sábado, 21 de abril de 2018


A República Mineira

 

Li livro sobre a Inconfidência Mineira, sobre Tiradentes, também sobre o venenoso Padre Rolim, pessoas das mais daninhas que já houve. Quanto a Tiradentes, era uma matraca, falava a torto e a direito. A Inconfidência toda foi coisa de principiantes, infantil, algo de provinciano no pior sentido, sem planejamento, sem exércitos e marinha, sem financiamento, sem apoio – tudo de censurável.

Foi bom que tivesse dado errado.

Os atos de Dona Maria, rainha de Portugal, foram deploráveis, algo que ainda estaremos cobrando daqui a mil anos, não é à toa que se tornou louca, Dona Maria, a Louca, louca de pedra, mandar enforcar Tiradentes e esquarteja-lo foi de uma indignidade sem par.

Quanto a ele, tinha grande dignidade, quase todos escaparam de um jeito ou outro, poucos foram enforcados. Só o destino do conjunto, seguindo um por um até o término das penas, já daria livro muito interessante. Os padres foram protegidos, enviados para Portugal.

Agora, pense se tivesse dado certo.

Minas Gerais teria se tornado independente, livraria guerra com a Coroa, talvez Rio de Janeiro tivesse se juntado, e São Paulo, o reino teria se reunido  a partir das províncias, enviaria gente de ultramar, de Portugal e colônias, seria morticínio tremendo. O Brasil teria se fragmentado, não seria o país-continente de hoje, tornar-se-ia um conjunto de paisinhos com o restante da América Latina, coisa lamentável. A vitória da Inconfidência teria rebentado o Brasil em dúzias de pedacinhos ridículos, como são os países da América do Sul atuais, lá teria ido o Brasil Superpotência do futuro: RJ, MG e SP travariam guerras durante décadas até recuperar parte do que já era Brasil.

Deploro o que a louca fez, mas também não aprovo a Inconfidência, foi melhor que fracassasse. As pessoas pensam nela como se estivesse liderando a independência do país inteiro, longe disso, queriam segmentar.

Vitória, sábado, 21 de abril de 2018.

GAVA.

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