domingo, 15 de abril de 2018


O Espólio do Estado

 

Falamos do fim do Estado neste Livro 181 em O Fim do Estado e Começo de Novo e em A Morte do Estado e o Custo Dele Hoje, depois de termos começado a pensar no fim do poder Legislativo. Todo o Estado custa no mundo mais de US$ 10 trilhões/ano, quer dizer, 10 VEZES a presumida produção anual do Brasil ou 400 VEZES a do Espírito Santo, “tipo assim” (como dizem os jovens) 400 vezes o esforço anual de toda a gente capixaba, mais de 3,5 milhões de pessoas.

Quando se fala em morte fala-se em espólio, em herança, e os urubus aparecem sorrateiros (no dASXXI: 1. Que faz as coisas manhosamente, pela calada, de sorrate. 2. Matreiro, manhoso, astuto), rondando para morder a carniça ou o bicho ainda vivo. Os aproveitadores se mostram rapidamente: todos querem pegar uma parte, legítima ou não. As empresas privadas se jogam para pagar 1.000 no que custou 100.000. O povo é que sofre, porque pagou os 100.000 ou, devido ao caixa dois, 200.000 ou mais, sei lá.

É porisso que falou numa transição de 30 ou 60 anos para administrarmos ajuizadamente o nascimento do novo governo mundial gerido por todos, pois se trata de CRESCIMENTO, e o povo e as elites devem crescer até lá, até aquelas alturas. Que serviços devem ser desmontados logo e quais depois? A educação é uma transição especialmente difícil. E acabar com as forças armadas é complicado, pois há a questão da defesa: só a plena globalização permitiria construir uma forçapoder universal efetiva em todo o Globo. Quem construiria as estradas, quem proviria cultura e tantas coisas que o estado faz (mal) hoje em dia?

Tudo precisa ser assumido MELHOR por colegiados que se auto-organizarão. Falar é fácil, na hora de fazer é que são elas! Na hora de fazer ficam três ou quatro “gatos pingados”, como já sabemos. É um aprendizado muito longo e só dará certo se o próprio Estado atual decidir SE SUBSTITUIR por outro mais avançado DE CONSENSO. É o Estado atual que precisa ser convencido a se dissolver e se substituir. Não se trata de promover uma revolução sangrenta de retirada de um para colocar outro também perverso no lugar e sim de o Estado de hoje compreender que deve fazer a passagem, dar o salto para novas alturas. É esse convencimento que precisa ser colocado.

Assim, o Estado atual dará seu espólio ao Estado futuro e não aos aventureiros de plantão, aos gananciosos espoliadores.

Vitória, sexta-feira, 22 de setembro de 2006.

 

ESPÓLIO (no dicionário Aurélio Século XXI e na Internet)

[Do lat. spoliu. ] S. m. 1. Bens que alguém, morrendo, deixou. 2. Aquilo de que alguém foi espoliado. 3. Despojos, restos.
Espólio é o conjunto de bens, direitos, rendimentos e obrigações (patrimônio) que foram deixados pela pessoa falecida, os quais serão partilhados no inventário entre os herdeiros ou legatários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário