quinta-feira, 5 de abril de 2018


S1972 e S2002

 

Reassisti o lento, lentíssimo, quase parando Solaris de 1972, bem com o de 2002, 30 anos ou uma geração de diferença. O texto é de Stanislaw Lem (Lwów, então Polônia, agora Ucrânia, 1921-2006, vendeu mais de 45 milhões de exemplares – naqueles tempos - em 57 idiomas; é também autor de Stalker, que li e foi filmado, você pode obter pelo Torrent ou pelo Youtube), de 1961, tenho o exemplar de 1984, Rio de Janeiro, Francisco Alves.

TRÊS SOLARIS

Livro.
1961.
Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1984.
É completamente diferente dos filmes, nele somos capazes de entender, pois o autor situa a novidade.
1º filme.
S1972.
Soviético, “artístico”, uma porcaria indizível.
Há uma cena de carro sem motorista (previsto em 1961) passando em túnel, que dura vários minutos, uma das lentidões mais longas que presenciei. Termina numa ilha falsa criada pelo planeta-mente, com o protagonista ajoelhado aos pés do pai construído – melancólico.
2º filme.
S2002.
Americano, comercial, altamente assistível, equilibrado.
É muito mais bem feito, pós-contemporâneo (depois de 1991), com mais recursos, parece mais com estação espacial possível. Termina com os dois, ele e ela, casal de novo na Terra (a implicação é que o planeta se apaixonou ele,r pelo personagem), descobrindo-se como cria de Solaris (como o planeta pode manipular materenergia com tantos anos-luz não mencionados?).

Enfim e como diz o povo, o segundo (evidente, teve a vantagem de 30 anos de tecnociência, de Conhecimento geral e de efeitos especiais que não existiam em 1972, mal havia computadores, os televisores eram de tubo e resistores, tela P&B, a de 40 polegadas nem na proporção de 1.000/1 se compararia com as mais avançadas de agora) “dá de 10 a zero” no primeiro. Para comparar, a filmagem de Encouraçado Potemkin, de Eisenstein, não foi tentada, continua portentoso no original russo).

Você precisa viver as três experiências, ler o livro e ver os filmes (o de 2032 deverá ser ainda mais expressivo), é como Caçador de Androides (Blade Runner, Fugitivo da Lâmina, diz minha filha: seria muito mais cortante terem traduzido assim, mas o título dado ficou bom), o livro dá de 10 a zero no filme (aliás, muito bom, excelente – S2002 aproveita o Noir deste filme).

Em resumo, não perca, até para derrotar essa visão miserável de filme “artístico” de S1972, esse experimentalismo segundo o qual os diálogos minimalistas são prova de inteligência e as citações à francesa experiência necessária ao mundo, eles tinham isso de ensinar ao mundo, coisa deplorável (agora melhoraram). Quer experimentar, coloque um chiqueiro; nem os porcos, criaturinhas de Deus que infelizmente devoramos, merecem essas coisas.

Arre!

Vitória, quinta-feira, 5 de abril de 2018.

GAVA.

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