As Separações das
Mulheres
Se as mães-mulheres estavam obrigadas
a cuidar de 80 a 90 % de todos, o que isso nos diz no Modelo da Caverna para a
Expansão dos Sapiens (MCES) sobre os produtos das coletas?
Como viviam muito juntas, tudo a cargo
das mães; como as menininhas eram escorraçadas, afugentadas, batidas; como as
mulheres eram julgadas imprestáveis até terem o primeiro filho; como viviam agregadas
em lugar fechado e pequeno o que mais desejavam era expansão, separação,
identidade.
Queriam algo de seu, sua própria
casa-caverna.
O
SONHO DE TODA MULHER
(uma casa que encher de objetos e filhos, queridinhos, garotinhos)
|
A disputa de uma mulher é com todas e
cada uma das outras pela separação (nos divórcios elas quererão ficar com os
queridinhos, as vasilhas, a casa) em relação a todas e cada uma por mostrar-se
fértil e ter pelo menos um filho (HOMEM), por ser considerada na comunidade,
por poder coletar, coletar, coletar sem parar (um cartão de crédito ilimitado e
sair todo dia seria o ideal). Um grande terreirão-supermercado, centros de
compra, lojas é o sonho maior de todas, fora o garotinho pelo qual
sacrificar-se.
Agora, pense no ambiente muito
restrito da caverna à noite, trancadas e longe dos pais-filhos, em
regime-de-fofoca e disse-que-disse, tendo que medir cada palavra e gesto para
não desagradar a mãe dominante e seu grupinho adulador! Que vida pesada é a das
mulheres! Que sacrifício todo dia medir-se contra e a favor de cada um dos
presentes, sem jamais poder altercar, confrontar, enfrentar (imagine uma guerra
dentro da caverna!). O duplo desejo de estar próxima e separada, de viver no
grupão e ter um canto “só seu”. Os homens saíam para caçar, viviam a grande
liberdade sem travas, mas elas ficavam com as sobras.
Vitória, quarta-feira, 24 de janeiro
de 2007.
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