quarta-feira, 16 de novembro de 2016


O Custo do Amor

 

LISTA DE TAREFAS COM SILAS (o labrador Pink nose – nariz rosa – recessivo que Gabriel meu filho pegou com intenção de ser tutor). Coloco-as porque não tenho acesso a outras; se tivesse teria de pedir licença por escrito, submeter a revisão, receber autorização de advogado, etc.

TAREFA
REALIZAÇÃO
SIMPLIFICADO.
Brincar de “três”.
Ele segura um pano nos dentes, tento tirar.
Sábado e domingo, nem sempre.
Dar a ração grão a grão.
Neném que faz.
Meia hora por dia, vários anos.
Dar banho, uma vez por mês.
Enxaguo, Neném enxuga.
Meia hora por mês, nem vale a pena contar.
Duas operações de verrugas.
Somente duas.
Uma de 700, outra de 600 = 1,3 mil.
Levá-lo para passear de manhã.
Todos os dias, 15 minutos por dia (8,5 anos).
(8 anos vezes 400 dias/ano vezes ¼ de hora por dia) = 800 horas.
Outros alimentos, há dois anos ou mais.
Toda semana 80 reais.
80 x 50 semanas = 4,0 mil por ano.
Ração especial, 330 reais por saco.
Um saco de 10,1 kg por mês e meio, não vem desde sempre, vamos dizer quatro anos ou mais.
Oito sacos a cada 12 meses: 2,7 mil por ano, 10 mil em quatro anos, mais os outros 5,5 anos.
Remédios.
Muitos foram os passados, nem sempre comprei por achar daninhos.
Centenas e centenas de reais, vários deles não usados.
Vacinas.
Algumas por ano.
300 reais/ano = 2,4 mil.
Veterinária.
Uma vez a cada vários meses.
Não vale a pena estimar.

Há coisas que posso ter esquecido, aqui não se trata de fazer lista de cobrança, pelo contrário, pois esses cuidados NÃO SÃO O AMOR, são os cuidados do amor, algo bem diferente. O amor é impagável, é experienciação ou experimentação lenta, com entranhamento que se dá muito devagar, como condimento que fosse entrando na mente para torná-la temperada de dignidade.

Os cuidados do amor proporcionamos a alguém (por exemplo, de mim para essa criancinha que na raça dele é adulto com filhas, enquanto na nossa será sempre um bebê) saem de você e vão a outrem, acontecem de dentro para fora: o amor, esse, opera exclusivamente dentro, é interior, é sentimento indefinível de valorização de alguém a quem, de fato e às vezes, nem prestamos assistência – é um AD/MIRAR, mirar de fora; o amor não sai de dentro. Não é o amor que sai, são as manifestações do amor. O amor nada custa, o que por vezes custa até bastante são os cuidados.

Madre Teresa de Calcutá ou Irmã Dulce na Bahia ou qualquer místico altamente devoto à coletividade não saíram de si, o que proveio deles foram os cuidados; as pessoas, inclusive, podem cuidar sem amar, pois, cuidado não é garantia de amor, de modo nenhum, senão o mundo seria repleto de amor, inclusive nas repartições públicas, nos bancos, nos escritórios, nos consultórios, nos hospitais de gente com cara amarrada.

Cuidados não garantem que haja amor.

As pessoas não conseguem NOTICIAR corretamente o amor, jamais conseguirão expressá-lo os poetas, os prosadores, muito menos os advogados. Pois o amor é SENTIR e, é claro, o sentir é interior: você sente fome e fala de alimentação, não de fome: diz “estou sentido fome” como um apelo por comida. Dizer “estou amando” é declaração de sentimento, não é o sentimento mesmo. FALAR DE AMOR é pedir para receber, não é o amor mesmo, que é somente interior.

Por uma razão só.

O amor que os humanos sentem vem da potência de Deus, do verdadeiro O Amor, o absoluto que nós sentimos como se fosse um fantasma, uma projeção. Você não pode expressar Deus, só Deus pode se expressar: na Natureza o máximo que você pode fazer é sentir e apregoar com cuidados.

Você SENTE amor e MANIFESTA cuidados.

Ninguém saberia dizer, olhando de fora, se a manifestação comporta similitude com o que lhe vai interiormente. Dizer “eu te amo” é apenas sentenciar, ninguém pode afirmar veracidade ou falsidade, exceto a pessoa em seu interior.

Daí podermos afirmar que quando alguém diz “eu te amo” isso não passa de fórmula, não é o amor: amor, só a pessoa que sente sabe que sente. Em termos de lógica é inútil falar dele, razão pela qual as pessoas falarão sempre, pois quando o sentem elas estão mais próximas de Deus.

Serra, terça-feira, 01 de setembro de 2015.

GAVA.

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