quarta-feira, 16 de novembro de 2016


EDA: Estados Desunidos da América

 

Michael Lewis diz em Bumerangue (Uma viagem pela economia do novo terceiro mundo), Rio de Janeiro, Sextante, 2011 (sobre original do mesmo ano) - em que aborda as economias fracassadas da Islândia, da Grécia, da Irlanda, da Alemanha (só porque emprestou bobamente aos outros, está devendo quase 6,0 trilhões de dólares) e dos EUA -, página 198: “Mas Reed tem outra explicação, e logo diz qual é. – Acho que sofremos uma série de delírios coletivos – completa. – Não entendi bem o que vocês quis dizer. – Vamos todos enriquecer – diz ele. – Vamos todos viver para sempre. Todas as forças no estado estão alinhadas para preservar o status quo. Para preservar o delírio”.

E havia escrito na página 178:

“O país, ela pensava, poderia se organizar cada vez mais em zonas de segurança financeira e zonas de crise financeira. E quanto melhor o povo distinguisse essas zonas, mais atrito haveria entre elas”.

A dialética diz que o ciclo vai se cumprir, começa de um jeito e volta ele, só que em espiral, algo se aprendeu no trajeto. Através de delírios os estados dos EUA promoverão a separação, por meio de atritos, julgamentos e acusações mútuas.

RETIRADO DE TEORIA DAS RELAÇÕES

AUTOR
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ELEMENTO
FRASE
Trotsky.
0
Cadências distintas de percepção, de ação, de aspiração conduzem a velocidades diferentes de apossamento: todas as diferenças dos conjuntos.
Mutação diferenciada dos conjuntos: nada na Natureza físico-química, biológica-p.2, psicológica-p.3 é absolutamente igual, só semelhante.
Hegel
1
Problemas surgem, há conflitos de abordagem (uso da riqueza, do poder, da beleza, da fama, há luta pela evidenciação, pela tomada dos recursos).
Tese: interpenetração dos contrários, dos opositores - tentando vencer o jogo eles partilham informações e alguns mentem desbragadamente.
2
Reação: os opositores polarizam como PESSOAS ou como AMBIENTES, eles se enfrentam, juntando recursos dos semelhantes.
Antítese: emergem as forças identificadas como polares irreconciliáveis, o inimigo comum é vencido e depois os vencedores brigam entre si.
3
Solução: acordo é providenciado com diálogo-diplomacia ou, senão isso, com guerras e conflitos após desesperar de solução.
Síntese: passagem da quantidade à qualidade, qualidade superior é gerada, há o salto dialético, salto qualitativo.
JAG.
4
Tomando cada conjunto como polar, vemos como tudo como somas de operadores dialético-matemáticos e devidamente mensurados.
Mola dialética: era é armada por pressão das pessoambientes e todos os conjuntos se retraem para entrar em choque, por exemplo, num ringue.
5
Já que as disputas de conjuntos menores que o duploverso não são de soma zero, SEMPRE restam problemas por resolver e volta-se ao zero, ao começo, em nova busca de síntese.
Herança virtual: como, fora o duploverso, nada é fechado em soma zero (não sendo, a solução não é completa) 50/50, a não realização do potencial SEMPRE implica em doação de problemas ao meio.

 Você vê? Os conjuntos mudam diferencialmente. Neste mesmo lugarejo pequeno em que estou, uns 25 mil habitantes, balneário de Jacaraípe na Serra, ES, as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) estão mudando diferencialmente, uns se atrasando e outros se adiantando, uns tornando-se devedores e outros credores.

O mesmo acontecerá com os 50 estados dos Estados Unidos: eles mudarão diferencialmente e fatalmente se separarão em unidades ou subgrupos, conforme as afinidades. Mas, quando? A dialética qualitativa diz que sim, só a dialética quantitativa diria quando – e esta não temos.

Porém, não queremos que os EUA se separem em unidades mais fracas, pois com todos os erros deles, também promoveram muitos acertos no mundo, mais que qualquer nação, inclusive o Brasil.

A dialética (como o Tao) diz que quanto mais se force PARA NÃO SEPARAR, mais isso será desejado. A ação corretora é muito delicada e passa mais por forçar a separação, o que ninguém (nem eu) tentaria. O mundo todo aspira que os EUA permaneçam unidos, mesmo que seja previsível direitização por lá.

Serra, quinta-feira, 03 de setembro de 2015.

GAVA.

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