A Pressa de Curar as
Doenças e a Morte e o Poder de Curar nas Mãos de Poucos
Enquanto não podem curar a morte as
pessoas a aceitam, pois não podem revertê-la; devem aceitar porque é
irreversível e desse modo se sujeitam. Em tese a ressurreição dos mortos é boa
coisa, mas na prática é bem confusa mesmo. Agora, imagine que haja mesmo El Dorado
e que estejam lá as duas árvores, a Árvore da Vida (= CURA DE TUDO) e a Árvore
do Bem e do Mal (= CURA DE DOENÇAS E DA MORTE): como as pessoas reagiriam?
Em primeiro lugar viria a relocação da
crença em Deus e no Paraíso (ou no inferno). Depois viria a fila de espera para
o processo de cura: quem teria acesso? Quem antes dos outros? Já coloquei estas
perguntas. A seguir a mais difícil de todas: quem seriam os primeiros? Uma
guerra seria travada, os exércitos entrariam em prontidão: haveria sorteio?
Iriam primeiro os mais necessitados ou a “nobreza”? Quem ficasse de fora como
se manifestaria? Acho que é porisso que está aparecendo que existem bilhões de
soldados-projéteis, 500 milhões de aviões-querubins e quatro imensas
bombas-arcanjos: o avatar de Deus vai escolher ele mesmo quem é merecedor e
quem não. Seguramente é como está na Bíblia, pois os que ficarem de fora vão
ranger os dentes.
E quem estivesse à beira da morte?
O sentimento de perda das PESSOAS
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) seria tremendo em virtude da
iminência dela. Presidentes de empresas são mais importantes que o Zé Mane da
esquina?
Não é fácil decidir.
O poder de curar ficaria concentrado
nas mãos de poucos, como tudo até agora, e essas pessoas teriam literalmente
poder de vida e morte sobre os demais; com isso se tornariam uma classe
ditadora e todo o trabalho de liberação da humanidade teria sido em vão. Uma
coisa que parece muito boa em ficção na prática pode se tornar terrivelmente
ruim, daninha em extremo. Seria um veneno indizível nas relações humanas.
Talvez seja porisso que os apontamentos em El Dorado estão se dando no sentido
de o Cara Dourado mesmo escolher pessoalmente, quer dizer, diretamente, sem
delegar a ninguém capacidade gerencial. E não será por outro motivo que tanto
suposto poder de fogo foi reunido – só para doar essa coisa boa.
Vitória, domingo, 12 de fevereiro de
2006.
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