quarta-feira, 27 de junho de 2018


O Documentário do Batatão

 

Fazer as coisas baseadas em lógica visual em lugar de metódicas investigações fundamentadas em equações só pode mesmo ser insatisfatório. Por vezes o terreno é cediço e devemos caminhar em grandes saltos, ao passo que centenas e até milhares de astrônomos usando os grandes programadores e as máquinas super-rápidas poderiam fazer mais e melhor em menos tempo com mais confiança.

Que fazer?

Essa foi a pergunta de Lênin.

Ela é central.

Se você tem todas as facilidades de primeiro mundo use os primeiros instrumentos, mas se está carregando tralhas, use-as enquanto forem tais. Melhor que ficar parado gemendo e chorando.

Suponho que - se for verdade - muitos se juntarão à aventura de calcular os sucessivos acontecimentos e em poucos anos teremos um documentário belo e impecável. Contudo, mesmo agora um documentário simples e impactante poderia ser feito com poucos recursos, se os tivesse. Muita gente deve tê-los; penso que grande telas necessárias a alguns estarão inutilmente postas a disposição de casas ou repartições vazias ou sendo usadas para propósitos tíbios ou mornos, mas do que realmente reclamar? Assim é a média da Curva do Sino.

Embora a gente possa inicialmente estar satisfeita com a versão mais simples de todas porque ela será avanço em relação a não ter, uma noite de gala não pode ser substituída por pouca coisa, “coisa pouca”, como diz o povo. Dificilmente o carnaval carioca com 100 anos de aprimoramento poderia ser imitado por amadores da roça distante. Assim, é de esperar a melhor versão e seus aprimoramentos até o êxtase, pois quando pensamos em Céu não pensamos em retoques de tinta sobre os descascados.

Vitória, segunda-feira, 22 de janeiro de 2007.

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