Superforma e
Superestrutura
Vendo na TV Gazeta o programa Bom Dia Espírito Santo ao fazer
ginástica entre 06h00min e 07h00min pude notar as pessoas superarrumadas, “em
beca”, como dizem os idiotas. A isso chamo superforma, com contraste com o
superconteúdo ou superestrutura.
De onde vem isso, a superformalidade?
De onde vem a superficialidade? Vem de que a sociedade (= SUPERFÍCIE = PELE =
POLÍTICA = FORMAL e segue na Rede Cognata) é uma tintura superficial mesmo que
recobre os conteúdos. Quando estes ficam no Conhecimento (Magia-Arte,
Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) distantes
das pessoas - por já existir um lado na soma 50/50 que é tendente ao
superficial – metade das pessoas propende ou se inclina a se refugiar na superfície,
quer dizer, na forma e depois na superforma. A polarização da coletividade,
significando distanciamento dos parceiros do povelite ou nação (com descrédito
ou cinismo em relação ao “contrato social”) leva à extremização dos dois lados:
um se superintelectualiza DEMONSTRATIVAMENTE e o outro lado pode então se
super-desracionalizar entre os “de cima”, porque estes estão defendidos contra
os “de baixo”, como está re-acontecendo na China depois da derrota de Mao Tse
Tung e sua Revolução Cultural (ou nacional), que deveria ter reposicionado os
intelectuais duradouramente, mas só o fez temporariamente, porque Mao morreu e
o chamado “Bando dos Quatro” foi destroçado, os intelectuais se recolocando
progressivamente no poder.
Quando há essa polarização e superpolarização
o significado é claro: o povo foi alijado e superalijado, afastado ou
superafastado. Há uma formação de elites ou superelites, que tanto se tornam
superfomais quanto superestruturais, distantes dos dois modos. Neste caso
chinês, no brasileiro e de outras nações há distanciamento e
superdistanciamento entre elites e povo, com crescente desconhecimento deste
por aquelas. As elites tornam-se incompreensíveis e superincompreensíveis pelo
povo e vão progressivamente se tornando inimigas abusadas e superabusadas.
Eventualmente há uma revolução para invenção de uma elite mais futurística ou
popular, em vez de elitista ou passadista, conservadora ou superconservadora.
Quando em estado-de-polarização as
elites se apresentam SEM EXPLICAÇÃO, ultraformalistas e ultraconceitualistas,
distantes demais de seu povo. Em termos de apresentação, as elites se mostram
superembonecadas (ternos, vestidos, pinturas, tudo que é superficial).
Vitória, quarta-feira, 06 de dezembro
de 2006.
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