O Documentário do
Batatão
Fazer as coisas baseadas em lógica
visual em lugar de metódicas investigações fundamentadas em equações só pode
mesmo ser insatisfatório. Por vezes o terreno é cediço e devemos caminhar em
grandes saltos, ao passo que centenas e até milhares de astrônomos usando os
grandes programadores e as máquinas super-rápidas poderiam fazer mais e melhor
em menos tempo com mais confiança.
Que fazer?
Essa foi a pergunta de Lênin.
Ela é central.
Se você tem todas as facilidades de
primeiro mundo use os primeiros instrumentos, mas se está carregando tralhas,
use-as enquanto forem tais. Melhor que ficar parado gemendo e chorando.
Suponho que - se for verdade - muitos
se juntarão à aventura de calcular os sucessivos acontecimentos e em poucos
anos teremos um documentário belo e impecável. Contudo, mesmo agora um
documentário simples e impactante poderia ser feito com poucos recursos, se os
tivesse. Muita gente deve tê-los; penso que grande telas necessárias a alguns
estarão inutilmente postas a disposição de casas ou repartições vazias ou sendo
usadas para propósitos tíbios ou mornos, mas do que realmente reclamar? Assim é
a média da Curva do Sino.
Embora a gente possa inicialmente
estar satisfeita com a versão mais simples de todas porque ela será avanço em
relação a não ter, uma noite de gala não pode ser substituída por pouca coisa,
“coisa pouca”, como diz o povo. Dificilmente o carnaval carioca com 100 anos de
aprimoramento poderia ser imitado por amadores da roça distante. Assim, é de
esperar a melhor versão e seus aprimoramentos até o êxtase, pois quando
pensamos em Céu não pensamos em retoques de tinta sobre os descascados.
Vitória, segunda-feira, 22 de janeiro
de 2007.
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