Comer de Boca Fechada
Versus Comer de Boca Aberta
Parece uma questão trivial demais para
abordar, mas ela pode ser explicada pelo Modelo da Caverna para a Expansão dos
Sapiens (MCES), o qual diz que as mães davam atenção quase exclusiva aos
garotinhos, aos queridinhos, reservando para eles quase toda a comida e
escorraçando as menininhas – por alguma razão as mulheres são menores e de
corpo relativamente franzino (e são chamadas “sexo frágil”, embora altamente
resistentes ao trabalho cíclico). Quase toda proteína disponível ia para o
fortalecimento dos garotinhos e quase nada sobrava para as menininhas, razão
pela qual elas pegavam comida escondidas (esse costume deve poder ser rastreado
com câmeras escondidas) e se alimentavam de boca fechada, fingindo não estar
comendo, hábito que levaram para a idade adulta. Assim, numa sociedade
feminilizada sobressairá a alimentação de lábios colados, ao passo que numa
masculinizada comer-se-á de boca aberta, pois não fazia sentido nas caçadas os
homens ficarem se preocupando com o modo de comer nem com elegância, pelo
contrário, o desejável era fazer rápido, mastigar às pressas e engolir logo
para continuar a perseguir a presa, às vezes comendo enquanto se andava e em
qualquer posição ou situação admissível.
DOIS
GRUPOS DE HÁBITOS
DAS MULHERES
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Na caverna
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No terreirão (coleta)
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DOS HOMENS
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Na caça
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O MCES pode explicar tudo, agora, se
você pensar bastante nos detalhes LÓGICOS, isto é, aquilo que ia à cabeça das
pessoas nesta ou naquela situação. Isso é importantíssimo PORQUE esses hábitos
passaram de geração a geração e foram profundamente cravados no mapa genético.
Como somos hoje depende do comportamento daqueles nossos parentes remotos nas
cavernas (quase nada dos primatas, mais dos hominídeos, muito dos neandertais e
muitíssimos dos 80 a 70 mil anos dos cro-magnons).
As mães eram impiedosas com as
menininhas (é a lógica: tudo que estas podiam fazer as mães faziam melhor: para
elas as menininhas eram um estorvo e elas tendiam a sufocá-las no sentido
literal e metafórico) e também com as mulheres, julgadas imprestáveis; as
estéreis, então, sofriam mais que todas e se desdobravam para ajudar, lutando
pela sobrevivência mais que qualquer outra (isso não levou seus genes ao
futuro, mas impediu que fossem mortas, e as mães continuaram a ter e a tolerar filhas
estéreis, para obrigá-las a supertrabalhar).
Vitória, terça-feira, 23 de janeiro de
2007.
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