Resumo da Qualidade
do Nosso Trabalho Coletivo
A Veja
publicou a Edição Especial nº 84, ano 39, número 1984, dezembro de 2006, Natal Digital, que anexo, com “150
aparelhos de última geração com preços e dicas de uso e qualidade”. São
fantásticos, “última geração” comprável no Brasil, “topo de linha”.
É claro, a grande maioria dos
brasileiros (logo de cara os que não estão entre os 5 % de ricos e os 15 % de
médio-altos) estão fora da festa. Como se vê no gráfico abaixo, 56 % dos
brasileiros em 2002 ganhavam oficialmente até 2,0 SM (salários mínimos), em
2006 700 reais/mês, coisa de 323 dólares a R$ 2,17/US$ 1,00. Só 10 % ganham
mais de 10 SM (R$ 3,5 mil, que também não é grande coisa; no caso estou
presentemente em 25,7 SM brutos, estou acima dos 5 % oficiais – não realmente, porque
muitos sobretrabalham informalmente, fazem “bico”, sonegam informações).
150 produtos, poderia ser muito maior
a lista.
Lindos, deslumbrantes, o povo não pode
ter: 95 % ganham menos de 10 SM, não sei quantos porcento menos de 20 SM,
talvez mais de 99 %, o que não leva em conta os salários indiretos e a
picaretagem escancarada, o banditismo (caixa dois, sonegação; roubo mesmo,
furtos; desvio de verbas públicas, etc.: muita gente tem o que pelos
vencimentos não poderia ter). 99 de nós trabalham para 1 ter.
De vez em quando aparece um índice
qualquer situando o Brasil, digamos, em 67º lugar em 200 nações. Seria
interessante fazer a lista de todas as posições brasileiras:
·
Comparadas
com os 10 anteriores e os 10 posteriores (no caso, de 57 a 77);
·
Comparadas
com os 10 primeiros;
·
Comparadas
com os cinco anteriores e os cinco posteriores em termos de produção anual,
PIB;
·
Comparadas
com os vizinhos;
·
Outras
comparações.
Todo o trabalho mundial flui como que
num funil para os 20 % e depois para os 5 %; os 20 % detém 80 % da riqueza,
relação 4/1, ao passo que o 1 % mais rico detém agora 15 % ou mais, relação de
15/1. Não admira mesmo nada que eles queiram internacionalizar, fazer o mundo
inteiro trabalhar para eles.
Vitória, segunda-feira, 27 de novembro
de 2006.
A
FESTA DIGITAL DAS ELITES
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A
FESTA DA BURGUESIA E DAS ELITES
(é servida pelos escravos de hoje)
Opinião
Pública
02/01/2002 33% fazem horas extras Dos que fazem, 31% não recebem por elas Fazer horas extras é algo rotineiro para 33% dos brasileiros. Esses brasileiros acrescentam, em média, 9,5 horas à sua jornada semanal, e cerca de um terço (31%) deles não recebe nenhum tipo de compensação por esse acréscimo de trabalho. |
45% dos
que trabalham atualmente ganham a vida de maneira informal,
sem direitos trabalhistas e com menor remuneração Tendo como base apenas os brasileiros que trabalham atualmente fica mais nítida a percepção do grande contingente de trabalhadores atualmente na informalidade. |
56% dos
brasileiros recebem até dois salários mínimos por mês
|
63%
começaram a trabalhar antes dos 16 anos
|
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