quarta-feira, 27 de junho de 2018


O Batatão e os Núcleos Externo e Interno

 

Imagine a cena: o batatão veio coberto de gelo superfrio e ao chocar-se com a Terra entregou a água sob a forma de vapor superquente que se espalhou acima da superfície, constituindo a partir de então a atmosfera superdensa. Enquanto isso ele estava entrando na Terra: facilmente venceu a crosta, rebentando-a literalmente em mil ou mais de mil pedacinhos, milhões deles; depois venceu o manto (pois tinha no mínimo 400 a 800 km no eixo menor, como calculei pelas proporcionalidades), fazendo-o ferver barbaramente. As ondas de choque em seguida balançaram fortemente o núcleo exterior, comunicando os efeitos ao núcleo interior, que é uma bola sólida indestrutível constituída dos metais mais pesados.

As ondas prosseguiram para baixo, indo construir a Cúpula do Céu, que se desprendendo foi ejetada para formar a Lua.

Nisso o núcleo interno, encapsulado dentro do núcleo externo, deve ter ficado vibrando por eras (talvez ecos desse batimento ainda existam), comunicando pressão para cima e para baixo, transferindo ondas secundárias, terciárias, quaternárias por milhões de anos. O núcleo exterior, por sua vez, comunicava os efeitos ao manto, que também borbulhava continuamente; tudo voltava para cima, rachando a crosta sucessivamente (na verdade esta não passava de superfície liquefeita). Vulcões eram bolhas imensas do tamanho de países e estados, imensíssimas, incalculáveis, que subiam e desciam num ritmo alucinante.

Esses elementos devem ser modelados em computador: deve ser lindo ver tudo agindo em conjunto, pois era uma ferveção geral dos cinco cortes (núcleos interno e externo, manto, crosta e atmosfera) numa violência indizível, porém belíssima.

Tudo batia em tudo, tudo se comunicava com tudo, e durante esse tempo os pedados da Terra no OPOSTO COSMOLÓGICO (pois calcular depende de vários fatores, não é imediatamente oposto, não é diametralmente oposto) da Cúpula do Céu. Os pedaços da Terra voaram para além retenção gravitacional, atingiram velocidade-de-escape de então e colocaram-se em órbita, começando a esfriar.

Cavaram-se dois imensos buracos opostos: o do Pólo Norte tentarei descrever, pois existem evidências; o do Pólo Sul só os tecnocientistas poderão precisar após as computações. Em todo caso, os núcleos batiam com fúria incompreensível – contidos que estavam no interior - dentro da cadeia a que foram sujeitados. Por centenas de milhões de anos deve ter sido o cenário mais estonteante do sistema solar.

Eis algo de bom para modelar no computador: a interação dos dois núcleos um com o outro e do conjunto com as partes superiores, inclusive a interferência na atmosfera em formação, pois nunca mais houve outra entrega energética desse porte nos 4,0 bilhões de anos até agoraqui. Fora a batida mesmo do batatão isso foi o mais belo de tudo que aconteceu. Poder ver agora, nem que seja através das equações modeladas, vai ser recompensador.

Vitória, segunda-feira, 22 de janeiro de 2007.

 

NÚCLEOS EXTERNO E INTERNO

estrutura Terra

O Sistema Solar

FotoSS
Nosso sistema solar está composto pela nossa estrela, o Sol, pelos oito planetas com suas luas e anéis, pelos planetas anões, asteróides e pelos cometas.

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