Visitações
Cruzadas aos Sete Locais das Relíquias Sagradas
Uma coisa é visitar relíquias dos santos, que
podem muito bem ser falsificadas, é preciso ter fé para acreditar, ou esconder-se
da percepção quanto às provas de falsificação: quando a pessoa quer confiar,
nada que digam vai muda-la. Outra, muito diferente, é ver as relíquias
imperecíveis vindas diretamente de Deus, dadas a Adão e Eva há seis mil anos, existindo
em nossos dias como se tivessem sido feitas horas atrás, objetos que nunca
estragam e continuam a funcionar milênio após milênio sem barulho, sem defeito.
Tipicamente, nossos produtos de classe média
estragam depois de dois a cinco anos, é só terminar a garantia; os dos ricos
duram bem mais, mas têm custos proibitivos para os de baixo, mesmo assim não
duram tanto quanto os corações, que podem chegar a 120 anos.
E outras destinadas a durar seis milênios, de
fato para sempre?
Os tecnocientistas provarão facilmente que é
assim PORQUE elas não poderão ser violadas, como que existindo num plano além
do toque, perfeitas, perfeitas para sempre.
Se as RS ficarem em um só lugar, a
aglomeração será grande demais, gente demasiada para administrar. Por outro
lado, se forem colocadas em sete lugares (ou mais, caso existam outras), as
pessoas se locomoverão constantemente para visitar as demais (e nem estou
falando dos alucinados) - haja transportes e congestionamentos, sem falar na
logística da alimentação, banhos, cuidados higiênicos e o resto. Sete cidades
gigantes se erguerão junto às sete RS. Pode contar que serão levantadas,
erigidas rapidinho, com tudo que as cidades possuem em oferta – porisso, desde
o início os locais devem ser escolhidos em ermos, descampados, vazios de tudo.
Inferno organizativo, creia.
Uma prova humana das mais agudas, ou talvez a
mais.
Só não vou dizer que não quero ver porque
será mesmo emocionante.
Vitória, terça-feira, 17 de abril de 2018.
GAVA.
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