O Mundo Envolto em
Nuvens e os Raios do Começo
Vimos vendo na Teoria das Flechas
(meteoritos e cometas) que um “batatão” (uma grande batata, inicialmente
pensada apenas como meteorítica) teria se encravado no que é agora o Pólo
Norte; na realidade foi sua queda enviesada que desviou o planeta de sua
rotação perpendicular à eclíptica, colocando-a 23,5º. A Groenlândia é o lado
evidente da grande pedra, os fundos dela. Provavelmente foi um cometa, um
cometa grande, o big one, o número um logo no começo do mundo, pouco antes de
3,8 bilhões de anos quando surgiu a vida. Isso deve acontecer em todos os
planetas ou quase todos, exceto que nos jupterianos não será notado.
Abriu imensa cratera no Pólo Norte,
cujo arco-da-frente é o conjunto África-Ásia e cujo arco-de-ré são os
EUA-Canadá; no Pólo Sul levantou-se a Cúpula do Céu, uma bolha imensa que
explodiu e foi para o espaço – calculei que se tivessem estourado 150 km da
superfície terrestre até 30º S (contando do PS, claro) seriam suficientes para
a massa da Lua.
Por outro lado, quanto de água
precisaríamos para formar essa da Terra? São 2/3 de 510 milhões de km2,
daí 340 milhões de km2 de oceanos e mares – se tomarmos profundidade
média de três quilômetros teremos 1,0. 109 km3 de água, ou
seja, grosso modo um bilhão de quilômetros cúbicos para o volume = 4πr3/3,
chegando a r ~ 620 km, quer dizer, esfera de água de 1.240 km de diâmetro; que
perto dos 12.740 km de diâmetro da Terra constituiriam menos de 1/10. Para
comparação o diâmetro da Lua é de 3.480 km. Trata-se na realidade de uma bola
pequena de água e é toda a água que temos em evidência.
Ora, se essa água veio com o cometa,
se ao bater ela evaporou e envolveu a Terra em ebulição de fato ficou muito
quente (os tecnocientistas saberão calcular quanto) e essa mega-nuvem deve ter
envolvido nosso planeta por milhões de anos como um agasalho, fazendo-o ferver
ainda mais, criando efeito estufa que nunca vimos nem vamos ver, exceto talvez
em Vênus. Na parte sul que explodiu uma parte da Terra plastificada correu para
o buraco, mas não o encheu completamente, sendo esta a razão de termos mais
continentes ao norte – os que estão ao sul fluíram com as placas tectônicas em
movimento.
Veja, essa imensa nuvem permanente
deve ter feito chover todos esses milhões de anos; e caíam raios, puxa vida!
Relampejava e relampejava, continuamente com raios verticais e horizontais em
todas as direções e sentidos. Deve ter sido nesse laboratório inicial que a
Terra criou a Vida logo depois. Só que em vez de uma pequena bolha de vidro
tínhamos a Terra inteira como laboratório, laboratório fervente com milhões de
raios explodindo durante milhões de anos. Não teria sido legal ficar lá, mas
teria sido bonito de ver de um lugar bem seguro. Se em Marte fosse jogado um
cometa desses provavelmente ocorreria a mesma coisa. Talvez nós mesmos possamos
rebocar um meta-cometa de Öort ou até um planetóide aquoso de Kuiper para
realizar essa proeza de engenharia planetária em nosso vizinho (mas é muito
perigoso).
Vitória, segunda-feira, 15 de janeiro
de 2007.
ORIGEM
TENTADA NO LABORATÓRIO
A Origem da Vida
Autores: Armênio Uzunian, Dan Edésio
Pinseta, Sezar Sasson
Fonte: Biologia; introdução à Biologia.
pp. 97-105. (Livro 1).
São Paulo: Gráfica e Editora Anglo,
1991
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Durante
séculos as explicações para o origem da vida situavam-se nos terrenos da
lenda e do fantástico. A primeira teoria foi esboçada em 1828, quando Wöhler
sintetizou uma substância orgânica, a uréia. A questão, porém, só foi
definitivamente resolvida em 1967, quando Kornberg e Goulian conseguiram
sintetizar o portador do código genético: o DNA.
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