PULSAR)

http://www.diainfo.com.br/wp-content/uploads/2012/02/Vida-imagem.jpeg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOS80AB7MfoYWBs_MF22Z3sP0O6ZsTG4RUoNObIGrhmY8JO4Ls1ZXiZTF5XaodkNeycDzAHgzBvWu-Fbk5znxrnyf9UPHML-bx96Md4O-EICohBRT47yoCIkY7r1yIpEvVM7bEe_71kIk/s1600/vida1.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaz2x97hivx_EGP34l7zlWOpG18o61uvXBx6eoKWtNfTC-Q-1CU8rtfJjwS3h6NZihv6l-QKXIIf1PKt_PAIK-59mJ76fmF1qMbWcJg-YGe1Nblq-bjQb_R-JOY3DjHhc1HKWWoI8lyYg/s1600/vida+%25284%2529.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHk_eRFlfRGaKXVbfbJ4vqRr-W13tDJn6NbLqdt4APsbUjuXYkbsmqDHmZyjjNAuXxts02ISHMdIIgSUtQLUsH5anL0u4-Vu2OEMGmwt5XBkD0OpHm9aSlPc7v5ctI4_GrhIVKTqbBVpw/s1600/vida.jpg

Então, por quê não deixá-la trans-bordar, sair das bordas, sair das margens, ir além das molduras e das contenções, nas paredes ultrapassando as mo-duras?

Como dizem, falar é fácil, fazer é que são elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário