terça-feira, 29 de novembro de 2016


Trocando em Miúdos

 

Tomando 1 (ano), coloquemos as frações.

TEMPO QUETUTINHAS (como diz um colega, “mais um, menos um”, mais um dia vivido, menos um dia para viver)

TAREFA
QUANTIDADE
%
SOMA
Sono.
8 horas/dia, 1/3.
33
33
Necessidades ditas “fisiológicas” (urinar, defecar, tomar banho): não são apenas biológicas, são psicológicas.
Pelo menos duas horas por dia, 2/24, 1/12.
8
41
Necessidades de sustentação (alimentação, hidratação, sexo).
Outras duas horas diárias.
8
49
Comprar, pagar.
Uma hora/dia.
4
53
Viagens ao trabalho: se as horas constitucionais são 2.107/ano, as de viagem podem ser ¼ disso, 500 horas/ano durante 30, 35, 40 anos.
Não dá para avaliar, varia muito; para toda a vida, média de uma hora/dia.
3
56
Trabalho durante 30, 35, 40 anos.
Oito horas por dia, idem.
4
60
SOBRAM DE 100.
40

Seria preciso calcular um a um, mas vamos dizer que sobrem 40 % do tempo, parte do quais é gasto diante do TV viciante (parei de querer ver – porque sempre há uma ligada aonde se vá, não dá para escapar mesmo – as pessoas ficam aturdidas quando sabem da minha opção), parte em bebedeiras, parte em conversações, parte com a mídia (Revista, Jornal, TV já mencionada, Cinema, Internet, Rádio), menos Livro-Editoria, que é perigoso, faz pensar, isso traumatiza.

Então as pessoas falam, as mulheres em compulsão-da-Caverna geral, os homens cooptados até os 13 anos, viciados na língua. As pessoas quase todas falam o tempo todo para evitar a qualquer custo pensar, isso lhes é doloroso. Como pensei sempre, não reparei até muito tarde que a grande maioria faz de tudo mesmo para não refletir, é o maior perigo da essênciexistência, o grande trauma.

De início, naquela festa de pensar, inquirir, buscar as razões da Vida e da Psicologia, achava que era geral, mas não é, aqueles 40 % são gastos em porcarias, em besteiras; trocamos os nossos tempos miúdos por disparates de falso saber. As pessoas em geral têm ojeriza do saber, representado principalmente pelos livros, têm medo que se pelam deles, fogem deles como o diabo da cruz. Para mim e outros, são brilhantes luminosos, porém para outros são índices de perigo.

Tão pouco tempo, trocado por sandices da falsa sabedoria popular. Na realidade o povo e as elites tem pavor do conhecimento, principalmente da pesquisa.

Serra, domingo, 08 de novembro de 2015.

GAVA.

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