Condição de Mulher
Sendo homens não fazemos esforço
nenhum para nos colocarmos “no lugar das mulheres”, tentando imaginar como
vivem e se sentem:
1. São, quando crianças, constantemente
contidas pelas mães em termos de comportamento apropriado ao sexo;
2. Não faz muito tempo, não podiam
freqüentar universidades, não podiam votar, nas escolas ficavam separadas dos
garotos;
3. Devem cruzar as pernas e estar sempre
protegendo o corpo dos olhares masculinos;
4. Quando têm filhos, durante 9 meses
vêem suas barrigas irem intumescendo em razão do crescimento do intruso,
sofrendo náuseas iniciais durante três meses;
5. Não podem tomar iniciativa de ir atrás
do parceiro, devem esperar algum se aproximar (e devem gostar de um desses que
se achegarem);
6. Antigamente não herdavam porque – por
exemplo, nas famílias italianas – tudo ficava para os filhos;
7. No passado, para casaram, os pais
deviam oferecer um prêmio ao marido por estar levando uma “dependente”;
8. Até há muitíssimo pouco tempo no
Brasil não eram iguais na propriedade do lar;
9. Não podiam pretender emprego fora de
casa;
10. Numerosíssimas outras situações que
valeria a pena pensar num exercício coletivo e particular de se colocar na
condição de mulher.
O que é “ser mulher”? Suponho que se
fosse feito o exercício – conduzido por estudos sérios e bem elaborados – de se
colocar na condição DIÁRIA e ANUAL de ser mulher (inclusive uma vez por mês
sangrar) tudo melhoraria nas relações homem-mulher do par fundamental. Nova era
raiaria na Terra, tudo melhoraria. Claro que de início os idiotas se recusariam
a ir, mas com o tempo se tornaria uma prática comum no seio da civilização.
Poderiam ser feitos documentários, entrevistas, trabalhos de escola; realizados
debates entre as crianças de ambos os sexos e assim por diante. Depois que for
disparada a idéia milhares de outras possibilidades serão sugeridas.
Vitória, quinta-feira, 23 de fevereiro
de 2006.
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