sexta-feira, 8 de junho de 2018


Tirando Pestana

 

RPPestana é fiscal neste mês trabalhando no mesmo posto que eu, mesma equipe; é crente, parece que Maranata, e está sempre – pretensamente – tentando ser gentil ou o que ele pensa ser isso. Faz proselitismo com o que pensa fracos, digamos os que bebem como é da técnica deles todos protestantes; tenta arrastar para o rebanho os enfraquecidos, os debilitados, como fazem os predadores perseguindo os rebanhos.

Em particular brinca com as crianças que os pais motoristas levam de passagem vez em quando em suas longas viagens, quando carregam também as esposas para mostrar como é penoso o mister ou ofício desse milhão de brasileiros vagando por aqui e acolá.

Nesse dia passou um garoto duns oito anos ou menos e foram pai e filho entregar as notas fiscais para carimbar.

PESTANA (ao menino) – você está dirigindo o caminhão?

GAROTO – não, é meu pai.

PESTANA – você é do Corinthians?

GAROTO (todo feliz) – sou sim.

PESTANA – seu time vai por sal.

GAROTO (ressabiado) – vai, pai?

PAI – vai não, meu filho.

PESTANA – vai sim, vai sim, vai para a segunda divisão!

GAROTO (chorando) – vai não, vai não.

PESTANA – vai sim, vai sim. Há, há, há. Estou brincando.

Naturalmente as palavras não foram precisamente estas.

Como é o mapa bem-mal?

CURVA DO BEM E DO MAL (e de todo par polar oposto-complementar de soma zero 50/50)


Os seres humanos, nos julgamos assim e assado, mas a realidade deve ser bem outra, diferente de nossas apostas porque em nossos menores gestos, palavras e obras há uma carga de mal. Uma coisa é a auto-imagem, o que pensamos ser, e outra bem distinta o que somos de fato. Acho que o panorama visto lá do alto não deve agradar muito.

Vitória, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006.

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