segunda-feira, 4 de junho de 2018


Superforma e Superestrutura

 

Vendo na TV Gazeta o programa Bom Dia Espírito Santo ao fazer ginástica entre 06h00min e 07h00min pude notar as pessoas superarrumadas, “em beca”, como dizem os idiotas. A isso chamo superforma, com contraste com o superconteúdo ou superestrutura.

De onde vem isso, a superformalidade? De onde vem a superficialidade? Vem de que a sociedade (= SUPERFÍCIE = PELE = POLÍTICA = FORMAL e segue na Rede Cognata) é uma tintura superficial mesmo que recobre os conteúdos. Quando estes ficam no Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) distantes das pessoas - por já existir um lado na soma 50/50 que é tendente ao superficial – metade das pessoas propende ou se inclina a se refugiar na superfície, quer dizer, na forma e depois na superforma. A polarização da coletividade, significando distanciamento dos parceiros do povelite ou nação (com descrédito ou cinismo em relação ao “contrato social”) leva à extremização dos dois lados: um se superintelectualiza DEMONSTRATIVAMENTE e o outro lado pode então se super-desracionalizar entre os “de cima”, porque estes estão defendidos contra os “de baixo”, como está re-acontecendo na China depois da derrota de Mao Tse Tung e sua Revolução Cultural (ou nacional), que deveria ter reposicionado os intelectuais duradouramente, mas só o fez temporariamente, porque Mao morreu e o chamado “Bando dos Quatro” foi destroçado, os intelectuais se recolocando progressivamente no poder.

Quando há essa polarização e superpolarização o significado é claro: o povo foi alijado e superalijado, afastado ou superafastado. Há uma formação de elites ou superelites, que tanto se tornam superfomais quanto superestruturais, distantes dos dois modos. Neste caso chinês, no brasileiro e de outras nações há distanciamento e superdistanciamento entre elites e povo, com crescente desconhecimento deste por aquelas. As elites tornam-se incompreensíveis e superincompreensíveis pelo povo e vão progressivamente se tornando inimigas abusadas e superabusadas. Eventualmente há uma revolução para invenção de uma elite mais futurística ou popular, em vez de elitista ou passadista, conservadora ou superconservadora.

Quando em estado-de-polarização as elites se apresentam SEM EXPLICAÇÃO, ultraformalistas e ultraconceitualistas, distantes demais de seu povo. Em termos de apresentação, as elites se mostram superembonecadas (ternos, vestidos, pinturas, tudo que é superficial).

Vitória, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006.

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