Vespeiro
Ardente
Quanto o espermatozoide do pai e o óvulo da
mãe se unem para produzir o terceiro, o espermatóvulo, quando a construção do
é-difícil é terminada ao fim de nove meses de super-trabalho das células
operárias, você é jogado dentro de um vespeiro que arde-arte em acontecimentos,
formosos ou não, difíceis e dificultantes ou não.
VESPEIROS (essas fotos não
referem nem de longe o vespeiro humano; só para começar, não tem nelas 7,2
bilhões de vespas com ferrões psicológicos-linguísticos)
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Pra
fecundar é f***.
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Até para nascer é trabalhoso, trabalho de parto (tem
idiotas que se prestam a isso).
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Você na competição escolar (estão colocando
meninas para você pensar que vai ser fácil).
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Você no trabalho.
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Você disputando no terreirão de coleta.
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Você tentando pegar o cavalo para ir à
caça.
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Você fugindo do pivete, tentando alcançar o
eleva-dor.
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O chefe te dando um corretivo desnecessário (ele vai
levar esporro do tenente).
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Você tentando consertar o corpo para continuar vespa
amanhã.
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Virou quase uma necessidade.
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Você toma os remédios, os remédios te tomam
(dinheiro): remédios para salvar de remédios.
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E, claro, Gargamel tentando ser simpático.
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Enfim, se você não entendeu ...
Em resumo, é luta diária sem técnico do lado,
com pão (salário) e circo (MÍDIA: TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria,
Internet, Cinema, Rádio; artes em geral; esportes em geral – Roma revisitada
pela pós-contemporaneidade estrutural).
A vida-psicologia é vespeiro.
E arde.
É vespeiro dinâmico, não fica parado um
segundo.
Quando leio biografias, as coisas vão em
geral passando de uma ideia ou evento ou realização a outra sem qualquer
meditação das dificuldades, dos embates diários, das doenças em detalhes – as
psicografias são INSOSSAS, iguais a água salobra, não mostram os problemas,
como não mostravam nas revistas em quadrinhos de antigamente, em que não
apareciam os choques pessoambientais diários: não havia (como não há, fora
beijos) sexo, nem romantismo, nem trivialidades, nem problemas
econômicos-sociais, nem difíceis divórcios, nem vidas religiosas, nem quaisquer
coisas que pudessem fazer pensar os leitores-vedores, só apareciam
super-heroísmos do tipo pular por cima de prédios, o que é muito fácil frente
às dificuldades semanais.
Depois de tanto pensar, quanto mais olho os
indivíduos mais me admiro de mais gente não capotar o carro da existência, não
descarrilhar o trem da vida.
Eles não mostram a agitação do vespeiro.
Quando mostram é só a vida mansa das rainhas.
Serra, segunda-feira, 24 de agosto de 2015.
GAVA.












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