terça-feira, 26 de junho de 2018


As Separações das Mulheres

 

Se as mães-mulheres estavam obrigadas a cuidar de 80 a 90 % de todos, o que isso nos diz no Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) sobre os produtos das coletas?

Como viviam muito juntas, tudo a cargo das mães; como as menininhas eram escorraçadas, afugentadas, batidas; como as mulheres eram julgadas imprestáveis até terem o primeiro filho; como viviam agregadas em lugar fechado e pequeno o que mais desejavam era expansão, separação, identidade.

Queriam algo de seu, sua própria casa-caverna.

O SONHO DE TODA MULHER (uma casa que encher de objetos e filhos, queridinhos, garotinhos)


A disputa de uma mulher é com todas e cada uma das outras pela separação (nos divórcios elas quererão ficar com os queridinhos, as vasilhas, a casa) em relação a todas e cada uma por mostrar-se fértil e ter pelo menos um filho (HOMEM), por ser considerada na comunidade, por poder coletar, coletar, coletar sem parar (um cartão de crédito ilimitado e sair todo dia seria o ideal). Um grande terreirão-supermercado, centros de compra, lojas é o sonho maior de todas, fora o garotinho pelo qual sacrificar-se.

Agora, pense no ambiente muito restrito da caverna à noite, trancadas e longe dos pais-filhos, em regime-de-fofoca e disse-que-disse, tendo que medir cada palavra e gesto para não desagradar a mãe dominante e seu grupinho adulador! Que vida pesada é a das mulheres! Que sacrifício todo dia medir-se contra e a favor de cada um dos presentes, sem jamais poder altercar, confrontar, enfrentar (imagine uma guerra dentro da caverna!). O duplo desejo de estar próxima e separada, de viver no grupão e ter um canto “só seu”. Os homens saíam para caçar, viviam a grande liberdade sem travas, mas elas ficavam com as sobras.

Vitória, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007.

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