terça-feira, 29 de novembro de 2016


O Grosso da Bossa

 

O FINO DA BOSSA, DOIS NA BOSSA

Show Dois na Bossa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Programa produzido e exibido pela TV Excelsior do Rio Canal 2 a partir de julho de 1964, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, e com a direção musical em sua primeira fase de Nelson Motta e Mariozinho Rocha. O programa teve tanto sucesso que gerou a gravação de um LP ao vivo pela gravadora Philips. Em fins de 1965, o programa transferiu-se para a TV Record de São Paulo, onde passou a chamar-se O Fino da Bossa e também gerou um LP com o nome do programa original, acrescentado o volume 2. No início de 1967, o programa retornou à TV Excelsior do Rio Canal 2, sendo devolvido o nome original. No final do mesmo ano, o programa saiu do ar.

No livro de Denilson Monteiro, A Bossa do Lobo Ronaldo Bôscoli, São Paulo, Leya, 2011, o autor conta em 469 páginas as trapalhadas de Ronaldo Bôscoli, um dos criadores da Bossa Nova (de que João Gilberto foi o mais qualificado) a partir de 1957, ano que vem completando 60 anos, duas gerações, quando deverá retornar. Até o final da vida ficou passando trotes, nada engraçados para quem sofria. Era alma inquieta, indócil, sempre culpando o mundo e sempre querendo vingança, mas foi também trabalhador constante por mais de 40 anos, o grande divulgador da BN, um apaixonado. Creio que a balança pende MUITO a favor dele, amigo dos que estavam em dificuldades.

Um grosso.

Contudo, grosso com graça, muito acima de tantos de menor talento e menor perspicácia. A lista de grandes músicas dele é vasta em termos de qualidade, inclusive com Roberto Menescal (que é capixaba), O Barquinho, que já foi, segundo a Internet, gravada mais de 2,0 mil vezes, sendo com a guarânia Índia uma das duas músicas que gosto mais, porque tocam o Céu.

O BARQUINHO QUE LEVA NOSSA ALMA

Dia de luz, festa de sol
E o barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão, o amor se faz
No barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar
E o sol
Beija o barco e luz
Dias tão azuis
Volta do mar, desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
E o barquinho, coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz
Tudo isso traz
Uma calma de verão
E então
O barquinho vai
E a tardinha cai

Com Luís Carlos Mièle participou de grande número de criações de shows/apresentações durante décadas, desde quando eram jovens e se encontraram.

Em resumo, grande sujeito.

Parabéns, Ronaldo.

Vitória, quarta-feira, 30 de novembro de 2016.

GAVA.

 

ANEXO

Letras.com.br
Biografia de Ronaldo Bôscoli
Ronaldo Fernando Esquerdo Bôscoli (Rio de Janeiro, 28 de outubro de 1928 a 18 de novembro de 1994) compositor, produtor musical e jornalista brasileiro, foi o porta-voz de uma tendência musical que surgia no Brasil: a Bossa Nova.
Bôscoli participa de todo o movimento, traçando um panorama humano e artístico dos grandes nomes da música popular brasileira, todos desmistificados por seu olhar de jornalista e observador da história que se construía.
Ronaldo tinha no sangue o gosto pelo show business e pela música, caminho que percorreu com grande sucesso.
Produtor e diretor de inúmeros espetáculos, foi um dos pais da bossa nova e autor, com Roberto Menescal, de inúmeros sucessos musicais que até hoje são cantados: O barquinho; Ah! Se eu pudesse; Canção que morre no ar; Lobo bobo; Nós e o mar; Rio; Se é tarde me perdoa; Telefone e Saudade fez um samba, entre outras músicas que ficaram na história e estão presentes no repertório de grandes intérpretes.
Formava com Luiz Carlos Mièle a famosa dupla Mièle e Bôscoli, e foi por muitos anos o diretor de todas as apresentações anuais de Roberto Carlos.
No campo da mulheres também foi sucesso. Seus amores, quase sempre ligados à música, foram Nara Leão, Maysa, Elis Regina (com quem foi casado e teve um filho, João Marcelo Bôscoli), Mila Moreira e Heloisa de Souza Paiva, sua segunda mulher.
Contam que, já quase à morte, recebeu a visita de Roberto Menescal no hospital onde se encontrava. Ao entrar no quarto, Menescal ficou arrasado ao ver Ronaldo no fundo da cama, com os braços abertos em cruz, um deles atado ao frasco de soro e o outro, ao de sangue. Mas a saudação de Ronaldo, com voz fraca e sumida, desarmou-o: "Vai de branco ou vai de tinto, Menescal?".

RONALDO BÔSCOLI

Carioca de nascimento (28/10/1928) e descendente de uma família de artistas (era sobrinho-bisneto da compositora Chiquinha Gonzaga e primo do ator Jardel Filho), começou a trabalhar em 1951 como jornalista esportivo no "Diário da Noite".
A convite de Samuel Wainer foi trabalhar como repórter no "Última Hora", época que iniciou amizade com Vinicius de Moraes, que já havia jogado o seu charme para sua irmã, Lila, com quem se casaria tempos depois.
Amigo de vários músicos e artistas e disposto a trocar as redações pela noite carioca, tornou-se um dos principais agitadores do movimento musical que mais tarde ficaria conhecido como bossa nova.
Produziu com o amigo Mièle o primeiro pocket-show, expressão criada por ele, apresentando, no Little Club, Odete Lara com Sergio Mendes e Conjunto.
Organizou e dirigiu dezenas de shows em boates no lendário Beco das Garrafas, onde ganhou o apelido de "O Véio", não só por ser mais velho que a turma de artistas, mas pelo jeito ranzinza e reacionário.
Escreveu sua primeira letra em 1957, "Sente", musicada por Chico Feitosa e interpretada por Norma Benguel no mesmo ano.
Escreveu com Carlos Lyra duas canções ? "Lobo Lobo" e "Saudade Fez Um Samba? - para o histórico disco "Chega de Saudade", de João Gilberto, lançado em 1959.
Passou a compor com mais frequência ao lado de um novo e fiel parceiro: Roberto Menescal. Juntos, assinaram vários clássicos da bossa nova, como "O Barquinho", "Nós e o Mar", "Telefone" e "Balançamba?.
Dirigiu mais alguns shows no Beco das Garrafas e programas de televisão, como a última fase do Fino da Bossa, com Elis Regina, na TV Record.
Casou-se com Elis em 1967, com quem viveu uma conturbada relação até o divórcio em 1972.
Durante a década de 1980 seguiu escrevendo programas para a TV Globo e produzindo um show anual de Roberto Carlos, mas deixou de ter a mesma influência no cenário musical.
Lutou contra o câncer na próstata. Faleceu em 18/11/1994.

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