domingo, 24 de junho de 2018


O Mundo Envolto em Nuvens e os Raios do Começo

 

Vimos vendo na Teoria das Flechas (meteoritos e cometas) que um “batatão” (uma grande batata, inicialmente pensada apenas como meteorítica) teria se encravado no que é agora o Pólo Norte; na realidade foi sua queda enviesada que desviou o planeta de sua rotação perpendicular à eclíptica, colocando-a 23,5º. A Groenlândia é o lado evidente da grande pedra, os fundos dela. Provavelmente foi um cometa, um cometa grande, o big one, o número um logo no começo do mundo, pouco antes de 3,8 bilhões de anos quando surgiu a vida. Isso deve acontecer em todos os planetas ou quase todos, exceto que nos jupterianos não será notado.

Abriu imensa cratera no Pólo Norte, cujo arco-da-frente é o conjunto África-Ásia e cujo arco-de-ré são os EUA-Canadá; no Pólo Sul levantou-se a Cúpula do Céu, uma bolha imensa que explodiu e foi para o espaço – calculei que se tivessem estourado 150 km da superfície terrestre até 30º S (contando do PS, claro) seriam suficientes para a massa da Lua.

Por outro lado, quanto de água precisaríamos para formar essa da Terra? São 2/3 de 510 milhões de km2, daí 340 milhões de km2 de oceanos e mares – se tomarmos profundidade média de três quilômetros teremos 1,0. 109 km3 de água, ou seja, grosso modo um bilhão de quilômetros cúbicos para o volume = 4πr3/3, chegando a r ~ 620 km, quer dizer, esfera de água de 1.240 km de diâmetro; que perto dos 12.740 km de diâmetro da Terra constituiriam menos de 1/10. Para comparação o diâmetro da Lua é de 3.480 km. Trata-se na realidade de uma bola pequena de água e é toda a água que temos em evidência.

Ora, se essa água veio com o cometa, se ao bater ela evaporou e envolveu a Terra em ebulição de fato ficou muito quente (os tecnocientistas saberão calcular quanto) e essa mega-nuvem deve ter envolvido nosso planeta por milhões de anos como um agasalho, fazendo-o ferver ainda mais, criando efeito estufa que nunca vimos nem vamos ver, exceto talvez em Vênus. Na parte sul que explodiu uma parte da Terra plastificada correu para o buraco, mas não o encheu completamente, sendo esta a razão de termos mais continentes ao norte – os que estão ao sul fluíram com as placas tectônicas em movimento.

Veja, essa imensa nuvem permanente deve ter feito chover todos esses milhões de anos; e caíam raios, puxa vida! Relampejava e relampejava, continuamente com raios verticais e horizontais em todas as direções e sentidos. Deve ter sido nesse laboratório inicial que a Terra criou a Vida logo depois. Só que em vez de uma pequena bolha de vidro tínhamos a Terra inteira como laboratório, laboratório fervente com milhões de raios explodindo durante milhões de anos. Não teria sido legal ficar lá, mas teria sido bonito de ver de um lugar bem seguro. Se em Marte fosse jogado um cometa desses provavelmente ocorreria a mesma coisa. Talvez nós mesmos possamos rebocar um meta-cometa de Öort ou até um planetóide aquoso de Kuiper para realizar essa proeza de engenharia planetária em nosso vizinho (mas é muito perigoso).

Vitória, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007.

 

ORIGEM TENTADA NO LABORATÓRIO

A Origem da Vida
Autores: Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson
Fonte: Biologia; introdução à Biologia. pp. 97-105. (Livro 1).
São Paulo: Gráfica e Editora Anglo, 1991
 
Durante séculos as explicações para o origem da vida situavam-se nos terrenos da lenda e do fantástico. A primeira teoria foi esboçada em 1828, quando Wöhler sintetizou uma substância orgânica, a uréia. A questão, porém, só foi definitivamente resolvida em 1967, quando Kornberg e Goulian conseguiram sintetizar o portador do código genético: o DNA.

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