Lutamorosa
Ao longo das décadas
as pessoas fizeram questão de bater em mim, zombar, abusar, desrespeitar; como
estava imerso em minhas tarefas, passei quase todo o tempo sem reagir, sem
devolver “o troco”, sem revidar, até bem recentemente, dois anos, quando fui
reparar em tudo e ficar injuriado. Muitas vezes em bancos e lugares com filas
longas, onde com imenso desatino nos deixam mofar, reclamo, grito, bato os pés.
Entrementes, ao longo
do desenvolvimento do MP Modelo Pirâmide, pude ver claramente que não há apenas
a luta, há o amor como compensação. Há dois tipos de amor, o verdadeiro, O Amor
de Deus, que é de cima para baixo (como Deus é o oculto, não temos condição de
saber da existência dele, exceto que você se sente <em tal estado de
bem-estar>, como disse Clarice Lispector em outras palavras, o que é como
leve aragem tocando), ao lado do amor humano, mera imitação dos possíveis e (se
você for agraciado) dádiva, poder amar a Deus sobre todas as coisas, honra
indizível.
A
COMPOSIÇÃO DO MP
(neste caso, a locomotiva fica atrás, ela empurra os vagões para eles não
deixarem de trafegar)
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AMOR VERDADEIRO
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LUTAMOROSA
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LUTA
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Religiosa.
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Darwiniana.
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O excesso humano disso levou ao fechamento
Khmer.
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O abuso humano disso levou à obliteração
Maya.
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Sendo o Estado descomunal, o atendimento
pleno os tornou molengas.
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Com quatro para segurar, o doador não
parece muito satisfeito.
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Já vimos em Testamento que a Luta geral, por si mesma, leva à extinção, ao
descarrilamento do trem da realidade. O mesmo acontece com o desmesurado amor
humano que tenta atender a TODOS os pleitos (Deus não faz isso, os ordinários
pagam o preço por si mesmos), o Estado do TOTAL bem-estar em que pouquinhos
levam a carga de quase todos e acabam cansados demais.
É preciso continuar lutando, porém com amor,
amparando, apoiando como fazem os americanos espontaneamente na coletividade.
Como disse Luís Gonzaga, o Gonzagão, “doutor, uma esmola para um pobre que é
são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
Resumindo, nem exigir demais, nem afagar
demais.
Serra, terça-feira, 01 de setembro de 2015.
GAVA.


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