Dois Instrumentos
Estragados
1.
A MÁQUINA ITEMIZADORA (depois chamada ECF, Emissor de Cupom
Fiscal): ele deveria marcar pontualmente como que com radiação as
moléculas-produtos do trânsito fiscal com códigos (pensei nisso quando
trabalhei em 1986 como “fiscal do Sarney” durante o malfadado Plano Cruzado)
que rastrearíamos através da estatística, sem precisar fazer muito esforço. O
MAPA DE CORRELAÇÕES, digamos assim, iria nos dar um retrato muito preciso das
verdadeiras dimensões da sonegação geral e com isso pegaríamos todos e cada um
dos sonegadores. Ela teceria uma teia muito sensível e na medida em que
entrassem diretamente no CPD da SEFAZ/ES as notícias pontuais da emissão de
cupons o roteador central comporia o mapa em tempo real. UMA ECF JUNTO DE
MÁQUINA REGISTRADORA:
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2.
A BANDA POBRE (agora chamada “bolsa família”): a
idéia era pegar os 30 % de brasileiros incompetentes para o presente modo
produtivo - os miseráveis - cerca de 55 milhões de brasileiros, dar-lhes meio
salário mínimo, perfazendo uns 20 bilhões de dólares por ano; depois esse
dinheiro seria retirado e usado para pagar casas populares e móveis, fazendo a
indústria de construção civil empregar a fração seguinte, dos pobres; e a
indústria moveleira empregar milhões. Como Gabriel viu, toda essa gente poderia
ser movida pelos governos para essas e aquelas obras, que de início pensei ser
a limpeza das cidades e do campo, porém poderia ser de fato qualquer tarefa. Eles
trabalhariam pelo ½ SM (tanto homem quanto mulher), seriam alimentados,
comprariam casa e móveis, teriam saúde e assim por diante. Em lugar disso virou
esmola viciante e degradante:
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E assim é com tudo: eles não têm
lógica e não sabem pensar, distorcem tudo se não houver alguém do lado guiando;
suas mentes são pequenas, tacanhas, não vêem longe como deveriam – sempre
restringem a operatividade do instrumento, tornando-o rombo, gretado,
faca-serrote, faca com dentes – ainda corta, mas não produz um resultado tão
bonito e limpo.
Em resumo, é como Cristo disse: não
dar pérolas aos porcos.
Eles estragam tudo, porque não sabem
das condições de uso perfeito do instrumento e de sua sensibilidade na medição.
Vitória, quinta-feira, 31 de agosto de
2006.
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